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Nova fábrica de recombinantes da Hemobrás tem 100% da capacidade voltada aos testes de equipamentos

Os executivos da Hemobrás e da empresa privada envolvidos no projeto de Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) da nova fábrica de medicamentos produzidos por biotecnologia, se reuniram, nesta quarta-feira (31/07), para a reunião trimestral do Comitê de Direção Conjunta (Joint Steering Comittee – JSC). Foi a primeira vez que o encontro aconteceu na nova planta do parque fabril da Hemobrás, em Goiana-PE. Em pauta, todos os assuntos necessários para o monitoramento trimestral do processo de transferência de tecnologia que visa à produção 100% nacional do Hemo-8r, o medicamento Fator VIII recombinante.

“É um encontro muito importante para alinhar os objetivos estabelecidos pela PDP. Fazer a consolidação de todos os pontos com a presença das diversas diretorias das duas empresas que estão envolvidas no projeto. Uma oportunidade para discutirmos pontos fundamentais como cronograma, principais desafios e tomar decisões estratégicas referentes ao projeto”, esclareceu o gerente do Projeto Buriti, Christiano Madruga.

Entre os muitos pontos estratégicos abordados, foram verificados avanços significativos nos processos de instalação do laboratório, das utilidades do B07-A e da obra física e instalação de equipamentos do B07-B. Também foi anunciado o início dos testes obrigatórios da água que será utilizada na produção dos medicamentos, um passo importante para a Hemobrás assumir alguns processos vitais para a fabricação dos recombinantes.

“Hemobrás e a parceira privada têm construído, ao longo do tempo, um completo alinhamento. Neste encontro pudemos verificar o consenso em relação aos cronogramas técnico e administrativo. Acho que demos passos importantes no objetivo de consolidar as responsabilidades de cada um e validar essa governança do projeto”, reforçou o diretor de Desenvolvimento Industrial, Antônio Edson de Lucena.

A JSC contou também com as participações da presidente Ana Paula Menezes, do diretor de Administração e Finanças, André Pinho, do corregedor-geral Caio Cesar Sousa, do gerente de Administração, Gustavo Simoni, do gerente da Garantia da Qualidade, Antônio Diógenes Oliveira, do gerente de Produção, Lucas Ricci, e de José Eduardo Martins, assessor de Assuntos Regulatórios, todos representando a Hemobrás.




Integração mostra que Hemobrás está preparada para assumir produção 100% nacional

O Workshop Buriti, realizado entre os dias 27 e 31 de maio, em Goiana e no Recife, foi um importante momento de integração entre os técnicos da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), da Takeda Internacional, da Takeda Brasil e da IPS, e trouxe boas novas para o processo de implantação da nova planta de medicamentos recombinantes. As impressões dos profissionais das empresas responsáveis pela transferência de tecnologia foram de que a equipe da Hemobrás está preparada e no caminho certo para assumir uma produção 100% nacional.

Atividade envolveu técnicos da Hemobrás, Takeda Internacional, Takeda Brasil e IPS.

“Foi extremamente importante, pois foi uma oportunidade de as empresas trazerem seus especialistas e debaterem metodologias, conceitos, legislações e encontrarem um caminho comum para vencer os desafios que nós temos, principalmente na questão das técnicas utilizadas para operar esses sistemas produtivos”, comentou o diretor de Desenvolvimento Industrial da Hemobrás, Antônio Edson de Lucena.

Durante o encontro, os técnicos foram a campo para discutir os processos de cada espaço do bloco B07, para debater sobre as dúvidas da equipe da Hemobrás e chegar às soluções necessárias para a implantação das várias etapas da fábrica. Em um segundo momento, o grupo se reuniu em um hotel do Recife para tratar sobre documentação, cronograma e todas as qualificações que estão por vir. Um fato importante é que, além dos especialistas da Takeda, o workshop também contou com os profissionais da empresa americana IPS, responsável pelo desenvolvimento do projeto de processos de produção da nova fábrica, e todos se mostraram satisfeitos com o que viram.

Equipe se prepara para nacionalizar todas as etapas de produção do medicamento recombinante.

“O pessoal gostou muito. Muitos dos técnicos estavam no projeto há vários anos, mas ainda não conheciam a fábrica. Gostaram muito de ter essa oportunidade, de ver esses equipamentos, e um ponto muito positivo que eles levantaram é que as nossas equipes estão muito preparadas. Havia algumas demandas nossas que, eles conhecendo de perto, agora estão caminhando para serem resolvidas com mais facilidade”, afirmou o gerente do Projeto Buriti, Christiano Madruga.

Devido ao avanço da tecnologia, a fábrica da Hemobrás está situada como uma das mais modernas do mundo. O que acabou sendo um desafio até mesmo para os próprios técnicos da Takeda e da IPS. “Nossos técnicos se reuniram e discutiram todas essas estratégias, riscos. Foi muito oportuno fazer esse alinhamento de ideias, sobretudo na visão reguladora e técnica. Foi um exemplo de integração e achamos muito válido”, reforçou Antônio Edson.




Hemobrás inaugura primeira unidade de produção nacional de medicamento recombinante utilizado para hemofilia A

Foi inaugurada, nessa quinta-feira (04.04), a fábrica de medicamentos produzidos por biotecnologia da Hemobrás. A planta, que será a primeira unidade fabril de produção nacional do medicamento Fator VIII recombinante (Hemo-8R), fica localizada na planta da Hemobrás em Goiana, Pernambuco. O Hemo-8R é utilizado por pacientes em tratamento da hemofilia A, condição genética rara que afeta a coagulação do sangue. A cerimônia de inauguração contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e de outros ministros e autoridades, além de representantes de associações de pacientes e do corpo diretivo e funcional da Hemobrás.

A presidenta da Hemobrás, Ana Paula Menezes, relembrou a fundação da empresa pública e celebrou a concretização do projeto. “Estamos prontos para colocar o recombinante na rua e, em breve, estaremos com o presidente Lula e a ministra Nísia para inaugurar a fábrica de hemoderivados. Estamos prontos para qualquer desafio que possa vir no futuro”, declarou.

Equipe conheceu parte do processo produtivo que acontecerá no bloco B07 Foto: Foto: Ricardo Stuckert / PR

A nova fábrica já está em fase de qualificação de equipamentos e processos e estará em pleno funcionamento, produzindo o Hemo-8R 100% nacional, até o final do ano que vem. A capacidade produtiva da planta será de 1,2 bilhão de UI (unidades internacionais) por ano, o que é suficiente para abastecer 100% da demanda do SUS pelo remédio. A Hemobrás trabalha ainda para concluir a implantação da fábrica de hemoderivados e iniciar a sua operação até 2026.

O investimento, que totalizou R$ 1,2 bilhão, representa o maior aporte em biotecnologia na área da saúde no Nordeste brasileiro até o momento. A iniciativa faz parte da estratégia nacional para o desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde.

O presidente Lula se recordou da convivência que teve com o cartunista Henfil e seu irmão, o sociólogo e ativista dos direitos humanos Betinho, que eram pessoas com hemofilia, para destacar a luta dos que sofrem com a doença hereditária. “Eram uns dos gênios da história do Brasil e morreram por serem hemofílicos. Em meio à luta por um Brasil melhor, Betinho e Henfil também travaram uma dura batalha contra as consequências e complicações da hemofilia”, afirmou Lula.

“Era um tempo em que as pessoas com hemofilia sofriam com a falta de tratamento profilático, constantes internações e transfusões de sangue. Uma época em que não tínhamos ainda o rigor de hoje na coleta e destinação das doações de sangue. Perdemos vidas precocemente por não termos tratamento adequado aos portadores de hemofilia. Perdemos Betinho, Henfil e perdemos muitos brasileiros e brasileiras”, disse.

Lula citou a história de Deivid Torres, estagiário da Hemobrás, que foi diagnosticado aos quatro meses de idade, como exemplo de como investimentos em ciência, tecnologia e saúde podem salvar vidas e mudar histórias. “A família dele nunca tinha ouvido falar nessa doença, mas ele pode contar com a implementação da profilaxia e com o medicamento Hemo-8r, este que a Hemobrás está preparada para produzir neste fábrica que inauguramos hoje, essa fábrica que tem em seu quadro de funcionários justamente o companheiro Deivid, que tem o privilégio de poder receber um tratamento adequado, ter uma vida saudável, ativa e promissora, como tem também a oportunidade de trabalhar na empresa que proporciona a ele este benefício”, prosseguiu o presidente.

AMPLIAÇÃO NO ATENDIMENTO – Para a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a Hemobrás é um símbolo da ciência e tecnologia em saúde no Brasil e a inauguração representa um dia muito especial por promover uma ampliação no atendimento aos pacientes que sofrem com o distúrbio na coagulação do sangue. “É um medicamento biológico que requer muita tecnologia e muito conhecimento. Nós visitamos a fábrica com o presidente Lula, visitamos a planta, e a Hemobrás ainda inaugurará a planta de hemoderivados que vai produzir a imunoglobulina, que vai produzir albumina – tecnologias e bases de conhecimento que servirão para vários outros produtos”, ressaltou.

Nísia complementou dizendo que a intenção é também exportar o medicamento para países que não possuem a tecnologia em seus territórios. “A Hemobrás é considerada uma empresa estratégica de defesa, que garante soberania nacional, pois só cinco países detêm a tecnologia que o Brasil agora deterá. É uma etapa muito importante em defesa da vida, em defesa da ciência e tecnologia; na ideia de que o sangue não é mercadoria e que está na origem de todo esse processo, lá na Constituição Federal de 1988”, concluiu a ministra.

Ao nacionalizar a produção de insumos farmacêuticos, o país deve gerar uma economia anual de até US$ 200 milhões, contribuindo para a sustentabilidade do SUS e para a redução da dependência externa de produtos médicos. Esse avanço visa reduzir a vulnerabilidade do SUS frente a emergências de saúde pública e fortalecer a cadeia produtiva nacional de alta complexidade.

EMPREGOS — A inauguração tem forte impacto na geração de empregos da região, com previsão de 2 mil novos postos de trabalho, sendo 1,4 mil diretos e 600 indiretos. O processo de nacionalização do Hemo-8r ocorreu a partir de uma parceria com a empresa japonesa Takeda para transferência de tecnologia. Ainda neste ano, começa localmente o processamento do produto, rotulagem e embalagem. O cronograma culmina na produção brasileira dos insumos, chamados de IFA, em dezembro de 2025. Todas as etapas serão submetidas à análise prévia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, celebrou o impacto na geração de empregos com a inauguração da fábrica em um município da Zona da Mata canavieira pernambucana. “Aqui, antes, só se via cana-de-açúcar e agora podemos enxergar o Brasil falando com autonomia sobre produção importante do nosso complexo científico, farmacêutico, industrial. A gente poder falar também sobre a geração de emprego e renda para essa população que não tinha perspectiva antes da decisão política de garantir diversificação da nossa matriz econômica e permitir que, onde a gente tem filhos de lavradores de cana, a gente pode agora ter meninos e meninas, homens e mulheres, trabalhando na indústria farmacêutica”, pontuou, acrescentando que a iniciativa traz oportunidades também para a população paraibana próxima.

VIDA SAUDÁVEL — A hemofilia é uma condição genética que resulta na falta de proteínas necessárias para a coagulação do sangue. No caso da hemofilia A, o fator sanguíneo deficiente é o Fator VIII. Atualmente, o Brasil é o quarto país com mais hemofílicos do mundo, com cerca de 12 mil portadores da doença. O medicamento Hemo-8r, que será produzido pela Hemobrás, é crucial para o tratamento desses pacientes.

João Pedro Pessoa é hemofílico, faz uso do medicamento para tratar a hemofilia do tipo A e agradeceu os esforços dos trabalhadores da empresa brasileira e do Governo Federal na entrega da nova fábrica. “Eu fico muito feliz e grato em fazer parte da Hemobrás, porque, se não fosse por todos vocês trabalhando, eu não teria essa vida saudável que eu levo hoje. Então eu falo em nome de todos os hemofílicos do Brasil: nós carregamos um pedacinho da Hemobrás em nossos corações”, afirmou.

No caso da hemofilia A, o Hemo-8r é uma alternativa ao medicamento hemoderivado, oriundo do beneficiamento do plasma, extraído das doações de sangue excedentes doadas pelos hemocentros à Hemobrás. A Hemobrás já entrega ao SUS o medicamento.

 




Novo recebimento de medicamento recombinante (Hemo-8r®)

Nesta semana, a Hemobrás, Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia, recebeu uma nova remessa do medicamento Hemo-8r®, Fator VIII de coagulação recombinante, em sua unidade fabril (Goiana-PE). Os frascos contendo o fármaco foram expedidos da fábrica do parceiro transferidor de tecnologia, na cidade de Lessiness/Bélgica, transportados para o Porto de Valência na Espanha, de onde seguiram por via marítima, em navios cargueiros carregados de containers refrigerados, que mantém a temperatura do medicamento entre 2°C e 8°C, até sua entrada no Brasil, pelo porto de Suape, em Pernambuco.

Esta segunda remessa de Hemo-8r® de 2022 foi recebida e armazenada no bloco B05 da indústria farmacêutica Hemobrás, totalizando mais de 101 mil frascos do medicamento nas apresentações farmacêuticas de 250, 500, 1000 e 1500 UI (Unidades Internacionais), para posterior distribuição aos Centros de Tratamentos da Hemofilia (CTH) do país. Esse quantitativo atenderá a pauta de distribuição indicada pelo Ministério da Saúde, para os meses de março e abril, deste ano, mas novos embarques serão recebidos para garantir o tratamento das pessoas com hemofilia usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) ao longo do ano.