Aberta licitação para construir 12 blocos da fábrica de hemoderivados em PE

Aberta licitação para construir 12 blocos da fábrica de hemoderivados em PE

Notícia publicada em: 31.01.2011

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) lançou nesta sexta-feira (3/12) a licitação para contratar empresa ou consórcio que será responsável pela construção dos 12 blocos e demais instalações da sua fábrica de medicamentos derivados do sangue, no município de Goiana-PE. O edital para a contratação, estimada em R$ 282.202.739,24, foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) e em jornais de grande circulação no País. Este é o segundo certame para a planta industrial. O primeiro, referente aos dois primeiros blocos, no valor de R$ 27,4 milhões, foi concluído em junho deste ano, e as obras, em andamento, devem ser finalizadas em 2011. O término desta segunda licitação está previsto para o fim do primeiro trimestre do ano que vem. A expectativa é que as obras civis restantes do parque fabril comecem ainda no primeiro semestre de 2011. A fábrica deve entrar em operação em 2014. Todo o empreendimento da Hemobrás, incluindo obras, instalações e montagens de máquinas e equipamentos está orçado em R$ 540 milhões.

Os interessados em participar da licitação (Concorrência 02/2010) devem acessar o edital e seus anexos no site www.comprasnet.gov.br  (código UASG 925305). Vencerá a proposta com o menor preço para execução do serviço. Entre os 12 blocos previstos nesta segunda etapa da obra – que contabiliza 44.842 dos 48 mil metros quadrados de área construída da fábrica -, estão dois dos principais prédios da unidade fabril: o B02, considerado o coração da planta industrial, que será instalado numa área de 13.050 metros quadrados onde ocorrerá o fracionamento do plasma sanguíneo e sua transformação em medicamentos; e o B03, espaço de 10.782 metros quadrados destinado ao envase dos produtos.

Também estão incluídos os blocos B04 (prédio de empacotamento), B05 (estocagem de produto acabado e almoxarifado), B06 (laboratório de controle de qualidade), B10 (caldeiras para a produção de vapor), B11 (estocagem dos produtos químicos), B12 (prédio de manutenção da planta industrial), B13 (estocagem de resíduos sólidos), B16 (estocagem de etanol), B18 (subestação elétrica de 69 kV-quilovolts), B19 (paineis elétricos e transformadores), B20 (tanque intermediário de etanol), P01 (portaria), R15 Pipe Rack (estrutura metálica para suporte de tubulação) e Pipe Rack (B02-B06). O edital ainda contempla a construção do prédio da caixa d’água elevada, com capacidade para 500 mil litros; passarelas cobertas e áreas pavimentadas intermediárias entre as edificações B01, B02, B03, B04, B05, totalizando 1.492 m², além do pátio de manobras do Bloco B05, com 2.482 m², com capacidade para cinco caminhões.

O lançamento desta segunda licitação da Hemobrás foi precedido de uma audiência pública, realizada no último dia 3 de novembro, em Goiana-PE, cidade que abriga o empreendimento. Aberto ao público em geral, o evento teve o objetivo de debater o edital, proporcionando à sociedade mais transparência nas ações da empresa. A audiência atendeu à Lei n° 8.666/93, conhecida como a Lei das Licitações.

ANDAMENTO DAS OBRAS – Atualmente, o canteiro de obras da fábrica da Hemobrás está sendo movimentado com a construção dos blocos B01, de 2,7 mil metros quadrados, que abrigará a câmara fria a 35º C negativos destinada à recepção, triagem e estocagem do plasma que será utilizado na produção dos medicamentos; e B17, de 154 metros quadrados, que conterá os geradores responsáveis pela segurança no fornecimento de energia da fábrica. As obras já empregam diretamente 150 trabalhadores, entre armadores, pedreiros, serventes de pedreiro, carpinteiros, eletricistas, técnicos de segurança do trabalho e enfermeira do trabalho. Todos são moradores de Goiana-PE. Até o fim do ano, serão 200 profissionais no local. Para erguer os demais prédios, no auge das construções, serão necessários 1 mil trabalhadores. Quando estiver operando, a fábrica deve gerar 360 empregos diretos e 2.720 indiretos.

SOBRE A FÁBRICA – A unidade fabril da Hemobrás, a maior da América Latina neste segmento e a primeira do Brasil – com capacidade de processar 500 mil litros de plasma por ano – produzirá seis tipos de medicamentos: albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX, complexo protrombínico e fator de von Willebrand. Atualmente, todos estes medicamentos são produzidos no exterior. O Brasil despende cerca de R$ 800 milhões por ano na importação destes hemoderivados, englobando recursos públicos e privados.

A fábrica de hemoderivados brasileira garantirá 100% de autosuficiência para o Sistema Único de Saúde (SUS) em albumina e fator IX. Promoverá também a autosuficiência total em dois outros produtos: o fator de von Willebrand e o complexo protrombínico. Já para a imunoglobulina, a expectativa é atender, em média, 50% das necessidades do País. Para o fator VIII, a previsão é suprir de 20% a 40% da demanda do SUS. Estes patamares serão atingidos com um processamento de 500 mil litros de plasma por ano.

Os produtos da Hemobrás serão empregados no tratamento de pessoas com hemofilias A e B, câncer, aids, queimaduras de terceiro grau, pacientes em terapia intensiva, doença de von Willebrand, deficiências imunológicas, doenças autoimunes e infecciosas.

SAIBA MAIS SOBRE AS ÁREAS QUE SERÃO CONSTRUÍDAS NESTA ETAPA:

Bloco B02 – Prédio de fracionamento. Área de produção industrial onde ocorre o fracionamento do plasma, anteriormente estocado em B01. Área real: 13.050 m².

Bloco B03 – Prédio de envase. Área produtiva para o envase dos produtos acabados. Área real: 10.782 m².

Bloco B04 – Prédio de empacotamento. Área produtiva dedicadas a embalar os produtos envasados. Área real: 3.839 m².

Bloco B05 – Prédio de estocagem de produto acabado e almoxarifado. Área industrial dedicada à estocagem dos produtos acabados e almoxarifado da planta produtiva. Área real: 5.390 m².

Bloco B06 – Prédio de laboratório – Área industrial destinada ao laboratório de controle de qualidade. Área real: 4.552 m².

Bloco B10 – Sala das caldeiras. Área industrial destinada à instalação das caldeiras, para a produção de vapor. Área real: 186 m².

Bloco B11 – Estocagem de químicos. Área reservada à estocagem dos produtos químicos necessários a produção. Área real: 179m².

Bloco B12 – Área destinada às atividades de manutenção da planta industrial. Área real: 1.457m².

Bloco B13 – Área destinada ao armazenamento dos resíduos industriais sólidos. Área real: 193 m².

Bloco B16 – Área destinada à estocagem de álcool etílico necessário à produção. Área real: 260 m².

Bloco B18 – Subestação. Área destinada à instalação da subestação elétrica de 69kV. Área real: 546 m².

Bloco B19 – Área dedicada às instalações dos painéis elétricos e transformadores. Área real: 160 m².

Tanque intermediário de processo dedicado ao resfriamento do etanol 96GL. Área real: 98 m².

Portaria da unidade fabril. Área real: 95 m².

Caixa de água elevada – Instalação de caixa d’água elevada com fundações em vigas-paredes e lajes, para utilização como reservatório enterrado. Área real: 81 m².

Áreas pavimentadas intermediárias entre as edificações B01/B02/B03/B04/B05 – áreas com arruamento entre os blocos. Área real: 1.492 m².

Passarelas cobertas entre os blocos B01/B02/B03/B04/B05 – passarelas entre os prédios industriais B01/B02/B03/B04/B05. As áreas construídas estão incluídas nas áreas dos respectivos blocos.

Pátio de manobras de caminhão do Bloco B05 – Área dedicada à movimentação de caminhões em frente ao Bloco B05. Área real: 2.482 m².

Área total de construção – 44.842 m²

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Imunoglobulina

São proteínas produzidas pelos linfócitos B, tipo específico de leucócito (célula sanguínea) cuja função é reconhecer, neutralizar e marcar os antígenos para que estes sejam eliminados ou fagocitados pelos macrófagos. Ou seja, age como mecanismo de defesa do organismo contra infecções e agressões externas. 

Indicação – no âmbito terapêutico, é usada principalmente em pessoas com doenças neurológicas, deficiências imunológicas, doenças autoimunes e infecciosas, aids, púrpura, entre outras e no transplante de medula óssea. 

Fator de von Willebrand

É um fator pró-coagulante que circula no plasma sanguíneo. Ele aumenta a adesão de plaquetas ao endotélio lesado e, ao se ligar ao fator VIII, mantém adequados seus níveis plasmáticos. A deficiência quanti ou qualitativa desse fator caracteriza a doença que traz o nome do médico finlandês Erik Adolf von Willebrand, que a descreveu pela primeira vez em 1925. 

Indicação – portadores da coagulopatia de von Willebrand, vinculada a mutação no cromossomo 12, que se manifesta basicamente pela disfunção plaquetária associada à diminuição dos níveis séricos do fator VIII coagulante, existindo também casos raros de forma adquirida da doença. Essa é a doença hemorrágica mais comum e atinge cerca de 2% da população mundial. Ambos os sexos são afetados e os sintomas incluem sangramentos nas gengivas, menstruais prolongados, sangramentos excessivos após pequenos cortes, extração dentária e outras cirurgias.  

Fator IX

O Fator IX é uma das principais proteínas do sistema de coagulação e encontra-se deficiente em pessoas com hemofilia B. 

Indicação – pacientes com hemofilia B, doença genética cujos sintomas são semelhantes aos da hemofilia A.

Fator VIII

O Fator VIII plasmático é uma das proteínas essenciais do sistema de coagulação sanguínea e sua falta causa a hemofilia A, chamada de hemofilia clássica, doença genética ligada ao sexo.  

Indicação – usado no tratamento das pessoas com hemofilia A, doença caracterizada por hemorragias nas articulações, músculos, trato digestivo e cérebro. Como a doença é ligada ao cromossomo X, um homem (XY) com um gene anormal no seu cromossomo X terá hemofilia. No caso da mulher (XX), ela só apresenta a doença, se os dois cromossomos X estiverem afetados, o que é muito raro. Quando um só é atingido, ela poderá passar o gene ao seu filho. A incidência estimada da doença é de 1 para 5mil homens e 1 para cada 25 milhões de mulheres. O Fator VIII plasmático tem a mesma função do Hemo-8r (nosso fator VIII recombinante): combater sangramentos e realizar o tratamento profilático de pacientes com hemofilia A. A reposição do fator VIII restaura a hemostasia nesses pacientes. 

Entregas

Entregas em 2022: 82.981 frascos. 

Atualizado em 24/08/2022.

Albumina

Albumina humana é a principal proteína encontrada no plasma sangue. Sua síntese ocorre no fígado, pelos hepatócitos. Exerce papel fundamental na manutenção da pressão osmótica, distribuindo os líquidos corporais nos espaços intra e extravascular. 

Indicação – é usada no tratamento de grandes queimados ou de pessoas com hemorragias graves, cirrose, insuficiência renal, septicemias, e ainda em transplantes de fígado e cirurgias cardíacas. 

Hemo-8r
(Fator VIII recombinante)

O Hemo-8r é o nosso Fator VIII recombinante. Ele é o nosso primeiro produto registrado e distribuído com a nossa marca. O Hemo-8r é fundamental para a nova fase do tratamento da Hemofilia A no Brasil com a ampliação da profilaxia, que é a maneira mais eficaz para prevenir os sangramentos espontâneos e sequelas nas pessoas portadoras da coagulopatia.

Possui a mesma eficácia do Fator VIII plasmático, mas não depende das doações de sangue para ser produzido, o que vai permitir que a maioria das pessoas portadoras de Hemofilia A possam fazer o tratamento profilático no futuro.

Recombinantes

Medicamentos recombinantes são produzidos por engenharia genética através do uso da “tecnologia de DNA recombinante”. Nessa técnica, um gene responsável pela síntese de uma proteína específica, é inserido numa célula que será responsável pela expressão da mesma. Essa célula modificada se reproduz num meio com nutrientes e expressa uma grande quantidade da proteína. O produto final é obtido após a purificação da proteína e utilização na fabricação do medicamento.

Atualmente, temos um processo de transferência de tecnologia de medicamento recombinante com o laboratório Takeda, para a produção do Hemo-8r, o Fator VIII recombinante.

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