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Pessoas com hemofilia se reúnem em associações para compartilhar experiências

Quem convive com a hemofilia precisa manter o tratamento de reposição dos fatores de coagulação sempre em dia. No caso de quem possui hemofilia A, é necessário repor o fator VIII de coagulação, já para quem possui hemofilia do tipo B, o fator a ser reposto é o IX. No Brasil, esses medicamentos são disponibilizados no Sistema Único de Saúde de forma gratuita e fornecidos ao Ministério da Saúde pela Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), uma indústria considerada estratégica para o país.

A hemofilia é uma doença genética, rara e que não tem cura. A partir do diagnóstico, toda a estrutura da família de uma pessoa com hemofilia sofre alterações.  Para viver com qualidade de vida, além de acompanhamento médico e medicamentos adequados, uma rede de apoio é importante, como as associações de pacientes que estão espalhadas por todo Brasil. Em entrevista para o podcast da Hemobrás, Hemocast, o presidente da Associação de Hemofílicos do Mato Grosso do Sul, Neder Santos, destacou algumas atividades dessas organizações. “Buscar alternativas junto ao Estado por um tratamento adequado, a busca de políticas públicas nos âmbitos estadual e municipal, sem falar da informação que a gente leva, a qualificação de profissionais realizando palestras e simpósios, coisas que sempre trazem ganhos aos pacientes”, disse.  No Mato Grosso do Sul, mais de 160 pessoas participam da associação presidida por Neder, que alcança essas pessoas atuando em parceria com o próprio hemocentro local.

Em Pernambuco, a Associação Pernambucana de Hemofílicos (AHPE) também atua na chave de fornecer informações aos pacientes com hemofilia, com a finalidade de garantir o direito de acesso ao tratamento de forma facilitada. O presidente Jamerson Nascimento, que se engajou na entidade após o diagnóstico de hemofilia do filho ainda nos primeiros meses de vida, falou de forma prática sobre as atividades da associação. “Você {o hemofílico} tem direito ao acesso à medicação, ao treinamento para o uso dessa medicação, a todo o aparato multidisciplinar, seja do médico hematologista, seja do ortopedista, seja de um assistente social”, destacou o presidente.

Se você é ou conhece uma pessoa com hemofilia, busque a associação do seu estado para compartilhar experiências e aumentar a rede de apoio.

E se ainda não ouviu, clique abaixo e confira a série de 3 episódios do Hemocast em alusão ao dia mundial da pessoa com hemofilia, lembrada em 17 de Abril.




Senadores visitam a Hemobrás e participam de audiência pública para discutir PEC do Plasma

Parlamentares e outras autoridades públicas participaram de agendas nessa segunda-feira (24.04) para discutir os impactos da Proposta de Emenda à Constituição n° 10/2022 que traz consequências a todo o Sistema do Sangue do Brasil. Houve reunião e visita na fábrica da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) em Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. A sociedade civil também pôde participar de uma audiência pública realizada no plenarinho da Câmara Municipal do Recife.

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado, representada pelo senador Humberto Costa e a senadora Zenaide Maia, esteve na fábrica da Hemobrás onde acompanhou as atividades de acondicionamento e de triagem do plasma, além das obras em fase de finalização do bloco produtivo do medicamento recombinante, Hemo-8R, usado para tratamento da Hemofilia A e com previsão de entrega no segundo semestre de 2023.

“Ficamos bastante impressionados com os avanços e com a relevância que esse investimento tem para a política de sangue no Brasil. Nós vimos a capacidade da Hemobrás no fracionamento dos hemoderivados em um curto espaço de tempo para assim garantir a autossuficiência do país na produção de medicamentos hemoderivados”, afirmou o senador Humberto Costa.

A senadora Zenaide Maia lembrou que a comercialização do sangue é proibida pela Constituição Federal de 1988. “Não é possível que a gente vá permitir essa comercialização de parte do corpo humano, nós já temos o diagnóstico e viemos confirmar que a Hemobrás pode sim garantir essa fabricação dos derivados do plasma”, afirmou a senadora.

AUDIÊNCIA PÚBLICA – A reunião na Câmara do Recife foi organizada pela vereadora Liana Cirne e conduzida pelo senador Humberto Costa. Os participantes mostraram preocupação caso a PEC seja aprovada já que coloca em risco a segurança que se alcançou ao longo de mais de 30 anos de doação voluntária, altruísta e não-remunerada. Além disso, a redação da Proposta de Emenda à Constituição não garante que o possível plasma captado por empresas privadas no Brasil seja exclusivamente para a produção de hemoderivados para serem usados no país, nem que será destinado ao SUS, como acontece hoje com os medicamentos distribuídos pela Hemobrás. 

Para o presidente da Hemobrás, Antônio Edson Lucena, as empresas internacionais estão enxergando no Brasil um possível fornecedor internacional de plasma. “As empresas internacionais viram a mina de ouro que nós temos aqui. Elas veem que temos um sistema seguro e estão buscando aqui essa fonte de plasma para poder abastecer o mercado internacional”, detalhou o presidente. Na visão de Elton Chaves, representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), a PEC traz um risco de ampliar a desigualdade no acesso a medicamentos no Brasil, visão compartilhada por Leonardo Vilella, representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). “A Hemobrás significa independência tecnológica e segurança para os brasileiros que precisam de hemoderivados para se manterem vivos. Nós vimos durante a pandemia da Covid o que é depender de outros países, nós vimos falta de medicamentos, de vacinas, de insumos, de tudo. Na hora do aperto, cada país garante primeiro os seus suprimentos para depois fornecer para os outros”, opinou o representante do Conass.

Também participaram da audiência pública Leandro Safatle, secretário adjunto da SECTICS do Ministério da Saúde, Rosano Carvalho, superintendente do Ministério da Saúde em Pernambuco, Bárbara Florêncio, secretária-executiva de Gestão Estratégica da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco e Gessyane Paulino, diretora-presidente do Hemope. Professores e gestores da área hospitalar e médica também se mostraram contrários à aprovação da PEC do Plasma.

HEMOBRÁS – A empresa, além de ser a responsável pela gestão do plasma brasileiro, trabalha hoje nos processos de transferência de tecnologia para que toda a produção dos medicamentos hemoderivados e biotecnológico aconteça em solo nacional. Atualmente, a Hemobrás qualifica hemocentros de todo o país, recolhe, armazena e tria o plasma brasileiro que é enviado temporariamente ao exterior e retorna ao Brasil como os medicamentos Albumina, Imunoglobulina, Fator VIII e Fator IX de Coagulação. Em 2022, a empresa enviou 100 mil litros de plasma para fracionamento e distribuiu quantidade recorde de hemoderivados. Os medicamentos são enviados ao Ministério da Saúde para uso dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).




Hemobrás participa de audiência pública que discute PEC do plasma

Nesta terça-feira (18), foi realizada uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal para discutir a Proposta de Emenda à Constituição n° 10, de 2022. A PEC do Plasma, como tem sido chamada, altera o art. 199 da Constituição Federal para dispor sobre as condições e os requisitos para a coleta e o processamento de plasma humano. O presidente da Hemobrás, Antonio Edson de Lucena, foi um dos convidados da audiência pública que discutiu a produção de hemoderivados no Brasil.

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia já se manifestou contrária à proposta. Em nota publicada no site e nas redes sociais, a Hemobrás mostrou preocupação caso as doações passem a ser remuneradas no Brasil. “Os critérios de triagem de doadores, longe da vinculação comercial, foi uma escolha acertada da Constituinte de 1988 que contribuiu para a segurança transfusional do país. A justificativa dos defensores da PEC é o não aproveitamento industrial do plasma no período que vai de 2016 a 2020. Essa situação não existe atualmente, pois o beneficiamento tem ocorrido regularmente e os hemoderivados já estão sendo utilizados pelos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma a nota.

Além do presidente da Hemobrás, também participaram da discussão Antonio Condino Neto, professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Jucaira Giusti, representante da Associação “Eu Luto Pela Imuno Brasil” (ELPI), Luiz Ribas, médico e professor da Universidade do Paraná (UFPR), Gesmar Rodrigues Silva Segundo, professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e presidente da Sociedade Latino Americana de Imunodeficiências, Paulo Tadeu de Almeida, Hematologista e Presidente da Associação Brasileira de Banco de Sangue (ABBS), Luciana Maria de Barros Carlos, diretora-geral do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), e Helder Melo, assessor da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde (SAES/MS).

A audiência pública para discutir a matéria foi proposta pela senadora Daniella Ribeiro (PSD/PB), senadora Mara Gabrilli (PSD/SP), senadora Augusta Brito (PT/CE), senador Humberto Costa (PT/PE) e senador Carlos Viana (PODEMOS/MG).

LEIA MAIS
Posicionamento Hemobrás sobre a PEC 10/2022 – Portal Hemobrás (hemobras.gov.br)




Tratamento profilático fornecido pela Hemobrás garante saúde e qualidade de vida às pessoas com hemofilia

Mais de 13 mil brasileiros convivem com a hemofilia, uma doença genética rara e sem cura, em que os pacientes apresentam dificuldade na coagulação sanguínea. Esse dado coloca o Brasil em quarto lugar na lista de países com mais pessoas com hemofilia, atrás apenas da Índia, China e Estados Unidos, segundo informações da Federação Mundial de Hemofilia. O dia 17 de abril é lembrado mundialmente como dia da hemofilia, com a finalidade de conscientizar a população sobre o diagnóstico e tratamento correto da doença, que pode proporcionar ao paciente uma melhor qualidade de vida, permitindo que este tenha uma vida sem restrições.

Existem dois tipos de hemofilia: a hemofilia tipo A e a hemofilia tipo B. A primeira é a mais comum e ocorre quando há deficiência de produção do fator VIII de coagulação. Já a segunda ocorre quando o fator IX não é gerado ou é produzido em pouca quantidade. A doença pode se manifestar de forma leve, moderada e grave. Geralmente o diagnóstico é feito ainda na infância e, na grande maioria, acomete homens. A hemofilia leva o paciente a apresentar sangramentos espontâneos, geralmente nas articulações e músculos. Por essa razão, a pessoa com hemofilia precisa receber a reposição do fator de coagulação deficiente, além de um acompanhamento multidisciplinar com profissionais de várias áreas.

No Brasil, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) é a responsável por distribuir os medicamentos essenciais ao tratamento das pessoas com hemofilia. A empresa pioneira, com fábrica em Pernambuco, é ligada ao Ministério da Saúde, e tem no seu portfólio o Fator VIII e o Fator IX Plasmático, medicamentos hemoderivados, e o Fator VIII Recombinante, o Hemo-8R, produzido por engenharia genética.

O empreendedor Amarílio Ramos, 32 anos, do Mato Grosso do Sul, faz uso do medicamento Hemo-8R e destacou a importância de receber a medicação de forma preventiva. “Profilaxia para mim é liberdade. Tomando o Fator VIII de forma preventiva eu alcanço uma liberdade que jamais pensei. Antes eu vivia com dores, tendo sangramentos espontâneos, já aconteceu de eu ter sangramentos seis vezes na semana. A profilaxia mudou a minha vida, só tenho a agradecer por esse tratamento incorporado pelo SUS. Hoje eu tenho o medicamento para o mês todo, eu pego no hemocentro todo mês e tenho segurança”, declarou ele. Amarílio foi o convidado do Hemocast de abril e a entrevista na íntegra está disponível no spotify.

Em 2022, a Hemobrás distribui mais de 1,2 milhão de frascos de Hemo-8R. Em 2023, mais de 300 mil frascos de medicamento já foram entregues aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, em 2022 foram distribuídos 26400 frascos de Fator VIII e 48114 frascos de Fator IX. Com os medicamentos, é possível estabelecer o tratamento profilático, que garante saúde e qualidade de vida às pessoas com hemofilia do Brasil, como Amarílio Ramos.




Hemobrás comemora crescimento da hemorrede fornecedora de plasma

Mais 11 serviços de hemoterapia foram qualificados no primeiro trimestre de 2023 e agora fazem parte da hemorrede fornecedora de plasma à Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia. A Hemobrás já realizou auditorias, desde a retomada da gestão do plasma em 2021, em 52 serviços de hemoterapia brasileiros e, deste total, 38 já integram a hemorrede qualificada que conta com serviços de todas as regiões do país. O plasma excedente de uso transfusional fornecido pelos hemocentros é utilizado na produção dos hemoderivados Albumina, Imunoglobulina, Fator VIII e Fator IX de Coagulação.

As equipes da Hemobrás têm um calendário extenso de auditorias nos serviços de hemoterapia para verificar os requisitos estabelecidos pelas normativas legais vigentes no País referente à obtenção de um plasma para fracionamento industrial, com a garantia da qualidade e segurança necessárias à produção destes medicamentos. Em 2022, a Hemobrás fracionou mais de 100 mil litros de plasma e forneceu uma quantidade recorde de medicamentos ao Sistema Único de Saúde (SUS). A meta em 2023 é fracionar 150 mil litros e, para isso, a parceria com os hemocentros é fundamental. “Com as auditorias, observamos os procedimentos adotados pelos Serviços e também recolhemos evidências para promover a melhoria contínua da hemorrede nacional e consequente aumento da disponibilidade de plasma com qualidade industrial para produção dos medicamentos hemoderivados”, explica Frederico Monteiro, Especialista em Produção de Hemoderivados e Biotecnologia da Hemobrás.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Novos serviços qualificados:
Hemosul
Hemocentro Regional de Lages (rede HEMOSC)
Hemocentro Regional de Chapecó (rede HEMOSC)
Hemocentro Regional de Montes Claros (rede HEMOMINAS)
Hemoto
Hemocentro de Bauru
Hemocentro da Paraíba
COLSAN São Paulo
COLSAN Jundiaí
COLSAN São Bernardo do Campo
COLSAN Sorocaba

PRODUÇÃO DE HEMODERIVADOS – Depois de realizada a doação de sangue, as bolsas coletadas passam por todas as etapas do ciclo produtivo do sangue. Após a separação dos hemocomponentes, o plasma excedente, que é aquele não utilizado em transfusão sanguínea, é recolhido e transportado para a Hemobrás onde passa pelo processo de triagem. Posteriormente ele é fracionado e se transforma em medicamentos utilizados de diversas formas como para tratar AIDS, câncer, queimaduras, cirrose, hemofilia e erros inatos do sistema imune.

Confira a lista completa dos serviços de hemoterapia qualificados pela Hemobrás




Posicionamento Hemobrás sobre a PEC 10/2022

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia, Hemobrás, declara-se contrária à Proposta de Emenda à Constituição – PEC 10/2022, entendendo que a doação de sangue altruísta e voluntária é uma cláusula pétrea que não deve ser alterada, não havendo, assim, espaço para doação remunerada.

Os critérios de triagem de doadores, longe da vinculação comercial, foi uma escolha acertada da Constituinte de 1988 que contribuiu para a segurança transfusional do país.

A justificativa dos defensores da PEC é o não aproveitamento industrial do plasma no período que vai de 2016 a 2020.  Essa situação não existe atualmente, pois o beneficiamento tem ocorrido regularmente e os hemoderivados já estão sendo utilizados pelos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

O projeto de pagamento para obtenção de plasma poderá afetar o equilíbrio do sistema transfusional acarretando, por consequência, indisponibilidade de sangue aos hospitais.

A consolidação da indústria nacional de hemoderivados depende do maior fortalecimento da hemorrede e não da reorientação de uma política exitosa que vem sendo implantada nos últimos quarenta anos.

O plasma é componente sanguíneo não uma mercadoria.