Notícia publicada em: 12.05.2016
A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia recebeu, nesta quinta-feira (12.05), o certificado de reconhecimento, pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Pernambuco (SRTE-PE), por contribuir com a erradicação do trabalho infantil no estado. A empresa contratou um jovem aprendiz afastado daquela condição. O evento aconteceu 10h, no auditório Gentil Mendonça, localizado na sede da SRTE-PE, e a Hemobrás esteve representada pelo Gerente de Gestão de Pessoas, Rafael Jaegger.
Ao todo, 23 empresas que atuam em Pernambuco foram certificadas por tirar jovens do trabalho infantil e inseri-los, de maneira legal, no ambiente de trabalho, respeitando a legislação vigente e colaborando para que essas pessoas tenham acesso a direitos e ao aprendizado que devem ser garantidos nessa fase.
“Esse reconhecimento motiva a gente a continuar trabalhando arduamente sabendo que estamos construindo novas perspectivas de futuro. Isso muito nos orgulha e acreditamos que toda empresa deve prezar pela função social e colaborar para melhoria de vida da população aonde ela está inserida”, lembrou Rafael Jaegger.
No Brasil, segundo a Fundação Abrinq, 3,3 milhões de crianças e adolescentes estão em situação de trabalho infantil. Os dados foram apresentados em abril deste ano no estudo “Cenário da Infância e da Adolescência – 2016”. Só no estado de Pernambuco, são 109 mil pessoas nessa condição.
Aprendiz
Gabriel começou a trabalhar cedo, aos 6 anos, ajudando a mãe a vender coco verde na feira de Afogados. Usava do tempo livre, quando saia da escola, para auxiliar nas vendas e não tinha sábado, domingo ou feriado. Além da rotina, trabalhava no manuseio de facão para cortar os cocos. “Já cheguei a cortar os dedos algumas vezes”, lembra. O jovem ficou na atividade até os 13 anos de idade quando sua mãe foi autuada pelo Ministério do Trabalho.
A partir de lá, Gabriel foi convidado a fazer entrevistas em empresas que têm programa de Jovem Aprendiz. “Em dezembro de 2015 fiz a entrevista na Hemobrás e fui chamado”. Desde que começou na estatal considera que melhorou competências e desenvolveu habilidades que o ambiente corporativo lhe proporcionou. “Tinha o curso de Excel, mas não mexia no programa. Agora estou conseguindo praticar”, comemora, ao lembrar que ganhou desenvoltura em outras práticas como a comunicativa. “Aqui tenho que me relacionar com mais pessoas, o que me faz falar mais e me expressar melhor”.