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Em visita ao Hemogo, Hemobrás reforça parceria com hemocentros

Nesta segunda-feira (17), a Hemobrás realizou uma visita ao Hemogo (Hemocentro Estadual Coordenador Prof. Nion Albernaz), em Goiânia (GO). A ocasião foi marcada pela entrega do documento, por parte do presidente e diretor de Desenvolvimento Industrial da Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia), Antônio Edson de Lucena, atestando que o hemocentro atende a requisitos de qualidade e segurança necessários para o envio do plasma para uso industrial, conforme constatou auditoria realizada pela Hemobrás. 

Além do presidente Antônio Edson, estiveram também na visita Luciana Silveira, Diretora de Administração e Finanças da Hemobrás, Giovanni Albuquerque, Chefe de Gabinete da Hemobrás, Frederico Monteiro, Chefe Substituto de Serviço de Relacionamento com a Hemorede e Elton Chaves, Conselheiro Administrativo da empresa e representante do Conasems. Os representantes foram recebidos pelo vice-governador de Goiás, Daniel Vilela; pelo presidente da Associação dos Hemofílicos do Estado de Goiás e vice-presidente da Federação Brasileira de Hemofilia, Jorge Porto, e pela diretora-geral da Rede Estadual de Serviços Hemoterápicos, Denyse Goulart, além de outras autoridades.

Durante o evento, Antônio Edson afirmou que o Hemogo está hoje entre os melhores hemocentros do Brasil, destacando-se pela excelência das instalações, pela qualidade no atendimento aos doadores e pelo fornecimento do plasma, que é matéria-prima para a produção de medicamentos de alto custo fornecidos a pacientes do SUS. “O padrão que se utiliza aqui é o mesmo que se utiliza na Europa e nos Estados Unidos”, destacou o presidente.

Desde maio, o Hemogo passou a integrar os Serviços de Hemoterapia que fornecem regularmente o plasma excedente do uso transfusional para produção industrial dos medicamentos hemoderivados. O vice-governador, Daniel Vilela, e Denyse Goulart ressaltaram os objetivos do hemocentro de expansão e interiorização dos seus serviços. Vilela comentou que, sempre que visitam as novas instalações do Hemogo, prefeitos de várias cidades de Goiás saem impressionados e externam o desejo de receber uma unidade no seu respectivo município. Denise Goulart informou que o processo interno para envio do plasma está sendo mudado, no sentido de favorecer a ampliação do serviço. “A gente fica feliz em saber que deu tudo certo e agora o objetivo é que nós possamos expandir também para as demais unidades da rede hemo”, disse a diretora.

A diretora de Administração e Finanças da Hemobrás, Luciana Silveira, também demonstrou estar satisfeita com a qualidade do hemocentro. “A visita ao HEMOGO evidenciou que hemocentros públicos, apoiadas pelo governo local, conseguem apresentar um nível de excelência importante que não deixa nada a desejar para o setor privado e quem ganha com isso é a população”, afirmou a diretora.




Aviso: instabilidade na telefonia do SAC

Devido a questões técnicas, informamos que o telefone do SAC Hemobrás está temporariamente fora do ar. O atendimento segue normalmente através do email sac@hemobras.gov.br




Ministério da Defesa reconhece Hemobrás como Empresa Estratégica de Defesa

A Hemobrás acaba de receber o selo de Empresa Estratégica de Defesa (EED), concedido pelo Ministério da Defesa. Trata-se de uma conquista inédita: a Hemobrás é, agora, a primeira indústria farmacêutica do Brasil a fazer parte das Empresas Estratégicas de Defesa do país. O ato oficializando a titulação foi publicado nesta terça-feira (20), no Diário Oficial da União.

Com o selo que confere à Hemobrás o status de EED, o Ministério da Defesa reconhece a importância do serviço de gerenciamento do plasma e o projeto de fabricação de hemoderivados e biotecnológicos no Brasil como de valores estratégicos para a independência do país em relação ao mercado externo e para eventuais conflitos armados, guerras e pandemias.

“Ter esse reconhecimento fortalece a relevância da Hemobrás no Complexo Econômico-Industrial da Saúde e consagra a sua representatividade para a conquista da autossuficiência do nosso país na produção de medicamentos hemoderivados e biotecnológicos. Temos orgulho de dizer que somos uma indústria farmacêutica 100% brasileira. Essa certificação comprova nossa credibilidade no mercado e o alto nível de qualidade dos nossos produtos”, comemorou Luciana Silveira, presidente substituta da Hemobrás e diretora de Administração e Finanças.

Portaria GM-MD 3216/23




Hemobrás realiza doação de equipamentos eletrônicos para ONG

No último dia 30 de maio, a Hemobrás realizou uma doação de equipamentos que estavam localizados na sede da empresa em Brasília/DF. A entrega de itens foi destinada a AMPARE – DF, uma organização não governamental (ONG), fundada em 1972, por um grupo de mães e pais, com o objetivo de defender os direitos da pessoa com deficiência intelectual e múltipla.

Ao todo, mais de 20 itens foram doados à instituição, incluindo monitores, computadores e outros eletrônicos que não estavam sendo utilizados após a aquisição de novos itens.

A princípio, a doação ocorreu apenas para a instituição de Brasília, mas em breve, após a conclusão do processo da empresa recebedora, a Hemobrás também realizará uma doação em Recife.




Hemocentros de todo o país se reúnem com Hemobrás

Representantes de 55 hemocentros do país se reuniram na última semana para discutir formas de aumentar o recolhimento de plasma no Brasil e de fortalecer a hemorrede. Participaram dos encontros os hemocentros que estão qualificados a fornecer plasma à Hemobrás e, dessa forma, contribuem com a produção dos medicamentos hemoderivados que são fornecidos ao Sistema Único de Saúde (SUS). O “Diálogo em Boas Práticas” foi organizado em parceria pela Hemobrás e Octapharma e aconteceu em Brasília nos dias 25 e 26 e em São Paulo nos dias 29 e 30 de maio.

Veja imagens do evento em Brasília

Veja imagens do evento em São Paulo

Representantes do Hemocentro Regional de Juiz de Fora (MG) participaram do evento. O serviço foi qualificado em junho de 2022 e, já no mês seguinte, foram enviadas à Hemobrás mais de 13 mil bolsas de plasma. Júlio Cesar Pereira é responsável pelo fracionamento e pela prova cruzada e distribuição na unidade. Ele comemora a destinação correta e o aproveitamento do plasma para fracionamento industrial. “Tudo é uma engrenagem, é de super importância você [hemocentro] estar qualificado para enviar o plasma para a Hemobrás, porque você entra no aspecto de estar garantindo também um atendimento para toda a população. Muito do que a gente está decidindo aqui afeta a população, que é quem mais precisa.”

Já o Hemocentro de Goiás (Hemogo) é recém-qualificado e deve enviar a primeira remessa de plasma à Hemobrás já neste mês de junho. De acordo com a diretora técnica da unidade, Ana Cristina Novaes, falta de estrutura física e de condições técnicas impediram a destinação do plasma excedente anteriormente. “A qualificação foi extremamente importante, não somente para não haver descarte do plasma e reduzir custo com o tratamento, mas também dar uma destinação correta a essa matéria-prima tão valiosa”, comemora a diretora.

Com os encontros, os participantes puderam entender aonde a Hemobrás quer chegar e o papel de destaque que a hemorrede brasileira tem nessa missão. Para serem considerados aptos a fornecer plasma para fracionamento, os serviços de hemoterapia de todo o país passam por auditoria para verificar os requisitos de qualidade para a produção dos hemoderivados. Além de garantir a segurança para os pacientes que utilizam os medicamentos, a avaliação pode trazer melhorias nos processos internos dos hemocentros. “O fato de você ter uma auditoria que custa caro e que, nesse caso, é financiada pela Hemobrás sem nenhum ônus para a gente, é muito bom. Nos hemocentros é tudo muito padronizado, apesar disso, às vezes a gente acha que está fazendo tudo certo, mas não tem a visão externa. Essa visão externa da auditoria trouxe pontos de melhorias do dia a dia que a gente não sabia, mas que precisavam de ajustes”, explica a hematologista Melka Barros, diretora técnica do hemocentro da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Na programação houve apresentações sobre a produção dos medicamentos, sobre os processos de auditorias, além do compartilhamento de casos de sucesso de serviços de hemoterapia do país. Essa troca de experiências entre especialistas da hematologia deve servir para a implantação de rotinas que podem aumentar o aproveitamento do plasma. O biomédico Fábio de França Martins é um dos diretores da Fundação Hemocentro de Brasília e foi um dos palestrantes do encontro. “Nesse evento nós temos a oportunidade de trocar experiências, de mostrar o que o nosso processo tem, o que é que os outros oferecem, para que a gente possa otimizar os nossos processos de trabalho, mesmo com as dificuldades que a gente sabe que existem. (…) A produção do plasma é algo rotineiro, o acondicionamento desse plasma e o processo devem ser feitos de uma forma muito qualificada, então a gente precisa de equipamentos, de capacitação dos servidores, de insumos de boa qualidade, tudo tem que ser feito de uma forma bem padronizada para que a gente consiga manter a qualidade das propriedades do plasma”, define Martins.

DIÁLOGO – A ideia do evento foi a de compartilhar experiências através do diálogo entre os hemocentros parceiros, a Hemobrás e a Octapharma. “Daqui para a frente só temos que fazer mais e melhor na comunicação que temos com a hemorrede. A hemorrede tem estado muito isolada e, quando uma estrutura está toda ela muito isolada em pequenos polos, perde muita força”, avalia Samuel Maurício, vice-presidente e gerente-geral da Octapharma no Brasil. Nos quatro dias de encontro foi possível discutir pontos de boas práticas, como a padronização de procedimentos de coleta, a capacitação de profissionais envolvidos na coleta de plasma, a melhoria da logística e do transporte do material, bem como a implementação de sistemas de qualidade e rastreabilidade. Essas medidas visam garantir a segurança e a qualidade dos medicamentos produzidos a partir do plasma coletado e caminham no sentido de contribuir com a produção nacional dos hemoderivados. “A Hemobrás e o Ministério da Saúde reconhecem a relevância dessa parceria estratégica com os hemocentros brasileiros qualificados, pois a ampliação da coleta de plasma no país resultará em uma maior autonomia na produção de medicamentos hemoderivados, reduzindo a dependência de importações e garantindo o acesso dos pacientes a tratamentos essenciais”, finaliza o presidente da Hemobrás, Antônio Edson de Lucena.

SERVIÇOS DE HEMOTERAPIA QUALIFICADOS – Durante os encontros foi realizada a entrega oficial de certificados aos serviços de hemoterapia qualificados para fornecimento do plasma excedente para uso industrial à Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia. A Hemobrás tem a competência na gestão do plasma brasileiro, de acordo com portaria do Ministério da Saúde. Outros hemocentros estão em processo de auditoria e poderão receber o mesmo certificado, ampliando o número de hemocentros qualificados.




Governo federal e estadual reforçam caráter estratégico da produção de hemoderivados e biotecnológicos em Pernambuco

Em visita à fábrica da Hemobrás nessa segunda-feira (15), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reafirmou o compromisso do Governo Federal com a produção nacional de medicamentos hemoderivados. “A Hemobrás é o maior investimento em biotecnologia na região Nordeste e, desde quando foi concebida, já era com essa visão de descentralizar o desenvolvimento cientifico e tecnológico na perspectiva do Sistema Único de Saúde (…).  É muito importante que ela se complete plenamente e que possa atender as necessidades da nossa população”, afirmou a ministra. Também estiveram na fábrica a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, a vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause, deputados federais, estaduais, vereadores, o prefeito de Goiana, secretários e equipe do Ministério da Saúde.

Seguindo a mesma linha do reconhecimento da importância estratégica da indústria de hemoderivados, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação falou sobre o aporte de recursos especificamente para pesquisas na área. “Vamos abrir editais específicos para essa área de hemoderivados para reforçar esse esforço. Esse desafio de sermos autônomos é uma questão de soberania nacional”, apontou Luciana Santos. A ministra destacou que o Brasil tem um déficit de R$ 1,5 bilhão por ano na área e que é uma necessidade do país diminuir a dependência de produtos agregados em todo o Complexo Industrial da Saúde, o que inclui medicamentos, insumos e equipamentos.

O presidente da Hemobrás, Antonio Edson Lucena, comemorou o reconhecimento da importância da empresa, além do seu fortalecimento. “É fundamental a participação do Governo no empreendimento em que ele é o maior acionista. Nossa matéria-prima é o plasma humano e, com isso, a gente tem que interagir com todos os hemocentros do país, seja ele público ou privado, para que a gente tenha esse bem que não é comercializável”, explicou o presidente. A partir do fracionamento do plasma humano, a Hemobrás entrega ao SUS os medicamentos albumina, imunoglobulina, fator VIII e fator IX de coagulação.

REGIONALIZAÇÃO – A vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause, lembrou que Pernambuco é um Estado de vanguarda na política de sangue do Brasil desde a década de 70 e falou sobre a importância de ter a fábrica na região. “É fundamental a existência, a permanência e o significado da Hemobrás aqui em Pernambuco. (…) A empresa movimenta toda uma cadeia produtiva, que vai desde os insumos até a qualificação de pessoas”, apontou a vice-governadora.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, que acompanhou as discussões iniciais para trazer a Hemobrás ao estado, falou do orgulho em ver a indústria farmacêutica consolidada: “É uma alegria especial retornar aqui, usar esse colete com a logomarca da Hemobrás, andar aqui nesse chão que um dia eu andei quando era cana de açúcar e saber que todo sacrifício daquela época, todo debate que a gente participou, todo desgaste que tivemos à época ele está se pagando. Entrar aqui é olhar pra trás e dizer que valeu a pena”, finalizou.

RECOMBINANTE –
Além dos hemoderivados, a Hemobrás também distribui ao SUS o medicamento recombinante Hemo-8R, essencial para tratamento da hemofilia A. O bloco produtivo do recombinante tem previsão de entrega no segundo semestre de 2023.




Ministério da Saúde destaca importância estratégica e tecnológica da Hemobrás para o país

Nessa terça-feira (9), a Hemobrás recebeu a visita do secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha. O secretário discutiu com a direção da empresa assuntos estratégicos relacionados à produção e ao fornecimento dos medicamentos hemoderivados, acompanhou a triagem do plasma e também esteve na obra do bloco produtivo do medicamento recombinante, com inauguração prevista para o segundo semestre de 2023.

“O que eu acabei de ver é uma perspectiva que a gente vem defendendo na atual Política Nacional de Saúde, que a saúde é desenvolvimento, que a saúde é investimento. O que eu vi foi uma planta, uma unidade tecnológica mais do que uma fábrica, aqui no Nordeste, em Pernambuco, que aponta para uma direção de que o Brasil pode entrar em uma 4ª Revolução Tecnológica Industrial voltada para o direito à vida”, destacou o secretário. Gadelha apontou que os produtos Hemobrás, tanto os hemoderivados como o Fator VIII Recombinante, são todos para a vida da população brasileira, usam altíssima tecnologia e mostram que o Nordeste é uma oportunidade de desenvolvimento para o Brasil.

PEC 10/22 – O secretário aproveitou a oportunidade para expressar o posicionamento contrário do Ministério da Saúde a respeito do Projeto de Emenda à Constituição nº10/2022, que prevê a doação remunerada do plasma.

“A proposta de emenda aprofunda tudo que a gente não quer no momento atual: um modelo baseado na extração de recursos naturais. Com a aprovação, correríamos o risco de ser um modelo que extrai o próprio sangue da população brasileira para ser comercializado fora do Brasil. Isso é inaceitável porque o que eu vi aqui em Pernambuco, na Hemobrás, é que nós temos capacidade tecnológica para gerar conhecimento e tecnologia no Brasil baseado numa ação solidária de doação de sangue”, reforça o secretário Carlos Gadelha.

Atualmente, a PEC 10/22 está em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A Hemobrás também já manifestou posicionamento contrário à proposta.

CAPACIDADE – Ao operar em pleno funcionamento, a Hemobrás se tornará a maior fábrica de medicamentos hemoderivados da América Latina. Com a retomada da gestão do plasma em 2020, a empresa já forneceu ao SUS um número recorde de medicamentos hemoderivados em 2022.

E no segundo semestre deste ano será inaugurado o bloco produtivo do Fator VIII Recombinante, medicamento produzido por engenharia genética e utilizado pelos pacientes com hemofilia A. Em 2022, a Hemobrás distribuiu 760 milhões de unidades internacionais (UI’s) do medicamento ao SUS.




Membros do Ministério Público realizam visita técnica à Hemobrás

Na última sexta-feira (28.04), representantes do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público de Contas junto ao TCU (MPTCU) estiveram na fábrica da Hemobrás, em Goiana, Pernambuco, para acompanhar a evolução da obra da fábrica de recombinante e discutir possíveis impactos da PEC 10/22.

“Nós realizamos mais uma visita técnica aqui na Hemobrás e estamos observando o progresso na implantação da empresa, já com a fábrica de recombinantes em processo final de conclusão”, afirmou o Procurador do MPTCU, Marinus Marsico. O bloco produtivo do Fator VIII Recombinante será inaugurado no segundo semestre deste ano.

Além disso, os membros do Ministério Público discutiram com representantes da Hemobrás os impactos que uma possível aprovação da PEC 10/22 pode trazer a toda a Política Nacional do Sangue. “Nós observamos que, em princípio, seria necessário um estudo mais abalizado para autorizar que houvesse pagamentos a doadores exclusivamente para a extração de materiais importantes para a indústria. Se houver essa autorização, o material destinado aos hospitais pode perder o quantitativo necessário, que já é pouco, escasso, e isso não atende ao interesse público”, afirmou a Procuradora da República, Silvia Pontes.

Nos próximos dias, a questão deve ser discutida no grupo de trabalho criado para acompanhar o desenvolvimento das questões dos hemoderivados no país.




Senadores visitam a Hemobrás e participam de audiência pública para discutir PEC do Plasma

Parlamentares e outras autoridades públicas participaram de agendas nessa segunda-feira (24.04) para discutir os impactos da Proposta de Emenda à Constituição n° 10/2022 que traz consequências a todo o Sistema do Sangue do Brasil. Houve reunião e visita na fábrica da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) em Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. A sociedade civil também pôde participar de uma audiência pública realizada no plenarinho da Câmara Municipal do Recife.

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado, representada pelo senador Humberto Costa e a senadora Zenaide Maia, esteve na fábrica da Hemobrás onde acompanhou as atividades de acondicionamento e de triagem do plasma, além das obras em fase de finalização do bloco produtivo do medicamento recombinante, Hemo-8R, usado para tratamento da Hemofilia A e com previsão de entrega no segundo semestre de 2023.

“Ficamos bastante impressionados com os avanços e com a relevância que esse investimento tem para a política de sangue no Brasil. Nós vimos a capacidade da Hemobrás no fracionamento dos hemoderivados em um curto espaço de tempo para assim garantir a autossuficiência do país na produção de medicamentos hemoderivados”, afirmou o senador Humberto Costa.

A senadora Zenaide Maia lembrou que a comercialização do sangue é proibida pela Constituição Federal de 1988. “Não é possível que a gente vá permitir essa comercialização de parte do corpo humano, nós já temos o diagnóstico e viemos confirmar que a Hemobrás pode sim garantir essa fabricação dos derivados do plasma”, afirmou a senadora.

AUDIÊNCIA PÚBLICA – A reunião na Câmara do Recife foi organizada pela vereadora Liana Cirne e conduzida pelo senador Humberto Costa. Os participantes mostraram preocupação caso a PEC seja aprovada já que coloca em risco a segurança que se alcançou ao longo de mais de 30 anos de doação voluntária, altruísta e não-remunerada. Além disso, a redação da Proposta de Emenda à Constituição não garante que o possível plasma captado por empresas privadas no Brasil seja exclusivamente para a produção de hemoderivados para serem usados no país, nem que será destinado ao SUS, como acontece hoje com os medicamentos distribuídos pela Hemobrás. 

Para o presidente da Hemobrás, Antônio Edson Lucena, as empresas internacionais estão enxergando no Brasil um possível fornecedor internacional de plasma. “As empresas internacionais viram a mina de ouro que nós temos aqui. Elas veem que temos um sistema seguro e estão buscando aqui essa fonte de plasma para poder abastecer o mercado internacional”, detalhou o presidente. Na visão de Elton Chaves, representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), a PEC traz um risco de ampliar a desigualdade no acesso a medicamentos no Brasil, visão compartilhada por Leonardo Vilella, representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). “A Hemobrás significa independência tecnológica e segurança para os brasileiros que precisam de hemoderivados para se manterem vivos. Nós vimos durante a pandemia da Covid o que é depender de outros países, nós vimos falta de medicamentos, de vacinas, de insumos, de tudo. Na hora do aperto, cada país garante primeiro os seus suprimentos para depois fornecer para os outros”, opinou o representante do Conass.

Também participaram da audiência pública Leandro Safatle, secretário adjunto da SECTICS do Ministério da Saúde, Rosano Carvalho, superintendente do Ministério da Saúde em Pernambuco, Bárbara Florêncio, secretária-executiva de Gestão Estratégica da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco e Gessyane Paulino, diretora-presidente do Hemope. Professores e gestores da área hospitalar e médica também se mostraram contrários à aprovação da PEC do Plasma.

HEMOBRÁS – A empresa, além de ser a responsável pela gestão do plasma brasileiro, trabalha hoje nos processos de transferência de tecnologia para que toda a produção dos medicamentos hemoderivados e biotecnológico aconteça em solo nacional. Atualmente, a Hemobrás qualifica hemocentros de todo o país, recolhe, armazena e tria o plasma brasileiro que é enviado temporariamente ao exterior e retorna ao Brasil como os medicamentos Albumina, Imunoglobulina, Fator VIII e Fator IX de Coagulação. Em 2022, a empresa enviou 100 mil litros de plasma para fracionamento e distribuiu quantidade recorde de hemoderivados. Os medicamentos são enviados ao Ministério da Saúde para uso dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).




Hemobrás participa de audiência pública que discute PEC do plasma

Nesta terça-feira (18), foi realizada uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal para discutir a Proposta de Emenda à Constituição n° 10, de 2022. A PEC do Plasma, como tem sido chamada, altera o art. 199 da Constituição Federal para dispor sobre as condições e os requisitos para a coleta e o processamento de plasma humano. O presidente da Hemobrás, Antonio Edson de Lucena, foi um dos convidados da audiência pública que discutiu a produção de hemoderivados no Brasil.

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia já se manifestou contrária à proposta. Em nota publicada no site e nas redes sociais, a Hemobrás mostrou preocupação caso as doações passem a ser remuneradas no Brasil. “Os critérios de triagem de doadores, longe da vinculação comercial, foi uma escolha acertada da Constituinte de 1988 que contribuiu para a segurança transfusional do país. A justificativa dos defensores da PEC é o não aproveitamento industrial do plasma no período que vai de 2016 a 2020. Essa situação não existe atualmente, pois o beneficiamento tem ocorrido regularmente e os hemoderivados já estão sendo utilizados pelos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma a nota.

Além do presidente da Hemobrás, também participaram da discussão Antonio Condino Neto, professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Jucaira Giusti, representante da Associação “Eu Luto Pela Imuno Brasil” (ELPI), Luiz Ribas, médico e professor da Universidade do Paraná (UFPR), Gesmar Rodrigues Silva Segundo, professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e presidente da Sociedade Latino Americana de Imunodeficiências, Paulo Tadeu de Almeida, Hematologista e Presidente da Associação Brasileira de Banco de Sangue (ABBS), Luciana Maria de Barros Carlos, diretora-geral do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), e Helder Melo, assessor da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde (SAES/MS).

A audiência pública para discutir a matéria foi proposta pela senadora Daniella Ribeiro (PSD/PB), senadora Mara Gabrilli (PSD/SP), senadora Augusta Brito (PT/CE), senador Humberto Costa (PT/PE) e senador Carlos Viana (PODEMOS/MG).

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Posicionamento Hemobrás sobre a PEC 10/2022 – Portal Hemobrás (hemobras.gov.br)