Ampliado em 15% o total de serviços de hemoterapia que serão auditados este ano

Ampliado em 15% o total de serviços de hemoterapia que serão auditados este ano

Notícia publicada em: 04.04.2011

Com o objetivo de melhorar cada vez mais a qualidade do plasma sanguíneo destinado à produção de medicamentos para pessoas vítimas de hemofilia, cirrose, aids, câncer, deficiências imunológicas e outras doenças autoimunes e infecciosas graves, atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) ampliará em 15% o número de auditorias que realizará em serviços de hemoterapia do Brasil. Serão 110 estabelecimentos – 15 a mais que em 2010 – em 18 estados de Norte a Sul do País. Pela primeira vez, a equipe da Hemobrás estará à frente de todas as revisitas técnicas, e não só acompanhando os técnicos do Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), até então responsáveis pelos procedimentos.

Das 110 auditorias, 81 serão revisitas a serviços de hemoterapia, postos de coleta e laboratórios de análises sorológicas, imunohematológicas e de controle de qualidade auditados anteriormente, para verificar a manutenção das conformidades. De janeiro a março deste ano, já foram realizadas 17, todas sob o comando da Hemobrás, seguindo os critérios determinados pela legislação vigente – acompanhar todas as etapas relacionadas ao ciclo do sangue, focando os pontos críticos dos setores comprometidos com o processo de obtenção e manuseio do plasma, para em seguida emitir relatórios indicado as conformidades e as não conformidades.

Em abril, serão contemplados o Hemocentro do Amazonas (Hemoam); o Hemocentro de Belo Horizonte e os núcleos regionais de Divinópolis e de Sete Lagoas, em Minas Gerais; os hemocentros do Piauí (Hemopi), Pernambuco (Hemope) e Sergipe (Hemose); os hemocentros de Campinas e São José do Rio Preto, em São Paulo, e os hemocentros regionais de Uberlândia, Uberaba e Governador Valadares, em Minas Gerais. O calendário de auditorias começou em 2007, sob responsabilidade do LFB. Em 2010, a equipe da Hemobrás acompanhou 20 das 95 que foram realizadas. Com isso, cumpriu a primeira das quatro etapas do processo de transferência de tecnologia junto ao LFB e duas profissionais foram habilitadas a auditar, a partir de então, os hemocentros. Apenas os novos serviços, que serão auditados pela primeira vez, continuarão sendo realizadas pelo LFB.

De acordo com a gerente de Controle de Qualidade da Hemobrás, a médica Adriana Parodi, iniciativas como estas são importantes porque a fábrica de hemoderivados da empresa, em construção em Goiana-PE, entrará em operação em 2014. Até lá, faz-se necessária uma melhoria da qualidade e da quantidade do plasma nacional para a produção de medicamentos, tendo em vista que a planta industrial terá capacidade para beneficiar, por ano, 500 mil litros de plasma. Atualmente, o plasma brasileiro é enviado para ser processado em hemoderivados na França, cujo contrato prevê o envio de 150 mil litros de plasma ao ano.

Na primeira fase de auditorias, a Hemobrás detectou a necessidade de investir na infraestrutura de alguns serviços de hemoterapia. Para isso, firmou convênio com o Ministério da Saúde para a aquisição de equipamentos para congelamento, monitoramento e armazenamento do plasma. Entre os já entregues, estão 15 freezers verticais a -30º C para armazenamento de plasma e 38 blast freezers (freezer para rápido congelamento do plasma), e 25 sistemas de monitoramento da cadeia do frio, que estão em processo de instalação.

Cronograma de auditorias previstas para o mês de abril:

5 e 6/4 – Hemocentro do Amazonas (Hemoam)
5/4 – Hemocentro de Belo Horizonte, em Minas Gerais
7/4 – Núcleo Regional de Divinópolis, em Minas Gerais
8/4 – Núcleo Regional de Sete Lagoas, em Minas Gerais
14/4 – Hemocentro do Piauí (Hemopi)
14/4 – Hemocentro de Pernambuco (Hemope)
18/4 – Hemocentro de Sergipe (Hemose)
26 e 27/4 – Hemocentro de Campinas, em São Paulo
26/4 – Hemocentro Regional de Uberlândia, em Minas Gerais
27/4 – Hemocentro Regional de Uberaba, em Minas Gerais
28/4 – Hemocentro Regional de Governador Valadares, em Minas Gerais
28 e 29/4 – Hemocentro de São José do Rio Preto

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Imunoglobulina

São proteínas produzidas pelos linfócitos B, tipo específico de leucócito (célula sanguínea) cuja função é reconhecer, neutralizar e marcar os antígenos para que estes sejam eliminados ou fagocitados pelos macrófagos. Ou seja, age como mecanismo de defesa do organismo contra infecções e agressões externas. 

Indicação – no âmbito terapêutico, é usada principalmente em pessoas com doenças neurológicas, deficiências imunológicas, doenças autoimunes e infecciosas, aids, púrpura, entre outras e no transplante de medula óssea. 

Fator de von Willebrand

É um fator pró-coagulante que circula no plasma sanguíneo. Ele aumenta a adesão de plaquetas ao endotélio lesado e, ao se ligar ao fator VIII, mantém adequados seus níveis plasmáticos. A deficiência quanti ou qualitativa desse fator caracteriza a doença que traz o nome do médico finlandês Erik Adolf von Willebrand, que a descreveu pela primeira vez em 1925. 

Indicação – portadores da coagulopatia de von Willebrand, vinculada a mutação no cromossomo 12, que se manifesta basicamente pela disfunção plaquetária associada à diminuição dos níveis séricos do fator VIII coagulante, existindo também casos raros de forma adquirida da doença. Essa é a doença hemorrágica mais comum e atinge cerca de 2% da população mundial. Ambos os sexos são afetados e os sintomas incluem sangramentos nas gengivas, menstruais prolongados, sangramentos excessivos após pequenos cortes, extração dentária e outras cirurgias.  

Fator IX

O Fator IX é uma das principais proteínas do sistema de coagulação e encontra-se deficiente em pessoas com hemofilia B. 

Indicação – pacientes com hemofilia B, doença genética cujos sintomas são semelhantes aos da hemofilia A.

Fator VIII

O Fator VIII plasmático é uma das proteínas essenciais do sistema de coagulação sanguínea e sua falta causa a hemofilia A, chamada de hemofilia clássica, doença genética ligada ao sexo.  

Indicação – usado no tratamento das pessoas com hemofilia A, doença caracterizada por hemorragias nas articulações, músculos, trato digestivo e cérebro. Como a doença é ligada ao cromossomo X, um homem (XY) com um gene anormal no seu cromossomo X terá hemofilia. No caso da mulher (XX), ela só apresenta a doença, se os dois cromossomos X estiverem afetados, o que é muito raro. Quando um só é atingido, ela poderá passar o gene ao seu filho. A incidência estimada da doença é de 1 para 5mil homens e 1 para cada 25 milhões de mulheres. O Fator VIII plasmático tem a mesma função do Hemo-8r (nosso fator VIII recombinante): combater sangramentos e realizar o tratamento profilático de pacientes com hemofilia A. A reposição do fator VIII restaura a hemostasia nesses pacientes. 

Entregas

Entregas em 2022: 82.981 frascos. 

Atualizado em 24/08/2022.

Albumina

Albumina humana é a principal proteína encontrada no plasma sangue. Sua síntese ocorre no fígado, pelos hepatócitos. Exerce papel fundamental na manutenção da pressão osmótica, distribuindo os líquidos corporais nos espaços intra e extravascular. 

Indicação – é usada no tratamento de grandes queimados ou de pessoas com hemorragias graves, cirrose, insuficiência renal, septicemias, e ainda em transplantes de fígado e cirurgias cardíacas. 

Hemo-8r
(Fator VIII recombinante)

O Hemo-8r é o nosso Fator VIII recombinante. Ele é o nosso primeiro produto registrado e distribuído com a nossa marca. O Hemo-8r é fundamental para a nova fase do tratamento da Hemofilia A no Brasil com a ampliação da profilaxia, que é a maneira mais eficaz para prevenir os sangramentos espontâneos e sequelas nas pessoas portadoras da coagulopatia.

Possui a mesma eficácia do Fator VIII plasmático, mas não depende das doações de sangue para ser produzido, o que vai permitir que a maioria das pessoas portadoras de Hemofilia A possam fazer o tratamento profilático no futuro.

Recombinantes

Medicamentos recombinantes são produzidos por engenharia genética através do uso da “tecnologia de DNA recombinante”. Nessa técnica, um gene responsável pela síntese de uma proteína específica, é inserido numa célula que será responsável pela expressão da mesma. Essa célula modificada se reproduz num meio com nutrientes e expressa uma grande quantidade da proteína. O produto final é obtido após a purificação da proteína e utilização na fabricação do medicamento.

Atualmente, temos um processo de transferência de tecnologia de medicamento recombinante com o laboratório Takeda, para a produção do Hemo-8r, o Fator VIII recombinante.

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