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Empresa assina contrato com Hemocentro de Brasília para aperfeiçoar o plasma

Notícia publicada em: 12.08.2011

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), estatal do Ministério da Saúde que produzirá medicamentos derivados do sangue a partir de 2014, assinou, na última terça-feira (9/8), contrato de incentivo com a Fundação Hemocentro de Brasília para garantir plasma em quantidade e qualidade suficientes à sua fábrica, em construção em Pernambuco. Desde julho, cinco serviços já foram beneficiados e, até o fim deste ano, 120 deverão ter firmado parceria com a estatal.

No intuito de incentivar a melhoria da qualidade do plasma, a Hemobrás repassará às instituições de R$ 20 a R$ 48 para cada litro do insumo que estiver em condições industriais. A contrapartida dos hemocentros será o aperfeiçoamento em seus processos de produção, qualificação e armazenagem do hemocomponente destinado à estatal. Isso será possível com o emprego dos recursos na compra de maquinário, manutenção preventiva de equipamentos, contratação de mais profissionais para trabalhar, além da melhoria do controle da qualidade do plasma.

Com o aumento da qualidade, amplia-se o volume do plasma para o processo fabril. Hoje, os serviços de hemoterapia coletam 3,6 milhões de doações de sangue por ano no país, resultando 150 mil litros de plasma com qualidade industrial por ano. No primeiro ano de contrato com os 120 serviços de hemoterapia, a Hemobrás espera ampliar em 20% este total de 150 mil litros. Dentro de três anos, a expectativa é atingir 300 mil litros de plasma/ano, volume ideal para que a fábrica em Pernambuco comece a operar, pois sua capacidade chegará a 500 mil litros de plasma/ano.

Os 120 hemocentros já repassam à Hemobrás os 150 mil litros de plasma colhido dos doadores que não são usados em transfusão, mas até então as unidades não recebiam contribuição da estatal nos custos do processo, o que agora será possível devido ao apoio do Ministério da Saúde. Já foram beneficiados com a iniciativa os seguintes serviços: Hemepar (PR); Hemominas (MG); a Fundação Pró-Sangue e a Associação Beneficente de Coleta de Sangue (Colsan), em São Paulo; e o Hemorio e o Hemocentro Regional de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.

Enquanto a fábrica não fica pronta, a empresa brasileira envia este hemocomponente para transformação em hemoderivados no Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), na França, seu parceiro de transferência de tecnologia. Uma vez elaborados, os medicamentos albumina, imunoglobulina e fatores de coagulação VIII e IX são enviados ao Brasil, onde ocorre a distribuição no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de milhares de pessoas com hemofilia, imunodeficiência primária, câncer, Aids, cirrose, entre outras doenças. Quando a planta industrial brasileira entrar em operação, será assumido todo esse processo, incluindo a produção de fator de von Willebrand e complexo protrombínico.

SOBRE A HEMOBRÁS – Criada pela Lei 10.972 de 2 de dezembro de 2004, a Hemobrás entrou em funcionamento em Brasília em setembro de 2005 com a missão de fornecer hemoderivados e medicamentos produzidos por biotecnologia para o SUS. Hoje, além da sede, a empresa conta com um escritório operacional no Recife, que trabalha na construção da fábrica, na articulação com os hemocentros e na realização de pesquisas com instituições parceiras.

A função social da Hemobrás é estratégica para ampliar o acesso ao tratamento no sistema público de saúde, assim como as fábricas públicas de vacinas e outros tipos de fármacos (antirretrovirais, por exemplo) existentes no País. Com a operação de sua planta industrial em Pernambuco, o Brasil diminuirá a vulnerabilidade do mercado externo, já que, hoje, o País despende, aproximadamente, R$ 800 milhões por ano para importar hemoderivados. A fábrica de hemoderivados está orçada, entre obras, instalações e equipamentos, em R$ 670 milhões.

A planta industrial brasileira propiciará, ainda, economia de divisas, fortalecerá o complexo industrial da saúde, estimulará formação de mão de obra altamente especializada, que é a da indústria farmacêutica, e impulsionará o desenvolvimento socioeconômico de uma das regiões mais pobres do País, o Nordeste, com a geração de emprego, renda e redução da pobreza.