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Conselho de Administração da Hemobrás empossa novo conselheiro

Durante a realização da 1ª Reunião Extraordinária do Conselho de Administração da Hemobrás (CADM), nessa quarta-feira (17.01), na sede da empresa, em Brasília, Eduardo Maércio Fróes foi empossado como o novo conselheiro. A cerimônia de posse foi conduzida pelo presidente do CADM, Carlos Gadelha.

A ascensão de Fróes ao cargo registra, pela primeira vez na história, a participação do Conselho Nacional de Saúde (CNS), do qual é integrante, no Conselho de Administração da Hemobrás.

 

“Para nós, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), é importantíssimo esse momento de estarmos juntos, na Hemobrás, para poder balizar as políticas públicas que visam o acesso universal e de qualidade a toda a população brasileira”, afirmou o recém-empossado.

Trajetória

Presidente da Associação Brasileira de Talassemia (Abrasta), desde 2018, e membro da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) há mais de 8 anos, o novo conselheiro da Hemobrás carrega um histórico de atuação em movimentos e entidades a favor dos direitos do público dos hemofílicos, dos usuários do SUS e da Saúde Suplementar no Brasil, bandeiras as quais se dedica desde 2009.




Hemobrás doa 41 toneladas de material reciclável para cooperativa de catadores

A Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia) encerra o ano com um recorde na agenda ambiental. A Empresa doou mais de 41 toneladas de resíduos recicláveis a cooperativa de catadores. Esta é uma política contínua da Hemobrás, iniciada em 2018, e que a cada ano tem se aprimorado. A iniciativa é reforçada por outras ações que dizem respeito à agenda de responsabilidade socioambiental.

Em 2023 a Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Materiais Recicláveis Erick Soares – COOCARES, do município de Abreu e Lima, no Grande Recife, foi a beneficiada pela doação de todo o volume de materiais recicláveis. Desde 2021, a Hemobrás recebeu o selo Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) do Ministério do Meio Ambiente, por implementar a gestão socioambiental sustentável em suas atividades administrativas e operacionais.

No volume de recicláveis doados pela Hemobrás destaca-se o papel e o papelão, que juntos somaram 17,9 mil quilos. O plástico ficou em segundo lugar, com 8,7 mil quilos, seguido pela madeira (7,2 mil quilos), metal (6.2 mil quilos) e mantas térmicas (1,6 mil quilos).

A política da Hemobrás faz parte do programa “Coleta Seletiva Cidadã”, prevista no Decreto nº 5.940, de 25/10/2006, que instituiu a separação dos resíduos recicláveis descartados pelas instituições da administração pública federal, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis. As cooperativas beneficiadas são habilitadas por meio de um edital público, lançado a cada dois anos.

 

QUALIDADE DA ÁGUA E DO AR

Outro marco importante em 2023 na gestão ambiental foram as inspeções e monitoramento de poços de captação de água para utilização na fábrica. Somam-se 714 inspeções em três poços ao longo de 238 dias úteis do ano. O monitoramento da quantidade de água subterrânea captada é essencial para a verificação do cumprimento da outorga de uso da água para abastecimento. A análise tem sido realizada por uma leitura do hidrômetro de cada poço. Quando a quantidade de água que pode ser consumida ultrapassa o limite, é realizado o revezamento dos poços.

“A sustentabilidade é uma área de grande importância para a Hemobrás. Temos avançado cada vez mais em estratégias e ações”, afirma o presidente Antônio Edson de Lucena. “Da coleta seletiva e doação dos recicláveis ao controle de fumaça na produção, mantemos um controle absoluto. O rigor é ainda maior porque temos uma perspectiva de crescimento e esses pontos são essenciais para isso”, detalha Anne Primo, Assessora Técnica Especializada – Segurança, Meio Ambiente e Saúde.

Já a política de educação ambiental envolveu o corpo funcional durante todo o ano. Em 2023, foi realizado ao menos uma vez por mês um episódio do “Diálogo Diário de Segurança e Meio Ambiente” (DDSMA) com as empresas terceirizadas e empregados da fábrica. Os trabalhadores participaram dos DDSMA com temas relacionados ao Meio Ambiente, como Dia Mundial da Educação Ambiental, Mudanças Climáticas, Coleta Seletiva, Aspectos e Impactos Ambientais, dentre outros que envolve a rotina diária, como o não uso de copo plástico descartável e o descarte incorreto de papel higiênico no vaso sanitário.

Entre outras ações destacáveis na área socioambiental da Hemobrás menciona-se o projeto capitaneado pela equipe da Diretoria Administrativa e Financeira (DAF) para a implantação de sistema de energia verde e limpa para atender parte da fábrica. O relatório elaborado por uma consultoria contratada para esse fim indicou que a melhor solução é a migração para um mercado livre, comprando energia de fonte renovável – no modelo de operações já realizado por outras estatais. Atualmente a Hemobrás está em fase de operacionalização da solução de energia verde.

 

Mais informações

Edital de coleta seletiva: Publicações – Sustentabilidade – Portal Hemobrás (hemobras.gov.br)




Nova fábrica da Hemobrás amplia acesso e esperança por mais qualidade de vida

Nesta quinta-feira, 4 de janeiro, comemora-se o Dia Nacional da Pessoa com Hemofilia. A data é um marco para os pacientes e tem como objetivo conscientizar a população brasileira sobre o diagnóstico e tratamento da doença. A mobilização deste ano é ainda mais simbólica. A Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia) acaba de concluir a construção da fábrica de medicamentos recombinantes (feito por biotecnologia), está prestes a inaugurar a unidade e iniciará os primeiros testes para a validação da produção em solo nacional do Hemo-8r®, medicamento utilizado pelos pacientes com Hemofilia A. “A produção nacional do medicamento é uma grande conquista tecnológica para nosso país. Além disso, a ampliação da produção e fornecimento desses medicamentos devem gerar grande impacto e melhorar a qualidade de vida de milhares de brasileiros, nosso propósito maior”, diz o presidente da Empresa, Antonio Edson de Lucena.

Na prática, o pleno funcionamento da fábrica de recombinantes, representa a garantia do fornecimento do Hemo-8r®, com a ampliação do acesso ao tratamento e melhoria da qualidade de vida de pessoas portadoras de hemofilia, além de abrir um caminho para a produção de outros medicamentos. O Brasil ocupa atualmente o 4° lugar no ranking de países com mais pessoas com hemofilia, de acordo com a Federação Mundial de Hemofilia. São mais de 13 mil brasileiros que convivem com a doença.

Hoje, a Hemobrás já garante o fornecimento desses recombinantes para o Sistema Único de Saúde (SUS) – uma operação que é feita graças à Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) com a Takeda. Em 2023, mais de 837 milhões de UIs, unidade internacional de medida utilizada pela indústria farmacêutica, do Hemo-8r® foram entregues aos usuários do SUS.

Entendendo a hemofilia

A principal característica da hemofilia, que tem origem genético-hereditária, é a deficiência na coagulação do sangue. Essa ausência provoca hemorragias. A doença pode manifestar-se de forma leve, moderada e grave. Geralmente, o diagnóstico é feito ainda na infância e, na grande maioria, acomete homens. A hemofilia leva o paciente a apresentar sangramentos espontâneos, principalmente nas articulações e músculos. Por essa razão, o tratamento profilático para a reposição do fator de coagulação deficiente com medicamentos fornecidos pela Hemobrás (Fator VIII Plasmático, Fator IX Plasmático e Hemo-8R) é fundamental para garantir saúde e qualidade de vida às pessoas com hemofilia do Brasil. “Ser uma pessoa com hemofilia significa enfrentar desafios, mas com o tratamento adequado e cuidados específicos, consigo viver com qualidade e segurança”, diz Neder Santos, representante da Associação de Pessoas com Hemofilia do Mato Grosso do Sul. Neder tem Hemofilia A grave e faz tratamento profilático com Hemo-8R.

A hemofilia é uma doença rara. Em média, em 70% dos casos a mutação genética causadora da hemofilia já está presente na família e é transmitida pelas mães portadoras aos filhos. Nos outros 30%, a doença surge numa família sem histórico de hemofilia, sendo causada por uma mutação genética nova. Os portadores já nascem com a alteração na produção de proteínas responsáveis pela coagulação do sangue. Essa deficiência ocorre de duas formas: com a hemofilia tipo A e a hemofilia tipo B. Na hemofilia tipo A, o portador tem deficiência de produção da proteína Fator VIII. Na hemofilia tipo B não é gerado, ou é produzido em pouca quantidade, o Fator IX.

Ao perceberem os sintomas, as pessoas podem buscar informações nos hemocentros brasileiros, além de poder contar com o apoio das associações estaduais e nacionais.




Ação social da Hemobrás leva brinquedos para 122 crianças da zona rural de Goiana

Primeiro, um concurso para desvendar o dono da voz que iria encantar as crianças com o tradicional “ho ho ho” do Papai Noel. Comunicativo e de cabelos grisalhos, era o assistente técnico José Édson Cardoso. Para o cargo de Mamãe Noel, quatro candidatas e uma eleição acirrada, com 250 votantes. Gilsinele Sousa, a Nele, estava orgulhosa. Conquistou 38% da preferência dos colegas da Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia). Era o reconhecimento por seu tradicional empenho para a instalação de pisca-pisca e bolas reluzentes todos os anos. Nele fez jus à conquista e caprichou na produção: com a filha, customizou a sua roupa e até brincos de árvore de natal pendurou nas orelhas. Junto ao corpo funcional, a mobilização era para a adoção das cartinhas escritas por 122 crianças da Escola Municipal Nossa Senhora das Maravilhas, de Goiana (PE), vizinha do complexo fabril da Hemobrás.

Jeferson, 6 anos, foi específico: queria um ônibus de brinquedo; Elias, um caminhão do corpo de bombeiro; Williana, Mariana e Lays pediram uma boneca. Alice só pensava no desejado urso de pelúcia. “Era meu sonho. Amei meu panda”, disse a menina, agarrada ao urso, pouco depois de receber o pacote embalado com laçarote vermelho. Todos os desejos foram atendidos. O menino que ganhou um skate parecia incrédulo por seu pedido ter chegado exatamente como imaginava. Radiante, não teve tempo para entrevistas.

Os pedidos de cada criança estavam descritos com letrinhas desalinhadas. Quem ainda não sabia escrever, contou com a ajuda dos professores. Os “padrinhos” foram criteriosos nas compras. Alessandra Pereira, recém-empossada no cargo de Analista de Fracionamento Industrial de Plasma, fez questão de escolher uma Barbie de vestido amarelo e pele morena, à brasileira. “Na infância, nunca tive papai noel e nem ganhei uma Barbie. Naquela época, eu só tinha duas bonecas, Ana Clara e Ana Escura. Estou realizada demais hoje”, comentava Alessandra, minutos antes de participar da ação, como voluntária, ao lado de outros funcionários de setores diversos da empresa. Gerlane Magalhães, assessora de Comunicação, Marketing e Eventos, idealizadora e organizadora da mobilização, há cinco anos, cuidava da conferência das cartas e separação dos presentes por turmas. Não esquecia dos detalhes; estava empenhada para que o sininho dourado da atração principal chegasse a tempo na caravana Recife-Goiana.

Sentadas no batente de cimento queimado no alpendre da escola situada na zona rural, as crianças demonstraram ansiedade. “É ele, é ele”, gritavam, apontando para a entrada da escola, enquanto o time de voluntários organizava a saída triunfal de Cardoso e Nele, vestidos de roupas vermelhas, cintos, botas pretas e gorros. Ao descerem do carro, os dois foram ovacionados com músicas e apresentações natalinas. “O nosso objetivo maior é fazer com que essas crianças tenham um dia feliz e renovem as suas esperanças”, disse o Papai Noel da Hemobrás. “São crianças com pouco acesso a bens de consumo. Para cerca de 90% delas, essa é a única festa de Natal que terão”, conta a diretora da escola, Ana Paula Magno, emocionada e agradecida pela parceria – que já é esperada pela comunidade meses antes da chegada de dezembro.

No evento, realizado na última sexta-feira (15.12), fotografias ao lado do “bom velhinho”, sorrisos espontâneos e até lágrimas daqueles que estiveram na pele de uma criança décadas atrás, quando, naquele terreno, funcionava o Engenho da Usina São Francisco. O prefeito da cidade, Eduardo Honório, prestigiou o Natal da Hemobrás na Escola, sem esconder a emoção por lembrar da época em que foi “criado nas ruas”. Eduardo fez questão de agradecer aos funcionários da Hemobrás pela parceria, assim como à própria instituição pela solidariedade em momentos difíceis, como durante a pandemia da Covid 19, que teve seu pico de casos entre 2020 e 2021.

“É muito gratificante ver a mobilização e união dos nossos funcionários para fazer acontecer uma ação social com causa tão nobre quanto essa. Foi um dia maravilhoso para todos nós”, comentou Gerlane, para quem a educação se faz de forma integrada, com a colaboração da escola, de professores, da família e da sociedade – como aconteceu com o corpo funcional da Hemobrás. “Já realizamos essa ação há cinco anos, mas é sempre uma emoção. A gente lembra da infância, ouve depoimentos, se envolve com a magia do personagem papai noel, vê o capricho das apresentações dos alunos e cumpre o mais importante, que é fazer com que a essas crianças saiam daqui contente com a realização de um sonho”, completa.

Cardoso e Nele, o Papai e a Mamãe Noel, estavam tomados pela função naquela manhã. Abraçavam, sorriam, recebiam criança a criança e conferiam o nome de cada uma observando a carta colada nos brinquedos. O tilintar do sininho dourado havia chegado e fez toda a diferença para a festa. Na mão de Cardoso, ele ofereceu o som lúdico da magia natalina. Beirando às 12h, quando Cardoso virou as costas, já com o saco de presentes vazio, um garotinho indagava para outro, usando uma expressão das mais pernambucanas: “Será que ele vem de novo para o ano?”.




Conselho de Administração se reúne com gestores para comemorar avanços da Hemobrás

A reunião anual do Conselho de Administração (CADM) da Hemobrás foi marcada pela inovação e pela ampliação do debate sobre as estratégias a serem adotadas para potencializar o momento exitoso e de boas perspectivas vividas pela Empresa. Presidido pela primeira vez por Carlos Gadelha, e com a participação de mais seis conselheiros e da diretoria executiva da Hemobrás, o encontro do CADM focou na abertura do diálogo com gestores, ao convidar dezenas de colaboradores do corpo funcional para não só ouvirem, mas expressarem dúvidas e opiniões. “Foi uma grande transformação na relação da Hemobrás com os gestores. Nós interagimos, ouvimos sugestões e conhecemos mais sobre a riqueza dos trabalhadores daqui”, disse Gadelha, ao final do evento, ocorrido nessa segunda-feira (27), no Recife. Estiveram presentes também o presidente da Hemobrás, Antonio Edson Lucena, e a Diretora de Administração e Finanças, Luciana Silveira.

A ideia de Carlos Gadelha foi promover uma abertura inovadora, como parte de um pensamento de construção coletiva em torno de uma empresa com grande potencial e em franco crescimento. Não só pela fase final das obras civis do complexo fabril, como também pelo volume de investimentos anunciados pelo Governo Federal para fortalecer a Hemobrás e a sua inclusão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “O desenvolvimento só é possível junto com as pessoas. Não é de cima para baixo; é com uma interação e, ao mesmo tempo, olhando para as necessidades do país, do Nordeste”, afirmou Gadelha, que também responde pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde do Ministério da Saúde.

No evento, após apresentação institucional focando na relação da Hemobrás com o projeto do Complexo Econômico Industrial da Saúde (Ceis), os microfones foram abertos, dando a palavra a funcionários que quiseram deixar suas impressões e sugestões. Diversos atores do CADM parabenizaram o empenho das equipes para se obter as conquistas recentes, falaram da responsabilidade que a perspectiva de investimentos milionários representa e motivou o corpo funcional para as fases que se aproximam, nas quais a Hemobrás deve passar a produzir medicamentos hemoderivados e recombinantes 100% em território nacional. Gadelha destacou ainda o papel de liderança da Hemobrás na entrada do Nordeste na quarta revolução industrial, para atender a população ofertando medicamentos hemoderivados e produtos de biotecnologia.

A Hemobrás assumirá a missão de promover a interação sistêmica entre o setor público, o setor privado e as instituições de ciência e tecnologia, direcionando todo o esforço tecnológico da indústria nacional para atender às necessidades da população. E, segundo Gadelha, será fundamental para a execução do CEIS e para o crescimento da região Nordeste. No encontro, tratou-se ainda da tarefa do Estado como indutor do desenvolvimento econômico e da estreita relação entre economia, saúde e demandas sociais para o bem-estar dos brasileiros. É um tripé que estabelece uma relação direta com as atribuições da Hemobrás.

Na abertura do evento, o presidente Antônio Edson de Lucena fez um agradecimento público ao corpo funcional da empresa: “Todas as conquistas da Hemobrás este ano são mérito de todos vocês. A Hemobrás é um patrimônio do povo brasileiro e não falamos só de futuro. Hoje, a Hemobrás já faz parte da vida de milhares de pessoas, fornecendo hemoderivados e recombinantes, e logo vamos ganhar escala ainda maior com a produção 100% nacional das duas fábricas. É uma alegria imensa ver a concretização de um sonho e saber que teremos condições de oferecer mais qualidade de vida para outras milhares de pessoas”, afirmou ele.

Ex-presidente da Caixa Econômica Federal,  e hoje conselheira do CADM, Maria Fernanda Coelho frisou o papel estratégico da Hemobrás na defesa da soberania nacional e fez questão de enfatizar a capacidade e potencialidade da empresa. O representante do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) no CADM, Leonardo Vilela, enfatizou o momento desafiador vivido pela Hemobrás, com a perspectiva de entrega da Fábrica de medicamentos recombinantes, como o Hemo-8R, e a finalização da Fábrica de Hemoderivados, assim como a previsão do início da operação totalmente nacional quase de forma concomitante nas duas unidades.

“Esse é um momento crucial. Nós precisamos demonstrar ao Brasil que nós temos capacidade de fazer essa produção, que nós não devemos nada a outros países desenvolvidos”, disse Vilela, comparando o potencial da Hemobrás ao de outras duas instituições referências na área de tecnologia nacional, a Fiocruz e o Instituto Butantan, que trabalham com a tecnologia nacional “aplicada em benefício de suas e benefícios do povo brasileiro”.

Do Conselho, além de Carlos Gadelha, estiveram  presentes Ana Paula Teles Ferreira Barreto e Diego Pessoa Gomes (ambos representante do Ministério da Saúde), Maria Fernanda Ramos Coelho (do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos), Leonardo Moura Vilela  (do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, CONASS), Pedro Canísio Binsfeld (do Ministério da Saúde/SINASAN) e Hélio Ricardo Ferreira Couto (do Corpo Funcional da Hemobrás).




Voluntários e não remunerados, doadores são peça-chave para o SUS e para a Hemobrás

Uma doação de sangue pode salvar até quatro vidas, informa o Ministério da Saúde. Considerando o aproveitamento industrial do plasma, o número de brasileiros beneficiados é ainda maior. O plasma é um componente importante do sangue coletado nos serviços de hemoterapia e seu excedente serve como matéria-prima para a produção de medicamentos hemoderivados. Para a Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia), novembro é mês de agradecimento pelo gesto solidário das pessoas responsáveis por cada uma das 3.4 milhões de doações realizadas no país anualmente. Estes doadores são considerados peças-chaves para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para a Hemobrás.

Novembro é mês de luta pela conscientização em favor da doação de sangue, e 25 de novembro é celebrado como o Dia Nacional do Doador de Sangue. A data serve para exaltar os doadores pelo ato de amor ao próximo e para sensibilizar a adesão de novos colaboradores. Os serviços de hemoterapia públicos e privados realizam a coleta e processamento do sangue para a separação dos hemocomponentes, como o plasma, hemácias, plaquetas e crioprecipitado. Pela normativa vigente, o plasma excedente na hemorrede deve ser fornecido para a Hemobrás. Conforme a Portaria nº 1.710/2020 do Ministério da Saúde, a Hemobrás faz a gestão do plasma excedente do uso hemoterápico no país, transformando-o em medicamentos hemoderivados e fornecendo-os para o SUS. Os hemoderivados são utilizados por pessoas com doenças hematológicas variadas e câncer, e também por pacientes de emergências e que se submetem a cirurgias eletivas de grande porte. A partir do plasma excedente obtido através das doações de sangue dos brasileiros, a Hemobrás já entregou mais de 1,3 milhão de hemoderivados ao Ministério da Saúde para atendimento dos usuários do SUS.

“A política de sangue do Brasil e o sistema de doações baseado no voluntariado, no altruísmo das pessoas, são motivo de orgulho de todos nós”, destaca o presidente da Hemobrás, Antonio Edson de Lucena, farmacêutico de carreira que acompanha a evolução da política nacional do sangue há décadas. “Aprimoramos essa política durante décadas e hoje a rede hemoterápica conta com doações voluntárias e não remuneradas. Conquistamos um alto nível segurança de coleta, que beneficia tanto pacientes com doenças hematológicas e pessoas hospitalizadas, como também a produção industrial de medicamentos hemoderivados”, completa Lucena.

O Ministério da Saúde, representantes de organizações de pacientes, médicos e o corpo técnico da Hemobrás defendem que o sistema se mantenha dessa forma. O assunto tem sido tema constante de debate no Senado e na imprensa, em virtude da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 10/2022, que prevê a autorização da coleta remunerada do plasma humano e a comercialização do plasma sanguíneo e dos hemoderivados.

A PEC do Plasma tem sido fonte de preocupação das autoridades porque, se aprovada, impactará negativamente nas doações de sangue total no Brasil. “Constitui-se numa ameaça à produção dos outros hemocomponentes e pode comprometer os estoques do país para fins transfusionais”, aponta um manifesto publicado pela Hemobrás e intitulado “Dez motivos que justificam o arquivamento da PEC do Plasma”

A história do sangue no Brasil – No Brasil, a Lei que estabeleceu o 25 de novembro como Dia do Doador de Sangue é de 2004. A escolha por novembro como mês de mobilização tem relação com o histórico de queda do número de doações em períodos de férias, datas comemorativas e carnaval.

A transfusão de sangue é uma técnica que se desenvolve desde o Século XVII. No Brasil, a primeira transfusão relatada se deu em 1910, na Bahia, segundo relatos registrados na Biblioteca do Ministério da Saúde. Na década de 40, a hemoterapia foi reconhecida como especialidade médica e foram abertos os primeiros serviços de banco de sangue no país. Porto Alegre (RS) abrigou o primeiro serviço público, em 1941.

Em todo o mundo, o sistema de doação cresceu baseado no altruísmo e na não remuneração. No Brasil, o sistema passou a funcionar com a remuneração das pessoas pelas doações. “A prática favorecia a proliferação de bancos de sangue privados que recrutavam pessoas doentes, contaminadas por doenças infecciosas, anêmicas, alcoólatras ou que omitiam informações relevantes sobre seu estado de saúde no momento da coleta, provocando a transmissão de enfermidades aos que recebiam o sangue”, diz texto da Biblioteca.

Na década de 1980 a proliferação da Aids provocou uma revolução no sistema da hemoterapia brasileira. A partir de uma pressão popular, a doação remunerada passou a ser proibida. A Lei nº 10.205/2001 regulamentou o § 4º do art. 199 da Constituição Federal e estabeleceu o ordenamento institucional indispensável à execução adequada das atividades de coleta, processamento, estocagem, distribuição e aplicação do sangue, seus componentes e derivados.

 




Rumo à indústria 4.0, Hemobrás recebe visita de docentes e pesquisadores da UFPE

Com o objetivou de estreitar o relacionamento entre a indústria farmacêutica e a academia em busca de parcerias de cooperação técnica para o desenvolvimento de projetos tecnológicos inovadores, a Hemobrás recebeu, na última terça-feira (14), a visita de pesquisadores e docentes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) das áreas farmacêuticas e de TI. A visita foi programada pela Diretoria de Administração e Finanças (DAF) e organizada pela Gerência de Tecnologia de Informação e Comunicação (GTIC). No encontro foram avaliadas aplicações práticas para suprir necessidades da fábrica em Goiana, incluindo também temas relacionados à saúde, segurança e meio ambiente.

A proposta inicial da visita foi avaliar os processos de trabalho que podem ser automatizados, aumentando a eficiência operacional, a produtividade e a escalabilidade, além de reduzir erros, economizar tempo e recursos. Os processos de inspeção dos frascos de produtos liofilizados, a inspeção e triagem das bolsas de plasma e o uso de EPIs foram apresentados e avaliados pela equipe e já são indicados como projetos piloto para a formalização de um possível acordo de cooperação técnica entre a Hemobrás e a Universidade.

Para Mauricio Ottoni, gerente de Tecnologia da Informação e Comunicação da Hemobrás, os projetos trarão enormes ganhos para a empresa: “Os projetos que serão desenvolvidos a partir dessa parceria não apenas otimizarão a eficiência operacional, mas também melhorarão a qualidade do trabalho, reduzirão custos e impulsionarão a inovação, proporcionando vantagens competitivas significativas para a Hemobrás. Além disso, o uso de tecnologias avançadas, como a visão computacional, inteligência artificial ou mesmo realidade virtual e aumentada, sem dúvida farão da Hemobrás uma referência no Complexo Econômico Industrial da Saúde.”

Durante a visita, Leonardo Dantas, Chefe do Serviço de Gestão Interna do Plasma, comentou a importância da automação dos processos produtivos, em particular no processo de triagem do plasma por meio do uso de novas tecnologias. “Será possível ganhar em produtividade e permitir melhor aproveitamento da força de trabalho. A tecnologia auxiliará na execução de etapas hoje manuais, cansativas e passíveis de falhas humanas”, avaliou.

Segundo a diretora da Administração e Finanças, Luciana Silveira, esse é o início da transformação na trajetória da Hemobrás para indústria 4.0. “Muita coisa boa ainda está por vir. A empresa já possui uma expectativa de recursos financeiros previstos no PAC que serão disponibilizados pelo Governo Federal para investimento em equipamentos e tecnologias inovadoras. Ainda há muito espaço para melhoria e automação de processos”, comemora.

Fizeram parte da comitiva da UFPE a professora Mônica Felts Soares, coordenadora do INCT TEC CIS 4.0, o professor Wellington Santos, do Departamento de Engenharia Biomédica e representante do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Positiva do Complexo Industrial da Saúde 4.0 (INCT TEC CIS 4.0), as pesquisadoras em computação biomédica, Maíra Araújo de Santana e Juliana Carneiro Gomes, além do CTO da Voxar Labs do Centro de Informática da UFPE, João Teixeira, e do analista de negócios da Voxar, João Moizes.




Representantes de hemocentros discutem com Hemobrás estratégias para aumentar captação de plasma

Equipe do Hemocentro de Pernambuco (Hemope) e representante do Hemocentro de Santa Catarina (Hemosc) participaram de reunião na fábrica da Hemobrás, em Goiana, Pernambuco, na última segunda-feira (13). A diretora presidente do Hemope, Raquel Carneiro, e o diretor técnico do Hemosc, Guilherme Genovez, foram recebidos pelo presidente da Hemobrás, Antônio Edson de Lucena. Na visita técnica, o grupo esteve na estrutura já instalada da fábrica de hemoderivados, como o bloco da Triagem do Plasma. Além disso, foram discutidas estratégias para o aumento produção nacional de plasma.


Na presidência do Hemope desde julho, Raquel Carneiro teve a oportunidade de conhecer a fábrica. “Foi uma grande satisfação a visita à Hemobrás. Foi possível testemunhar de perto o comprometimento da equipe e a tecnologia que vai ser utilizada para a produção de hemoderivados. Isso só reforça a importância do trabalho desta instituição para a saúde pública.”

Frederico Monteiro, chefe do Serviço de Relacionamento com a Hemorrede, explica a importância do diálogo com os serviços de hemoterapia de todo o país. “Nossa meta é aumentar a captação de plasma e isso será possível com os investimentos oriundos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para fortalecimento e qualificação da hemorrede brasileira”. O Hemope e o Hemosc são hemocentros qualificados e enviam regularmente plasma à Hemobrás para fracionamento industrial.




Projeto piloto do Ministério da Gestão e Inovação vai tornar gestão de documentos mais eficiente na Hemobrás

A Hemobrás vai implantar de forma piloto o Sistema Eletrônico de Informações (SEI). A ferramenta de gestão de documentos e processos eletrônicos foi desenvolvida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e tem como objetivo tonar mais eficiente o ambiente administrativo no setor público.

Um acordo de cooperação firmado entre o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) e o TRF4, em junho deste ano, visa a ampliação do SEI para toda a Administração Pública Federal direta e indireta. Para isso, o MGI, por meio do DataPrev, criou o Processo Eletrônico Nacional (PEN), que é uma infraestrutura de processo eletrônico para a obtenção de melhorias no desempenho da gestão de processos, visando obter ganhos como agilidade, produtividade, satisfação do público usuário e redução de custos.

Na última semana, o processo de implantação do “Projeto SEI” foi aberto pelo gerente de Administração da Hemobrás, Gustavo Simoni. Ele destacou as tentativas para a adesão da Hemobrás ao SEI e comemorou a chegada do sistema. “Conseguir o SEI agora para a Hemobrás é uma grande vitória”, declarou o gerente.

A Hemobrás será a primeira empresa pública a receber o projeto e o adequar às suas demandas e necessidades dentro do acordo de cooperação técnica feito pelo MGI para levar o sistema para toda o setor público brasileiro. O SEI já é utilizado por mais de 150 órgãos e entidades públicas, é simples e seguro, contribuindo para a segurança da informação.

O gerente de Tecnologia da Informação e Comunicação da Hemobrás, Maurício Ottoni, enfatizou o esforço de toda a equipe da Hemobrás para alcançar a transformação digital. “Atribuo essa conquista a mais um cauteloso trabalho de equipe. Essa mesma sinergia precisaremos agora para a implantação e o engajamento dos profissionais da empresa. Isso é que fará a diferença nesse processo”, avalia. “Essa é mais uma ação que demonstra o esforço da DAF em busca da transformação digital em nossa trajetória para indústria 4.0”, enfatizou.

A partir de um grupo de trabalho serão implantadas as etapas do SEI. Até maio de 2024 o sistema deve estar em pleno uso pelo corpo funcional da Hemobrás.




Reforçando parcerias estratégicas, Hemobrás participa do Hemo 2023

Mais de 7 mil profissionais da saúde, além de representantes de indústrias farmacêuticas, serviços de hemoterapia e pacientes se reuniram no Hemo 2023 para discutir as novidades em hematologia, hemoterapia e terapia celular. O congresso aconteceu entre os dias 25 e 28 de outubro em São Paulo. A Hemobrás participou do evento com estande, apresentação de trabalhos científicos e palestra sobre a gestão do plasma brasileiro.

No estande, serviços de hemoterapia públicos e privados tiveram mais informações sobre como se tornar um fornecedor de plasma e contribuir com a produção de hemoderivados para atendimento dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Gian Carla Zanela é diretora do Hemocentro do Mato Grosso, o mais novo serviço qualificado em outubro, após auditoria da Hemobrás. “Ficamos muito felizes! Essa é mais uma forma de o doador do Mato Grosso auxiliar a salvar vidas. Nesse caso, através da produção de medicamentos”, comemora a diretora. “Nós temos uma gama muito grande de pacientes que fazem uso dos medicamentos e, sabendo que nosso plasma excedente vai para uma indústria brasileira, nos dá uma certa tranquilidade porque hoje o mercado é muito instável”, explica Zanella.

Francisco Marcelino tem 40 anos e é um dos pacientes com hemofilia que faz uso recorrente do Fator VIII de Coagulação para ter mais qualidade de vida. Ele é presidente da Associação dos Hemofílicos do Ceará e detalha a liberdade que o tratamento profilático traz: “Hoje a gente pode tudo: estudar, trabalhar, ser um cidadão ativo da sociedade brasileira”, exemplifica. Tânia Pietrobelli, presidente da Federação Brasileira de Hemofilia (FBH), lembra que o tratamento profilático para todas as pessoas com hemofilia no Brasil foi conquistado em 2012. “A Hemobrás tem uma grande importância no sentido de atender a nossa população, que é muito grande. O Brasil tem o quarto maior número de pessoas com diagnóstico de hemofilia no mundo, por isso a transferência de tecnologia é tão importante para suprir a demanda nacional”, conclui.

Para Frederico Monteiro, chefe do Serviço de Relacionamento com a Hemorrede, o Hemo 2023 confirmou a importância do evento como instrumento de aproximação e fortalecimento da Hemobrás com diversos públicos de interesse. “Nesses quatro dias, tivemos grande movimentação no estande com diálogos importantes com a coordenadora-geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Joice Aragão, e com representantes de diversos serviços de hemoterapia com intenção de fornecer plasma à Hemobrás. Além disso, aumentamos a parceria com aqueles que já enviam o plasma à indústria”, detalha Frederico. Representações de pacientes também visitaram o espaço, como a presidente da Associação Brasileira de Pessoas com Hemofilia (Abraphem), Mariana Battazza, e presidentes de associações regionais como Alagoas e Paraíba.

PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA –

A Hemobrás esteve na programação dos simpósios com o tema: “Gestão do plasma brasileiro pela Hemobrás – panorama atual, perspectivas e desafios”, ministrada por Frederico Monteiro. A palestra teve capacidade máxima atingida e foi acompanhada por mais de 300 pessoas em um dos auditórios do Transamérica Expo Center.

Além disso, a equipe técnica formada por Elias Souza, Leonardo Dantas, Giovanna Nascimento, Raquel Bastos e Rafael Aguiar apresentou cinco trabalhos em forma de pôsteres:

  • Gestão do plasma brasileiro: cenário atual;
  • Estratégias para aumentar a disponibilidade de plasma excedente do uso transfusional;
  • Avaliação do descarte de bolsas de plasma enviada para fracionamento industrial durante a triagem;
  • Notificações de retrovigilância enviadas à indústria: panorama atual;
  • Dificuldades da hemorrede no fornecimento de plasma para fracionamento industrial.

Raquel Bastos, uma das autoras, avalia a participação no evento: “Além da produção científica, que é um importante instrumento para a transmissão de conhecimento, a presença da Hemobrás foi fundamental para a divulgação da empresa como indústria farmacêutica pública estratégica, que atua em parceria com os serviços de hemoterapia e é protagonista no papel de promover saúde pública de qualidade no Brasil”, finaliza.