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Empresa assina contratos com hemocentros para aperfeiçoar qualidade do plasma

Empresa assina contratos com hemocentros para aperfeiçoar qualidade do plasma

Notícia publicada em: 17.08.2011

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), estatal do Ministério da Saúde que produzirá medicamentos derivados do sangue a partir de 2014, começou, neste mês de julho, a incentivar 120 hemocentros de todo o país a garantir plasma em quantidade e qualidade suficientes à sua fábrica, em construção em Pernambuco. Nesta semana, assinam contrato com a empresa o Hemominas (MG), a Fundação Pró-Sangue e a Associação Beneficiente de Coleta de Sangue (Colsan), em São Paulo, o Hemorio e o Hemocentro Regional de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Até o fim do ano, todos devem ter firmado parceria com a estatal.

No intuito de incentivar a melhoria da qualidade do plasma, a Hemobrás repassará às instituições de R$ 20 a R$ 48 para cada litro do insumo que estiver em condições industriais. A contrapartida dos hemocentros será o aperfeiçoamento em seus processos de produção, qualificação e armazenagem do hemocomponente destinado à estatal. Isso será possível com o emprego dos recursos na compra de maquinário, manutenção preventiva de equipamentos, contratação de mais profissionais para trabalhar, além da melhoria do controle da qualidade do plasma.

Com o aumento da qualidade, amplia-se o volume do plasma para o processo fabril. Hoje, os serviços de hemoterapia coletam 3,6 milhões de doações de sangue por ano no país, resultando 150 mil litros de plasma com qualidade industrial por ano. No primeiro ano de contrato com os 120 serviços de hemoterapia, a Hemobrás espera ampliar em 20% este total de 150 mil litros. Dentro de três anos, a expectativa é atingir 300 mil litros de plasma/ano, volume ideal para que a fábrica em Pernambuco comece a operar, pois sua capacidade chegará a 500 mil litros de plasma/ano.

Os 120 hemocentros já repassam à Hemobrás os 150 mil litros de plasma colhido dos doadores que não é usado em transfusão, mas, até então, as unidades não recebiam apoio da estatal nos custos do processo, o que agora será possível devido ao apoio do Ministério da Saúde. Enquanto sua fábrica não fica pronta, a empresa brasileira envia este hemocomponente para transformação em hemoderivados no Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), na França, seu parceiro de transferência de tecnologia. Uma vez elaborados, os medicamentos albumina, imunoglobulina e fatores de coagulação VIII e IX são enviados ao Brasil, onde ocorre a distribuição no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de milhares de pessoas com hemofilia, imunodeficiência primária, câncer, Aids, cirrose, entre outras doenças. Quando a planta industrial brasileira entrar em operação, será assumido todo esse processo, incluindo a produção de fator de von Willebrand e complexo protrombínico.

SOBRE A HEMOBRÁS – Criada pela Lei 10.972 de 2 de dezembro de 2004, a Hemobrás entrou em funcionamento em Brasília em setembro de 2005 com a missão de fornecer hemoderivados e medicamentos produzidos por biotecnologia para o SUS. Hoje, além da sede, a empresa conta com um escritório operacional no Recife, que trabalha na construção da fábrica, na articulação com os hemocentros e na realização de pesquisas com instituições parceiras.

A função social da Hemobrás é estratégica para ampliar o acesso ao tratamento no sistema público de saúde, assim como as fábricas públicas de vacinas e outros tipos de fármacos (antirretrovirais, por exemplo) existentes no País. Com a operação de sua planta industrial em Pernambuco, o Brasil diminuirá a vulnerabilidade do mercado externo, já que, hoje, o País despende, aproximadamente, R$ 800 milhões por ano para importar hemoderivados. A fábrica de hemoderivados está orçada, entre obras, instalações e equipamentos, em R$ 540 milhões.

A planta industrial brasileira propiciará, ainda, economia de divisas, fortalecerá o complexo industrial da saúde, estimulará formação de mão de obra altamente especializada, que é a da indústria farmacêutica, e impulsionará o desenvolvimento socioeconômico de uma das regiões mais pobres do País, o Nordeste, com a geração de emprego, renda e redução da pobreza.




Interatividade com participantes dinamiza atividades da II Oficina da Hemobrás

Interatividade com participantes dinamiza atividades da II Oficina da Hemobrás

Notícia publicada em: 06.09.2011

Os palestrantes da II Oficina da Hemobrás – Gestão da Qualidade no Serviço de Hemoterapia contaram com um recurso tecnológico como aliado: um dispositivo eletrônico promoveu a interação permanente com os representantes dos serviços de hemoterapia e dinamizou a explanação dos temas como gestão de pessoas, auditorias internas e erros e não conformidades. Com o pequeno teclado, os participantes responderam, ao longo das explanações, perguntas de múltipla escolha sobre os temas das palestras. Os resultados da consulta eram expostos para o público após alguns minutos e serviam de pontos para discussão e aprofundamento dos temas ao longo das palestras.

“Quando resolvemos usar o sistema interativo pretendíamos estabelecer um mecanismo dinâmico que identificasse se as pessoas estavam compreendendo o conteúdo ministrado, pois a maioria não está familiarizada com os procedimentos da área da qualidade”, explicou Adriana Parodi, coordenadora do evento e gerente de Controle da Qualidade da Hemobrás. A inovação foi bem recebida pelos participantes.

Para Amália Maria, que atua na divisão de produção do hemocentro do Paraná (Hemepar), o mecanismo ajudou na absorção do conteúdo. “Nunca havia participado de evento com esse mecanismo de interatividade durante as palestras. Com ele pudemos participar ativamente e ter as respostas de forma imediata, o que nos proporcionou entender melhor o contexto do que estava sendo exposto”, comentou. Magda Batista, do hemocentro de São José do Rio Preto (SP), também gostou de usar o sistema. “É uma forma de saberem a opinião de todos os participantes e usar a informação para nivelar o conhecimento”, observou.

O dispositivo também foi usado para medir o conhecimento geral dos participantes sobre gestão da qualidade na abertura e será usado no encerramento do evento.

GRUPOS – No segundo dia da II Oficina da Hemobrás – Gestão da Qualidade no Serviço de Hemoterapia os 172 participantes foram divididos em oito grupos para trocar experiência e aprofundar as discussões sobre os temas das palestras ministradas durante o evento. Os resultados dos debates foram apresentados para o grande grupo, na plenária que encerrou o segundo dia do evento.




Melhoria da qualidade do plasma trará economia para o SUS

Melhoria da qualidade do plasma trará economia para o SUS

Notícia publicada em: 06.09.2011

Melhorar a qualidade e o volume do plasma brasileiro destinado à indústria trará economia para o Sistema Único de Saúde (SUS) e contribuirá para o avanço da assistência hemoterápica no País. A afirmação foi feita pelo diretor técnico da Hemobrás, Luiz Amorim, durante o encerramento da II Oficina da Hemobrás – Gestão da Qualidade no Serviço de Hemoterapia, promovida pela estatal, de 23 a 25 de agosto, em Brasília. O encontro reuniu 142 representantes de 72 serviços de hemoterapia brasileiros com o objetivo de sensibilizá-los sobre a importância da implantação da gestão da qualidade, importante para o aumento da quantidade do plasma humano destinado à indústria. Este hemocomponente é a matéria-prima dos medicamentos que a estatal, vinculada ao Ministério da Saúde, irá produzir, a partir de 2014, na sua fábrica em construção no município de Goiana, em Pernambuco.

Atualmente, os hemocentros recebem 3,6 milhões doações de sangue por ano, que resultam em 150 mil litros de plasma com qualidade industrial. Para começar a operar, a fábrica da Hemobrás vai precisar de 300 mil litros de plasma por ano. “Tenho certeza de que, com a qualidade das discussões que tivemos, a oficina vai ajudar na melhoria da qualidade e no aumento do volume do plasma brasileiro, reduzindo a dependência de importações e facilitando o acesso da população brasileira aos medicamentos derivados do sangue. O desafio não é fácil, mas será recompensador”, declarou Amorim.

Apesar de ser uma necessidade, a implantação de um sistema de gestão da qualidade nos hemocentros não era normatizada até o fim de 2010, quando passou a ser exigida pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) no 57/2010 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, mais recentemente, teve o reforço da Portaria no 1.353/2011 do Ministério da Saúde. “Todos os tópicos discutidos na oficina fazem parte do escopo da gestão da qualidade. Eles foram escolhidos com base nas dificuldades que detectamos ao longo das auditorias que realizamos nos serviços de hemoterapia de todo o País”, explicou Adriana Parodi, coordenadora do evento e gerente de Controle da Qualidade da Hemobrás.

A oficina abordou temas como recolhimento de plasma no Brasil; os critérios de aceitação do plasma pelo LFB, atual responsável por transformar o plasma recolhido nos hemocentros brasileiros nos hemoderivados distribuídos pelo SUS; gestão de documentos e de registros; gestão de equipamentos; validação de processos; gestão de recursos humanos no contexto da garantia da qualidade; gestão de erros e de não-conformidades; gestão de insumos, entre outros.

As palestras foram proferidas por profissionais de referência na área, no âmbito nacional, como representantes da Hemobrás; da Anvisa; do Hemocentro de Ribeirão Preto e da Associação Beneficente de Coleta de Sangue (Colsan), ambos de São Paulo; da Fundação Hematologia e Hemoterapia do Pará (Hemopa); e internacional, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), parceiro de transferência tecnológica da Hemobrás.

Os sistemas público e privado do Brasil despendem, anualmente, cerca de R$ 800 milhões com importação de hemoderivados. Na unidade fabril da Hemobrás, orçada em R$ 670 milhões, serão produzidos albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX, complexo protrombínico e fator de von Willebrand, para serem distribuídos no SUS. Estes medicamentos são fundamentais para 11,5 mil brasileiros com hemofilia, 1,5 mil pacientes com imunodeficiências primárias, portadores de cirrose, câncer, aids, que apresentem queimaduras graves ou que estejam internados em unidade de terapia intensiva.

Confira, a seguir, o depoimento de alguns participantes sobre o evento:

Rodrigo Finizola, Hemoíba (PB)

“Foi ótimo participar do evento. Adquirimos conhecimentos que estamos dispostos a implementar no nosso hemocentro. É a construção de um hemocentro com um outro perfil e é isso que queremos na Paraíba”.

Ligia Baracioli, Hemocentro de São José do Rio Preto (SP)

“A segunda edição da oficina superou a primeira, que já foi um marco. O evento foi muito bom e uma ótima uma oportunidade de troca de informações, principalmente para nós, da área de fracionamento que recebia menos investimento. Isso só mudou a partir da mudança de enfoque do processamento do plasma a ser enviado para a indústria, para a Hemobrás”.

Ronald Cardoso, Hemolabor de Goiana (GO)

“As palestras do evento foram excelentes porque abordaram temas atuais, de nossa rotina, e esclareceram muitas dúvidas, principalmente em relação à RDC 57 da Anvisa. A interação com os outros serviços também foi muito boa porque proporcionou a troca de experiências. A Hemobrás está de parabéns por fazer tudo isso acontecer”.

Marco Antônio Winckler, Serviço de Hemoterapia do Hospital São Lucas (RS)

“Participar do evento foi uma experiência interessante porque o meu serviço tem um perfil diferente da maioria. A partir do que foi exposto, identifiquei soluções para alguns problemas e fiz contatos que me ajudarão a resolver outros”.

Marcelo Addas, palestrante e diretor da divisão de Hemoterapia do Hemocentro de Campinas (SP)

“É importante a Hemobrás trazer os executores das atividades dos serviços de hemoterapia para essa discussão técnica e aperfeiçoamento de conhecimentos. Talvez isso possa gerar, no futuro, uma normalização, uma padronização dos procedimentos. Sabemos que os serviços do Brasil têm diferentes experiências na área da gestão da qualidade e na sistematização de seus processos e é só trocando informações sobre a prática que isso (a padronização) vai ser possível”.

José Eduardo Fernandes, diretor da empresa Vila Gestão Assessoria e Capacitação

“A predisposição da Hemobrás em trazer todas essas pessoas para compartilhar conhecimento, experiência, tecnologia é impagável, tanto para aqueles que já têm algum processo de qualidade implementado, quanto para os que ainda não têm, mostrando que é possível fazer. Ficou claro no evento que, mesmo com poucos recursos, mas com iniciativa e predisposição das pessoas, é possível fazer”.