Notícia publicada em: 26.08.2011
Elaboração de documentos e registros, validação de processos, gestão de equipamentos, realização de auditorias internas e gestão de erros e de não conformidades. Esses e outros aspectos que têm relação direta com a implantação de um sistema de gestão da qualidade só serão incorporados na cultura dos serviços de hemoterapia brasileiros se outro elemento, fundamental na operacionalização de todos esses processos, for devidamente reconhecido: os profissionais que vão operacionalizar as ações. A declaração foi dada pelo diretor da empresa Via Gestão Assessoria e Capacitação, José Eduardo Fernandes, durante palestra ministrada ontem (24/8) da II Oficina da Hemobrás – Gestão da Qualidade no Serviço de Hemoterapia.
Para Fernandes, as pessoas só participam do mundo que elas ajudam a construir. “É preciso conhecê-las melhor para ver a melhor forma de extrair o que elas têm de melhor. O reconhecimento do desempenho e a participação na construção das ações é a melhor forma de motivá-las”, afirmou. Esse tipo de atitude só é possível em instituições e serviços que implantam uma gestão de recursos humanos integrada aos processos de garantia da qualidade e que definem bem as atividades dos seus trabalhadores. Segundo o especialista, a base é elaborar um plano de carreiras com cargos e funções bem definidos e realizar avaliações periódicas baseadas no desempenho desses profissionais. “Só assim é possível traçar um plano de treinamentos que crie condições para ascensão e reconhecimento, importantes principalmente para os trabalhadores que não têm muitas possibilidades de progressão na carreira. Isso acontece muito nos serviços de hemoterapia, que têm atividades muito especializadas”, complementou.
A II Oficina Hemobrás – Gestão da Qualidade no Serviço de Hemoterapia, realizada com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), tem como objetivo sensibilizar os participantes do evento quanto à necessidade da gestão da qualidade por parte dos hemocentros, fundamental para o aumento da quantidade do plasma humano destinado à indústria. Este hemocomponente é a matéria-prima dos medicamentos que a estatal, vinculada ao Ministério da Saúde, irá produzir, a partir de 2014, na fábrica em construção no município de Goiana, em Pernambuco. O evento reúne, até hoje (25/8), em Brasília, 142 representantes dos 72 principais serviços de hemoterapia públicos e privados de todas as regiões do Brasil.