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Governo federal e estadual reforçam caráter estratégico da produção de hemoderivados e biotecnológicos em Pernambuco

Em visita à fábrica da Hemobrás nessa segunda-feira (15), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reafirmou o compromisso do Governo Federal com a produção nacional de medicamentos hemoderivados. “A Hemobrás é o maior investimento em biotecnologia na região Nordeste e, desde quando foi concebida, já era com essa visão de descentralizar o desenvolvimento cientifico e tecnológico na perspectiva do Sistema Único de Saúde (…).  É muito importante que ela se complete plenamente e que possa atender as necessidades da nossa população”, afirmou a ministra. Também estiveram na fábrica a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, a vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause, deputados federais, estaduais, vereadores, o prefeito de Goiana, secretários e equipe do Ministério da Saúde.

Seguindo a mesma linha do reconhecimento da importância estratégica da indústria de hemoderivados, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação falou sobre o aporte de recursos especificamente para pesquisas na área. “Vamos abrir editais específicos para essa área de hemoderivados para reforçar esse esforço. Esse desafio de sermos autônomos é uma questão de soberania nacional”, apontou Luciana Santos. A ministra destacou que o Brasil tem um déficit de R$ 1,5 bilhão por ano na área e que é uma necessidade do país diminuir a dependência de produtos agregados em todo o Complexo Industrial da Saúde, o que inclui medicamentos, insumos e equipamentos.

O presidente da Hemobrás, Antonio Edson Lucena, comemorou o reconhecimento da importância da empresa, além do seu fortalecimento. “É fundamental a participação do Governo no empreendimento em que ele é o maior acionista. Nossa matéria-prima é o plasma humano e, com isso, a gente tem que interagir com todos os hemocentros do país, seja ele público ou privado, para que a gente tenha esse bem que não é comercializável”, explicou o presidente. A partir do fracionamento do plasma humano, a Hemobrás entrega ao SUS os medicamentos albumina, imunoglobulina, fator VIII e fator IX de coagulação.

REGIONALIZAÇÃO – A vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause, lembrou que Pernambuco é um Estado de vanguarda na política de sangue do Brasil desde a década de 70 e falou sobre a importância de ter a fábrica na região. “É fundamental a existência, a permanência e o significado da Hemobrás aqui em Pernambuco. (…) A empresa movimenta toda uma cadeia produtiva, que vai desde os insumos até a qualificação de pessoas”, apontou a vice-governadora.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, que acompanhou as discussões iniciais para trazer a Hemobrás ao estado, falou do orgulho em ver a indústria farmacêutica consolidada: “É uma alegria especial retornar aqui, usar esse colete com a logomarca da Hemobrás, andar aqui nesse chão que um dia eu andei quando era cana de açúcar e saber que todo sacrifício daquela época, todo debate que a gente participou, todo desgaste que tivemos à época ele está se pagando. Entrar aqui é olhar pra trás e dizer que valeu a pena”, finalizou.

RECOMBINANTE –
Além dos hemoderivados, a Hemobrás também distribui ao SUS o medicamento recombinante Hemo-8R, essencial para tratamento da hemofilia A. O bloco produtivo do recombinante tem previsão de entrega no segundo semestre de 2023.




No mês das mães, o Hemocast traz os relatos da mãe de uma criança com hemofilia

A mãe, quando presente, é uma das figuras mais importantes da vida de um filho. Considerada o primeiro elo afetivo da criança, a ligação entre mãe e filho começa antes mesmo do nascimento, ainda durante a fase de gestação.

Quando a criança é diagnosticada com hemofilia, a figura materna é ainda mais essencial na vida do filho, seja pelo seu apoio e acolhimento, ou pelos cuidados e a busca do tratamento.

Com o objetivo de entender mais sobre essa relação de uma mãe com um filho com hemofilia, o Hemocast deste mês entrevistou Shirley Matos, professora e mãe de Felipe, diagnosticado com hemofilia aos 11 meses de idade. No episódio, Shirley contou como foi descobrir o diagnóstico do seu filho, o que ela aprendeu sobre a experiência e como as futuras mães devem proceder ao receber a notícia do diagnóstico.

O episódio já está disponível no Spotify. Pode divulgar entre os amigos, colegas e familiares. Sugestões de pautas podem ser enviadas para ascom@hemobras.gov.br. Já deu o play?

Link do episódio: https://open.spotify.com/episode/4Bc7q8IVq2jDrKL6Yhdv6w




Hemobrás participa de evento de pessoas com hemofilia no Hemope

A Associação Pernambucana de Pessoas com Hemofilia (Aphemo) realizou na manhã desta quinta-feira (11), no auditório do Hospital de Hematologia do Hemope, o encontro anual para lembrar o Dia Mundial da Hemofilia, que foi dia 17 de Abril. Participaram do evento, além da diretoria da Aphemo, pessoas que fazem o acompanhamento para o tratamento da hemofilia e familiares, médicos e enfermeiros do Hemope e representantes da Hemobrás.

Na ocasião, houve exposições feitas pelos médicos e enfermeiros do Hemope sobre a evolução do tratamento da hemofilia ao longo do tempo e também sobre a educação para esse tratamento. Em paralelo, as crianças realizaram atividades de leitura, desenho e conscientização sobre a hemofilia.

Mãe de um paciente com hemofilia, Disoneide falou no evento sobre a importância do tratamento na qualidade de vida do seu filho. “Os sangramentos reduzem demais, minha criança estuda, faz esporte, e tem uma vida completamente normal, igual às outras crianças. Você reduz a hemofilia para ser só um título”, disse a mãe.

O evento também teve como finalidade promover o contato entre profissionais de saúde, pessoas com hemofilia e familiares, visando a troca de experiências e uma conscientização sobre a importância de buscar o tratamento, como declarou a médica hematologista Ana Vanderlei. “O Hemope tem uma equipe multidisciplinar, e aqui o paciente é orientado desde como lavar as mãos até a como fazer a infusão, o paciente leva para casa [o fator de coagulação] como profilaxia para fazer a reposição antes de ter o sangramento, mas ele tem que ter essa obediência de fazer a reposição mesmo sem o sangramento.”

O presidente da associação, Jamerson Nascimento, falou sobre a importância do evento para as famílias de pessoas com hemofilia para ele como pai de um paciente. “Fui um pai que chegou aqui apenas com o diagnóstico do filho e foi num evento parecido com esse, encontrei informações sobre a doença, uma oportunidade de conversar informalmente com os profissionais que iriam tratar do meu filho durante a vida inteira. Eu encontrei também outros familiares, outros pacientes de diferentes momentos da hemofilia e não existe aprendizado maior do que essa interação. E isso me transformou, tanto psicologicamente, para aceitar a situação, mas como também tecnicamente, para poder dar o melhor em termos de tratamento”, declarou o presidente.

A Hemobrás participou do evento em parceria com a Aphemo e o Hemope, e reiterou seu compromisso de continuar abastecendo o Sistema Único de Saúde (SUS) com os medicamentos necessários ao tratamento da hemofilia. A empresa fornece ao Ministério da Saúde os fatores VIII e IX de coagulação plasmáticos e o fator VIII recombinante que são utilizados por pessoas com hemofilia dos tipos A e B.




Ministério da Saúde destaca importância estratégica e tecnológica da Hemobrás para o país

Nessa terça-feira (9), a Hemobrás recebeu a visita do secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha. O secretário discutiu com a direção da empresa assuntos estratégicos relacionados à produção e ao fornecimento dos medicamentos hemoderivados, acompanhou a triagem do plasma e também esteve na obra do bloco produtivo do medicamento recombinante, com inauguração prevista para o segundo semestre de 2023.

“O que eu acabei de ver é uma perspectiva que a gente vem defendendo na atual Política Nacional de Saúde, que a saúde é desenvolvimento, que a saúde é investimento. O que eu vi foi uma planta, uma unidade tecnológica mais do que uma fábrica, aqui no Nordeste, em Pernambuco, que aponta para uma direção de que o Brasil pode entrar em uma 4ª Revolução Tecnológica Industrial voltada para o direito à vida”, destacou o secretário. Gadelha apontou que os produtos Hemobrás, tanto os hemoderivados como o Fator VIII Recombinante, são todos para a vida da população brasileira, usam altíssima tecnologia e mostram que o Nordeste é uma oportunidade de desenvolvimento para o Brasil.

PEC 10/22 – O secretário aproveitou a oportunidade para expressar o posicionamento contrário do Ministério da Saúde a respeito do Projeto de Emenda à Constituição nº10/2022, que prevê a doação remunerada do plasma.

“A proposta de emenda aprofunda tudo que a gente não quer no momento atual: um modelo baseado na extração de recursos naturais. Com a aprovação, correríamos o risco de ser um modelo que extrai o próprio sangue da população brasileira para ser comercializado fora do Brasil. Isso é inaceitável porque o que eu vi aqui em Pernambuco, na Hemobrás, é que nós temos capacidade tecnológica para gerar conhecimento e tecnologia no Brasil baseado numa ação solidária de doação de sangue”, reforça o secretário Carlos Gadelha.

Atualmente, a PEC 10/22 está em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A Hemobrás também já manifestou posicionamento contrário à proposta.

CAPACIDADE – Ao operar em pleno funcionamento, a Hemobrás se tornará a maior fábrica de medicamentos hemoderivados da América Latina. Com a retomada da gestão do plasma em 2020, a empresa já forneceu ao SUS um número recorde de medicamentos hemoderivados em 2022.

E no segundo semestre deste ano será inaugurado o bloco produtivo do Fator VIII Recombinante, medicamento produzido por engenharia genética e utilizado pelos pacientes com hemofilia A. Em 2022, a Hemobrás distribuiu 760 milhões de unidades internacionais (UI’s) do medicamento ao SUS.




Hemobrás participa do 7º Simpósio Internacional em Imunobiológicos da Fiocruz

Entre os dias 2 e 4 de maio, a Hemobrás participou da 7ª edição do Simpósio Internacional em Imunobiológicos (ISI), organizada por Bio-Manguinhos/Fiocruz, no Rio de Janeiro. A empresa participou com um estande para divulgação institucional e estabelecimento de diálogo com público de interesse. Além disso, houve palestras, workshops e visita guiada à planta de produção de vacina, ao Museu da Vida e ao castelo da Fiocruz.

Para a diretora de Administração e Finanças da Hemobrás, Luciana Silveira, o evento reforçou que a saúde é uma área crítica do desenvolvimento econômico, representando 10% do PIB nacional. “A ideia central do evento foi a de construção de um cenário prospectivo, com estratégias e uma política de desenvolvimento da indústria nacional em linha com as diretrizes do Ministério da Saúde que objetiva adotar a saúde como estratégia de Estado visando alcançar 70% de produção nacional em insumos para a área e, ao mesmo tempo, fortalecer a economia superando o déficit comercial, reduzindo a dependência do Brasil do mercado internacional”, avaliou. Na visão da diretora, a Hemobrás está inserida nesse novo cenário e se destaca como um ativo importante para o nosso país.

O evento trouxe discussões importantes na área da inovação, saúde e tecnologia. Para a gerente de Produtos e Suprimentos Farmacêuticos da Hemobrás, Suelene Oliveira, a participação de profissionais da Hemobrás em eventos do porte do 7º ISI gera conhecimento de ponta, além da oportunidade de ampliação do networking entre experts para acelerar o desenvolvimento de soluções em biotecnologia para os problemas de saúde pública. “Destacaria os trabalhos científicos relacionados à neutralização de cepas do COVID e a atualização da plataforma dos testes NAT que, além de detectar os vírus HIV, HBV e HCV, está contemplando um outro agravo, a malária, ampliando assim a segurança transfusional do país reduzindo a janela imunológica. Este último tem ainda a possibilidade de acrescentar mais agravos de interesse da indústria farmacêutica de hemoderivados”, explicou.

Foram 920 inscritos no simpósio presencial que também teve transmissão online. A enfermeira Luciana Brito, 41 anos, sempre participa do ISI e, na edição deste ano, conheceu a Hemobrás. “Não sabia da existência, mas fiquei muito feliz em saber que ela existe, que é uma empresa pública e que é responsável pela produção de medicamentos tão importantes”, comemorou a enfermeira.




Membros do Ministério Público realizam visita técnica à Hemobrás

Na última sexta-feira (28.04), representantes do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público de Contas junto ao TCU (MPTCU) estiveram na fábrica da Hemobrás, em Goiana, Pernambuco, para acompanhar a evolução da obra da fábrica de recombinante e discutir possíveis impactos da PEC 10/22.

“Nós realizamos mais uma visita técnica aqui na Hemobrás e estamos observando o progresso na implantação da empresa, já com a fábrica de recombinantes em processo final de conclusão”, afirmou o Procurador do MPTCU, Marinus Marsico. O bloco produtivo do Fator VIII Recombinante será inaugurado no segundo semestre deste ano.

Além disso, os membros do Ministério Público discutiram com representantes da Hemobrás os impactos que uma possível aprovação da PEC 10/22 pode trazer a toda a Política Nacional do Sangue. “Nós observamos que, em princípio, seria necessário um estudo mais abalizado para autorizar que houvesse pagamentos a doadores exclusivamente para a extração de materiais importantes para a indústria. Se houver essa autorização, o material destinado aos hospitais pode perder o quantitativo necessário, que já é pouco, escasso, e isso não atende ao interesse público”, afirmou a Procuradora da República, Silvia Pontes.

Nos próximos dias, a questão deve ser discutida no grupo de trabalho criado para acompanhar o desenvolvimento das questões dos hemoderivados no país.




Pessoas com hemofilia se reúnem em associações para compartilhar experiências

Quem convive com a hemofilia precisa manter o tratamento de reposição dos fatores de coagulação sempre em dia. No caso de quem possui hemofilia A, é necessário repor o fator VIII de coagulação, já para quem possui hemofilia do tipo B, o fator a ser reposto é o IX. No Brasil, esses medicamentos são disponibilizados no Sistema Único de Saúde de forma gratuita e fornecidos ao Ministério da Saúde pela Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), uma indústria considerada estratégica para o país.

A hemofilia é uma doença genética, rara e que não tem cura. A partir do diagnóstico, toda a estrutura da família de uma pessoa com hemofilia sofre alterações.  Para viver com qualidade de vida, além de acompanhamento médico e medicamentos adequados, uma rede de apoio é importante, como as associações de pacientes que estão espalhadas por todo Brasil. Em entrevista para o podcast da Hemobrás, Hemocast, o presidente da Associação de Hemofílicos do Mato Grosso do Sul, Neder Santos, destacou algumas atividades dessas organizações. “Buscar alternativas junto ao Estado por um tratamento adequado, a busca de políticas públicas nos âmbitos estadual e municipal, sem falar da informação que a gente leva, a qualificação de profissionais realizando palestras e simpósios, coisas que sempre trazem ganhos aos pacientes”, disse.  No Mato Grosso do Sul, mais de 160 pessoas participam da associação presidida por Neder, que alcança essas pessoas atuando em parceria com o próprio hemocentro local.

Em Pernambuco, a Associação Pernambucana de Hemofílicos (AHPE) também atua na chave de fornecer informações aos pacientes com hemofilia, com a finalidade de garantir o direito de acesso ao tratamento de forma facilitada. O presidente Jamerson Nascimento, que se engajou na entidade após o diagnóstico de hemofilia do filho ainda nos primeiros meses de vida, falou de forma prática sobre as atividades da associação. “Você {o hemofílico} tem direito ao acesso à medicação, ao treinamento para o uso dessa medicação, a todo o aparato multidisciplinar, seja do médico hematologista, seja do ortopedista, seja de um assistente social”, destacou o presidente.

Se você é ou conhece uma pessoa com hemofilia, busque a associação do seu estado para compartilhar experiências e aumentar a rede de apoio.

E se ainda não ouviu, clique abaixo e confira a série de 3 episódios do Hemocast em alusão ao dia mundial da pessoa com hemofilia, lembrada em 17 de Abril.




Senadores visitam a Hemobrás e participam de audiência pública para discutir PEC do Plasma

Parlamentares e outras autoridades públicas participaram de agendas nessa segunda-feira (24.04) para discutir os impactos da Proposta de Emenda à Constituição n° 10/2022 que traz consequências a todo o Sistema do Sangue do Brasil. Houve reunião e visita na fábrica da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) em Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. A sociedade civil também pôde participar de uma audiência pública realizada no plenarinho da Câmara Municipal do Recife.

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado, representada pelo senador Humberto Costa e a senadora Zenaide Maia, esteve na fábrica da Hemobrás onde acompanhou as atividades de acondicionamento e de triagem do plasma, além das obras em fase de finalização do bloco produtivo do medicamento recombinante, Hemo-8R, usado para tratamento da Hemofilia A e com previsão de entrega no segundo semestre de 2023.

“Ficamos bastante impressionados com os avanços e com a relevância que esse investimento tem para a política de sangue no Brasil. Nós vimos a capacidade da Hemobrás no fracionamento dos hemoderivados em um curto espaço de tempo para assim garantir a autossuficiência do país na produção de medicamentos hemoderivados”, afirmou o senador Humberto Costa.

A senadora Zenaide Maia lembrou que a comercialização do sangue é proibida pela Constituição Federal de 1988. “Não é possível que a gente vá permitir essa comercialização de parte do corpo humano, nós já temos o diagnóstico e viemos confirmar que a Hemobrás pode sim garantir essa fabricação dos derivados do plasma”, afirmou a senadora.

AUDIÊNCIA PÚBLICA – A reunião na Câmara do Recife foi organizada pela vereadora Liana Cirne e conduzida pelo senador Humberto Costa. Os participantes mostraram preocupação caso a PEC seja aprovada já que coloca em risco a segurança que se alcançou ao longo de mais de 30 anos de doação voluntária, altruísta e não-remunerada. Além disso, a redação da Proposta de Emenda à Constituição não garante que o possível plasma captado por empresas privadas no Brasil seja exclusivamente para a produção de hemoderivados para serem usados no país, nem que será destinado ao SUS, como acontece hoje com os medicamentos distribuídos pela Hemobrás. 

Para o presidente da Hemobrás, Antônio Edson Lucena, as empresas internacionais estão enxergando no Brasil um possível fornecedor internacional de plasma. “As empresas internacionais viram a mina de ouro que nós temos aqui. Elas veem que temos um sistema seguro e estão buscando aqui essa fonte de plasma para poder abastecer o mercado internacional”, detalhou o presidente. Na visão de Elton Chaves, representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), a PEC traz um risco de ampliar a desigualdade no acesso a medicamentos no Brasil, visão compartilhada por Leonardo Vilella, representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). “A Hemobrás significa independência tecnológica e segurança para os brasileiros que precisam de hemoderivados para se manterem vivos. Nós vimos durante a pandemia da Covid o que é depender de outros países, nós vimos falta de medicamentos, de vacinas, de insumos, de tudo. Na hora do aperto, cada país garante primeiro os seus suprimentos para depois fornecer para os outros”, opinou o representante do Conass.

Também participaram da audiência pública Leandro Safatle, secretário adjunto da SECTICS do Ministério da Saúde, Rosano Carvalho, superintendente do Ministério da Saúde em Pernambuco, Bárbara Florêncio, secretária-executiva de Gestão Estratégica da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco e Gessyane Paulino, diretora-presidente do Hemope. Professores e gestores da área hospitalar e médica também se mostraram contrários à aprovação da PEC do Plasma.

HEMOBRÁS – A empresa, além de ser a responsável pela gestão do plasma brasileiro, trabalha hoje nos processos de transferência de tecnologia para que toda a produção dos medicamentos hemoderivados e biotecnológico aconteça em solo nacional. Atualmente, a Hemobrás qualifica hemocentros de todo o país, recolhe, armazena e tria o plasma brasileiro que é enviado temporariamente ao exterior e retorna ao Brasil como os medicamentos Albumina, Imunoglobulina, Fator VIII e Fator IX de Coagulação. Em 2022, a empresa enviou 100 mil litros de plasma para fracionamento e distribuiu quantidade recorde de hemoderivados. Os medicamentos são enviados ao Ministério da Saúde para uso dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).




Hemobrás participa de audiência pública que discute PEC do plasma

Nesta terça-feira (18), foi realizada uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal para discutir a Proposta de Emenda à Constituição n° 10, de 2022. A PEC do Plasma, como tem sido chamada, altera o art. 199 da Constituição Federal para dispor sobre as condições e os requisitos para a coleta e o processamento de plasma humano. O presidente da Hemobrás, Antonio Edson de Lucena, foi um dos convidados da audiência pública que discutiu a produção de hemoderivados no Brasil.

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia já se manifestou contrária à proposta. Em nota publicada no site e nas redes sociais, a Hemobrás mostrou preocupação caso as doações passem a ser remuneradas no Brasil. “Os critérios de triagem de doadores, longe da vinculação comercial, foi uma escolha acertada da Constituinte de 1988 que contribuiu para a segurança transfusional do país. A justificativa dos defensores da PEC é o não aproveitamento industrial do plasma no período que vai de 2016 a 2020. Essa situação não existe atualmente, pois o beneficiamento tem ocorrido regularmente e os hemoderivados já estão sendo utilizados pelos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma a nota.

Além do presidente da Hemobrás, também participaram da discussão Antonio Condino Neto, professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Jucaira Giusti, representante da Associação “Eu Luto Pela Imuno Brasil” (ELPI), Luiz Ribas, médico e professor da Universidade do Paraná (UFPR), Gesmar Rodrigues Silva Segundo, professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e presidente da Sociedade Latino Americana de Imunodeficiências, Paulo Tadeu de Almeida, Hematologista e Presidente da Associação Brasileira de Banco de Sangue (ABBS), Luciana Maria de Barros Carlos, diretora-geral do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), e Helder Melo, assessor da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde (SAES/MS).

A audiência pública para discutir a matéria foi proposta pela senadora Daniella Ribeiro (PSD/PB), senadora Mara Gabrilli (PSD/SP), senadora Augusta Brito (PT/CE), senador Humberto Costa (PT/PE) e senador Carlos Viana (PODEMOS/MG).

LEIA MAIS
Posicionamento Hemobrás sobre a PEC 10/2022 – Portal Hemobrás (hemobras.gov.br)




Tratamento profilático fornecido pela Hemobrás garante saúde e qualidade de vida às pessoas com hemofilia

Mais de 13 mil brasileiros convivem com a hemofilia, uma doença genética rara e sem cura, em que os pacientes apresentam dificuldade na coagulação sanguínea. Esse dado coloca o Brasil em quarto lugar na lista de países com mais pessoas com hemofilia, atrás apenas da Índia, China e Estados Unidos, segundo informações da Federação Mundial de Hemofilia. O dia 17 de abril é lembrado mundialmente como dia da hemofilia, com a finalidade de conscientizar a população sobre o diagnóstico e tratamento correto da doença, que pode proporcionar ao paciente uma melhor qualidade de vida, permitindo que este tenha uma vida sem restrições.

Existem dois tipos de hemofilia: a hemofilia tipo A e a hemofilia tipo B. A primeira é a mais comum e ocorre quando há deficiência de produção do fator VIII de coagulação. Já a segunda ocorre quando o fator IX não é gerado ou é produzido em pouca quantidade. A doença pode se manifestar de forma leve, moderada e grave. Geralmente o diagnóstico é feito ainda na infância e, na grande maioria, acomete homens. A hemofilia leva o paciente a apresentar sangramentos espontâneos, geralmente nas articulações e músculos. Por essa razão, a pessoa com hemofilia precisa receber a reposição do fator de coagulação deficiente, além de um acompanhamento multidisciplinar com profissionais de várias áreas.

No Brasil, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) é a responsável por distribuir os medicamentos essenciais ao tratamento das pessoas com hemofilia. A empresa pioneira, com fábrica em Pernambuco, é ligada ao Ministério da Saúde, e tem no seu portfólio o Fator VIII e o Fator IX Plasmático, medicamentos hemoderivados, e o Fator VIII Recombinante, o Hemo-8R, produzido por engenharia genética.

O empreendedor Amarílio Ramos, 32 anos, do Mato Grosso do Sul, faz uso do medicamento Hemo-8R e destacou a importância de receber a medicação de forma preventiva. “Profilaxia para mim é liberdade. Tomando o Fator VIII de forma preventiva eu alcanço uma liberdade que jamais pensei. Antes eu vivia com dores, tendo sangramentos espontâneos, já aconteceu de eu ter sangramentos seis vezes na semana. A profilaxia mudou a minha vida, só tenho a agradecer por esse tratamento incorporado pelo SUS. Hoje eu tenho o medicamento para o mês todo, eu pego no hemocentro todo mês e tenho segurança”, declarou ele. Amarílio foi o convidado do Hemocast de abril e a entrevista na íntegra está disponível no spotify.

Em 2022, a Hemobrás distribui mais de 1,2 milhão de frascos de Hemo-8R. Em 2023, mais de 300 mil frascos de medicamento já foram entregues aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, em 2022 foram distribuídos 26400 frascos de Fator VIII e 48114 frascos de Fator IX. Com os medicamentos, é possível estabelecer o tratamento profilático, que garante saúde e qualidade de vida às pessoas com hemofilia do Brasil, como Amarílio Ramos.