Hemobrás, Coordenação do Sangue do MS e hemocentros reúnem-se pela primeira vez em Pernambuco

Notícia publicada em: 11.04.2011

O Brasil passará, em breve, a fazer parte do seleto grupo de 15 países no mundo que possuem fábricas de alta complexidade para produção de diversos hemoderivados. A Empresa de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) começará a produzir estes medicamentos em 2014 em Pernambuco, com o objetivo de atender a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) com câncer, aids, hemofilia, entre outras doenças. Até lá, o País tem o desafio de aumentar a quantidade e a qualidade da matéria prima destes remédios: o plasma, que é doado pelos brasileiros nos serviços de hemoterapia do País. No intuito de sensibilizar a sociedade e de trabalhar soluções estratégicas para esta questão, dirigentes da Hemobrás, do Ministério da Saúde e de 33 hemocentros de todo o território nacional encontram-se, de 11 a 12 de abril, na primeira reunião da hemorrede com a Hemobrás, que, pela primeira vez, ocorrerá em Pernambuco, estado que abrigará a primeira fábrica de hemoderivados 100% nacional e a maior deste segmento na América Latina.

Dados mais recentes do Ministério da Saúde (MS) apontam que, em 2009, houve 3,6 milhões de doações de sangue nos hemocentros públicos e privados do País. Com esse volume, a taxa de doação no Brasil chega a 1,9% de sua população. O percentual fica abaixo da faixa de 3% a 5% da população recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha. Cada bolsa doada possui 500 ml de sangue, que é dividido em hemácias, plaquetas e plasma para transfusão. Quase 70% do plasma coletado não são transfundidos e podem ser cedidos à Hemobrás para que esta produza os hemoderivados em uma parceria com a estatal francesa Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), que está realizando a transferência de tecnologia para a fábrica da Hemobrás. Dessa forma, são processados na indústria cerca de 110 mil litros de plasma por ano. Quando em sua operação plena, a fábrica da Hemobrás terá capacidade para processar 500 mil litros de plasma anualmente.

“Precisamos conscientizar a população sobre a importância de doar sangue e sobre o papel estratégico desta fábrica, que irá trazer a autonomia brasileira na produção dos hemoderivados para tratar milhares de pessoas atendidas pelo SUS, reduzirá as despesas com importação destes medicamentos, proporcionará desenvolvimento científico e tecnológico, além de impulsionar o desenvolvimento regional”, pontua Romulo Maciel Filho, presidente da Hemobrás, que fará um panorama da situação atual da empresa aos dirigentes dos hemocentros no encontro da hemorrede. Atualmente, o Brasil despende, por ano, R$ 800 milhões na importação de hemoderivados. A fábrica da Hemobrás está orçada em R$ 540 milhões e se pagará em três anos, a partir do início de sua produção.

Afora o aumento do número de doadores de sangue, faz-se necessário um trabalho conjunto entre os governos federal e estadual na melhoria das condições dos hemocentros para a estocagem do plasma e, consequentemente, de forma a possibilitar o aumento no rendimento desta matéria prima na produção dos hemoderivados. O Ministério da Saúde e a Hemobrás vêm trabalhando em conjunto na qualificação dos serviços de hemoterapia de todo País. Neste ano, a Hemobrás ampliará em 15% o número de hemocentros auditados, chegando a 110 estabelecimentos. “Baseada nestas auditorias, que tiveram início em 2006, a Hemobrás detectou a necessidade de fortalecer a infraestrutura dos hemocentros. Para isso, firmou convênios com o MS para aquisição de equipamentos específicos para congelar, armazenar e monitorar a temperatura do plasma e outros componentes do sangue. Estes aparelhos vêm sendo cedidos para uso dos principais serviços de hemoterapia de Norte a Sul do País”, afirma Luiz Amorim, diretor técnico da empresa.

Promovido pela Hemobrás e apoiado pela Coordenação do Sangue e Hemoderivados do MS, o evento, intitulado 1ª Reunião da Hemorrede de 2011, será realizado no Hotel Dorisol, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes. No primeiro dia do evento, os diretores dos hemocentros, a Hemobrás e o MS debaterão iniciativas visando ao melhor aproveitamento do plasma brasileiro para a produção de hemoderivados. Além da Diretoria-Executiva da Hemobrás e do coordenador-geral da Coordenação de Sangue e Hemoderivados do MS, Guilherme Genovez, a reunião contará com a participação da diretora-geral do Instituto de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio), Clarisse Lobo; e do diretor técnico-científico da Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, Alfredo Mendrone Junior, entre outros expoentes da Hemoterapia e da Hematologia nacional.

No segundo dia do encontro, todo o grupo irá para o município de Goiana-PE, conhecer o canteiro de obras da fábrica da Hemobrás, que terá 48 mil metros quadrados de área construída, num terreno de 25 hectares. As obras atualmente empregam 140 trabalhadores, entre armadores, pedreiros, serventes de pedreiro, carpinteiros, eletricistas, técnicos de segurança do trabalho e enfermeira do trabalho, todos moradores de Goiana-PE. No pico da sua construção, empregará 1 mil trabalhadores. Os primeiros blocos da fábrica serão inaugurados no segundo semestre deste ano já para a estocagem do plasma. Quando estiver em operação, a fábrica produzirá albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX, complexo protrombínico e complexo de von Willebrand. Em atividade plena, a fábrica empregará 360 trabalhadores, além de gerar 2.720 empregos indiretos. Sem contar com o estímulo ao empreendedorismo.

AGENDA – A primeira reunião da hemorrede com a Hemobrás é um importante movimento de política nacional que vem sendo construído ao longo dos últimos meses. Em março, a Hemobrás foi, pela primeira vez, um dos pontos da pauta da assembleia do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass), realizada em Brasília. Na oportunidade, o presidente da estatal, Romulo Maciel Filho, bem como o diretor-técnico da empresa, Luiz Amorim, e o coordenador-geral da Coordenação de Sangue e Hemoderivados do MS, Guilherme Genovez, despertaram a importância da discussão estratégica do assunto, envolvendo governo federal e secretários de saúde que coordenam os hemocentros públicos de todo o País.

 

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Imunoglobulina

São proteínas produzidas pelos linfócitos B, tipo específico de leucócito (célula sanguínea) cuja função é reconhecer, neutralizar e marcar os antígenos para que estes sejam eliminados ou fagocitados pelos macrófagos. Ou seja, age como mecanismo de defesa do organismo contra infecções e agressões externas. 

Indicação – no âmbito terapêutico, é usada principalmente em pessoas com doenças neurológicas, deficiências imunológicas, doenças autoimunes e infecciosas, aids, púrpura, entre outras e no transplante de medula óssea. 

Fator de von Willebrand

É um fator pró-coagulante que circula no plasma sanguíneo. Ele aumenta a adesão de plaquetas ao endotélio lesado e, ao se ligar ao fator VIII, mantém adequados seus níveis plasmáticos. A deficiência quanti ou qualitativa desse fator caracteriza a doença que traz o nome do médico finlandês Erik Adolf von Willebrand, que a descreveu pela primeira vez em 1925. 

Indicação – portadores da coagulopatia de von Willebrand, vinculada a mutação no cromossomo 12, que se manifesta basicamente pela disfunção plaquetária associada à diminuição dos níveis séricos do fator VIII coagulante, existindo também casos raros de forma adquirida da doença. Essa é a doença hemorrágica mais comum e atinge cerca de 2% da população mundial. Ambos os sexos são afetados e os sintomas incluem sangramentos nas gengivas, menstruais prolongados, sangramentos excessivos após pequenos cortes, extração dentária e outras cirurgias.  

Fator IX

O Fator IX é uma das principais proteínas do sistema de coagulação e encontra-se deficiente em pessoas com hemofilia B. 

Indicação – pacientes com hemofilia B, doença genética cujos sintomas são semelhantes aos da hemofilia A.

Fator VIII

O Fator VIII plasmático é uma das proteínas essenciais do sistema de coagulação sanguínea e sua falta causa a hemofilia A, chamada de hemofilia clássica, doença genética ligada ao sexo.  

Indicação – usado no tratamento das pessoas com hemofilia A, doença caracterizada por hemorragias nas articulações, músculos, trato digestivo e cérebro. Como a doença é ligada ao cromossomo X, um homem (XY) com um gene anormal no seu cromossomo X terá hemofilia. No caso da mulher (XX), ela só apresenta a doença, se os dois cromossomos X estiverem afetados, o que é muito raro. Quando um só é atingido, ela poderá passar o gene ao seu filho. A incidência estimada da doença é de 1 para 5mil homens e 1 para cada 25 milhões de mulheres. O Fator VIII plasmático tem a mesma função do Hemo-8r (nosso fator VIII recombinante): combater sangramentos e realizar o tratamento profilático de pacientes com hemofilia A. A reposição do fator VIII restaura a hemostasia nesses pacientes. 

Entregas

Entregas em 2022: 82.981 frascos. 

Atualizado em 24/08/2022.

Albumina

Albumina humana é a principal proteína encontrada no plasma sangue. Sua síntese ocorre no fígado, pelos hepatócitos. Exerce papel fundamental na manutenção da pressão osmótica, distribuindo os líquidos corporais nos espaços intra e extravascular. 

Indicação – é usada no tratamento de grandes queimados ou de pessoas com hemorragias graves, cirrose, insuficiência renal, septicemias, e ainda em transplantes de fígado e cirurgias cardíacas. 

Hemo-8r
(Fator VIII recombinante)

O Hemo-8r é o nosso Fator VIII recombinante. Ele é o nosso primeiro produto registrado e distribuído com a nossa marca. O Hemo-8r é fundamental para a nova fase do tratamento da Hemofilia A no Brasil com a ampliação da profilaxia, que é a maneira mais eficaz para prevenir os sangramentos espontâneos e sequelas nas pessoas portadoras da coagulopatia.

Possui a mesma eficácia do Fator VIII plasmático, mas não depende das doações de sangue para ser produzido, o que vai permitir que a maioria das pessoas portadoras de Hemofilia A possam fazer o tratamento profilático no futuro.

Recombinantes

Medicamentos recombinantes são produzidos por engenharia genética através do uso da “tecnologia de DNA recombinante”. Nessa técnica, um gene responsável pela síntese de uma proteína específica, é inserido numa célula que será responsável pela expressão da mesma. Essa célula modificada se reproduz num meio com nutrientes e expressa uma grande quantidade da proteína. O produto final é obtido após a purificação da proteína e utilização na fabricação do medicamento.

Atualmente, temos um processo de transferência de tecnologia de medicamento recombinante com o laboratório Takeda, para a produção do Hemo-8r, o Fator VIII recombinante.

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