Nossa História

A implantação de uma empresa de hemoderivados no Brasil está prevista na Lei 10.205, de 21 de março de 2001. A norma regulamenta o parágrafo 4º, do Artigo 199 da Constituição Federal, relativo à coleta, processamento, estocagem, distribuição e aplicação do sangue, seus componentes e derivados.

A nossa criação foi autorizada pela Lei Federal 10.972, de 2 de dezembro de 2004. O estatuto foi aprovado pelo Decreto 5.402, de 28 de março de 2005, e começamos a funcionar em setembro do mesmo ano, quando houve a nomeação da primeira direção. Iniciamos a operação em um pequeno escritório em Brasília, e conseguimos, pouco a pouco, nos institucionalizarmos, realizar pesquisas, trabalhos de auditoria em hemocentros e, paralelamente a estas atividades, avançar no projeto de construção daquela que será a maior fábrica de hemoderivados na América Latina.

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DESCENTRALIZAÇÃO

A instalação da Hemobrás em Pernambuco foi uma estratégia do Governo Federal em descentralizar investimentos e estimular o desenvolvimento técnico-científico além do eixo Sul-Sudeste. Ao funcionar no município de Goiana, que fica na divisa com a Paraíba, em uma área que por muito tempo teve a economia centrada no plantio de cana-de-açúcar, atualmente, a região se vê abrigando uma indústria que utiliza tecnologia de ponta e que vem contribuindo para o seu desenvolvimento socioeconômico, assim como a Klabin, Jeep, Vivix e outras indústrias sediadas na região.

Atualmente, nosso corpo funcional é composto por empregados concursados, servidores requisitados de outros órgãos, estagiários e colaboradores terceirizados, que atuam nas mais diversas áreas. Estes profissionais são responsáveis pela construção da planta industrial; por realizar auditorias técnicas permanentes em hemocentros brasileiros; por prestar assistência técnica e consultoria a esses estabelecimentos; por promover a logística de importação e distribuição dos medicamentos em território nacional aos hemocentros e serviços de saúde; por fazer pesquisas com parceiros científicos no País e no exterior; por elaborar teste de diagnóstico de doenças no sangue por nanotecnologia e biologia molecular. Desenvolvem, ainda, atividades nas áreas administrativa, financeira, jurídica, de tecnologia da informação e comunicação.

História da Hemoterapia

Para entender nossa representatividade para o País, é importante resgatar a história da hemoterapia e dos hemoderivados que a futura fábrica, instalada em Goiana-PE, produzirá.

1900
Início do Período Científico da História da Hemoterapia
1942
Inaugurado o 1º Banco de Sangue do Brasil
1950
Fundada a Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia
1961
Início da Cooperação Brasil-França em Hemoterapia
1965
Formada a Comissão Nacional em Hemoterapia
1977
Inaugurado o Hemope
1980
Criado o Programa Nacional de Sangue e Hemoderivados
1988
Constituição de 1988

A hemoterapia moderna surgiu após a Segunda Guerra Mundial, com a estruturação dos bancos de sangue e o desenvolvimento de um anticoagulante chamado CPD, que permitia que o sangue doado permanecesse em estado líquido, mesmo sem refrigeração. Nos anos 50, foram desenvolvidos os primeiros hemoderivados no mundo: a solução de  albumina e a imunoglobulina intramuscular.

Três décadas depois, nos anos 80, os fatores de coagulação VIII e IX passaram a ser utilizados em larga escala. Na década de 90, foi a vez da imunoglobulina endovenosa, hemoderivado de maior consumo no mundo, e dois outros produtos, o complexo protrombínico e o fator de von Willebrand. Estes produtos salvam milhares de vidas no país, de pessoas com hemofilia, pacientes com queimaduras, com câncer, imunodeficiência primária e AIDS, por exemplo.

O primeiro banco de sangue brasileiro foi inaugurado em 1942, no Instituto Fernandes Figueira (IFF), no Rio de Janeiro, hoje instituto da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Para abastecer os bancos de sangue no Brasil a partir da década de 1940, o Governo Federal, diferentemente dos países europeus que trabalhavam com o altruísmo, adotou o sistema de recrutamento de pessoal por remuneração. Isto criou distorções no sistema, corrigidas após a Constituição Federal de 1988, que determinou a doação de sangue como um ato estritamente voluntário.

A Carta Magna foi o ápice de uma luta travada após 1981, quando foi descoberta a Aids, doença que tinha na transfusão de sangue uma das formas de contágio. Milhares de pessoas, principalmente pessoas com hemofilia, foram infectadas pelo vírus HIV, o que gerou uma consciência social para proibir a remuneração na doação de sangue e aprimorar sua qualidade.

Com a proibição da comercialização do sangue do povo brasileiro, os bancos de sangue precisaram se reestruturar, seguir instruções normativas, culminando com a criação da Rede Brasileira de Hemocentros, mais conhecida, atualmente, como a Hemorrede Brasileira.

Coube ao Ministério da Saúde, através do Pró-Sangue (Programa Nacional de Sangue e Hemoderivados) instalar um hemocentro em cada estado brasileiro, seguindo o modelo do Hemocentro de Pernambuco (Hemope) primeira instituição nacional criada dentro de princípios adequados, em funcionamento desde 1977, quando foi inaugurado pelo governo estadual.

Apresentando perfil diferenciado dos bancos de sangue, os hemocentros exigiam qualidade do sangue coletado, com a realização de testes para a detecção de várias doenças. Hoje, o padrão de qualidade da média dos hemocentros brasileiros se assemelha ao dos países europeus e dos Estados Unidos.

E esses serviços são os fornecedores do plasma brasileiro que, hoje, graças a um contrato de transferência de tecnologia entre o Brasil (Hemobrás) e a França (Laboratório Francês de Biotecnologia), é enviado ao exterior para voltar ao País na forma de medicamentos (albumina, imunoglobulina, fator VIII e IX).

Com o funcionamento pleno da Hemobrás, esse plasma brasileiro não precisará ser exportado e o Brasil terá a autonomia na produção deste tipo de medicamentos.

Somos uma indústria farmacêutica nacional

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) é uma estatal com 100% do Capital Social pertencente ao Governo Federal. Empresa pública da administração indireta, vinculada ao Ministério da Saúde (MS), que tem como função social garantir aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) o fornecimento de medicamentos derivados do sangue e/ou obtidos por meio de engenharia genética, com produção nacional.

Hemobrás – Medicamentos que se traduzem em qualidade de vida para todo o Brasil

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia, no ramo de indústria farmacêutica, trabalha para reduzir a dependência externa do Brasil no setor de derivados do sangue e biofármacos, ampliando o acesso da população a medicamentos essenciais à vida de milhares de pessoas com hemofilia, além de pacientes de imunodeficiências primárias ou erros inatos do sistema imune, queimaduras graves, Aids, câncer, entre outras doenças.

Para isso, está sendo finalizada a construção da maior fábrica de medicamentos hemoderivados da América Latina, com capacidade para processar até 500 mil litros de plasma ao ano, no município de Goiana, em Pernambuco. Com investimento de aproximadamente R$ 1,4 bilhão para produção de hemoderivados, o empreendimento possuirá 17 prédios, distribuídos em 48 mil metros quadrados de área construída, em um terreno de 25 hectares. Em paralelo à construção da fábrica de hemoderivados, temos a implantação de uma fábrica de fator VIII recombinante, medicamento destinado ao tratamento da hemofilia A no Brasil. O Hemo-8r, como é conhecido o medicamento, já é fornecido para o SUS pela Hemobrás por meio de uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com capacidade de produção suficiente para abastecer 100% da demanda do Brasil.

Os medicamentos a serem produzidos pela Hemobrás são destinados ao tratamento de uma ampla gama de doenças e apresentam preço de aquisição elevado devido às condições e à estrutura de mercado existente. A produção nacional desses medicamentos é de extrema importância, porque reduz a vulnerabilidade científica e financeira do país diante do mercado internacional. A dependência externa nesse setor pode deixar o Brasil sujeito até mesmo à falta de medicamentos, influenciada pelo desequilíbrio entre a oferta e a procura em todo o mundo.

Nosso cliente prioritário é o Ministério da Saúde, e as pessoas consumidoras de nossos produtos são aquelas que utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS). Caso haja possibilidade de ampliação de mercado de atuação, incorporam-se aos clientes desejáveis a Hemorrede e hospitais privados, além de centros de pesquisa e sistemas de saúde públicos ou privados de outros países.

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Missão

Pesquisar, desenvolver e produzir medicamentos hemoderivados e biotecnológicos para atender prioritariamente aos pacientes do Sistema Único de Saúde – SUS.

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Visão

Ser reconhecida pela produção sustentável de medicamentos hemoderivados e biotecnológicos, contribuindo para a garantia de abastecimento do Sistema Único de Saúde - SUS e melhoria da qualidade de vida dos pacientes, por meio de profissionais qualificados e engajados.

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Valores

1. Ética e Integridade:
Respeitar à vida e ao próximo;
Respeitar às diversidades;
Ser honesto e confiável;
Ser transparente;
Cumprir as leis;
Cumprir os princípios da Administração Pública.

2. Sustentabilidade:
Respeitar o meio ambiente;
Gerir recursos naturais e financeiros de forma eficiente e econômica;
Promover a consciência ambiental e social;
Promover a qualidade de vida.

3. Foco em resultados:
Ser comprometido com objetivos e metas;
Buscar excelência dos processos e produtos;
Promover a gestão participativa;
Promover a integração e cooperação;
Incentivar o desenvolvimento profissional do corpo funcional;
Buscar aprendizagem contínua;
Estar pronto para adaptar-se às necessidades e tendências futuras;
Trabalhar com gestão de riscos para tomada de decisões;
Buscar inovações;
Valorizar e reconhecer o corpo funcional;
Ter uma comunicação efetiva.

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PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO

O Plano Diretor Estratégico (PDE) da Hemobrás tem como finalidade estabelecer diretrizes gerais e estruturar ações de forma ampla e integrada, para viabilizar o alcance dos propósitos institucionais estabelecidos para o horizonte temporal de 2018 a 2027.

Desta forma o PDE busca criar uma atmosfera de melhoria contínua e programática a partir da definição de objetivos estratégicos, metas e Planos de Ação que devem ser monitorados sistematicamente para possibilitar tomadas de decisões em tempo e assertivas, bem como envolver e engajar todo o conjunto de profissionais para o alcance dos resultados esperados.

Neste contexto, o PDE garante o alinhamento estratégico dos seus principais elementos vinculantes que são: a Missão, a Visão de Futuro, os Focos e os Valores.

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FOCOS ESTRATÉGICOS

FOCO I - Produção de medicamentos na fábrica da Hemobrás;
FOCO II - Sustentabilidade econômica, social e ambiental;
FOCO III - Modelo de gestão e governança adequado aos desafios da Empresa.

Modelo Organizacional

place
SEDE (BRASÍLIA-DF)

SRTV Sul Quadra 701, Bloco O, Edifício Multiempresarial, s/n , Salas nº 140, ASA SUL, Brasília-DF , CEP : 70.340-000.
CNPJ: 07.607.851/0001-46
Inscrição Distrital: 0748096100124
Horário de funcionamento: das 8h às 18h.
Telefone: (61) 3223-7155 | (61) 3223-7129
E-mail: ouvidoria@hemobras.gov.br

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ESCRITÓRIO OPERACIONAL (RECIFE-PE)

Rua Professor Aloísio Pessoa Araújo, n°75, Empresarial Boa Viagem Corporate, 8°, 9° e 13º andares, Boa Viagem, Recife-PE, CEP 51021-410.
CNPJ: 07.607.851/0004-99
Inscrição Municipal: 442.821-8
Inscrição Estadual: 0666864-07
Horário de Funcionamento: das 08h às 18h
Telefone: (81) 3464-9600
E-mail: ouvidoria@hemobras.gov.br

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FÁBRICA (GOIANA-PE)

Rodovia BR-101 Norte, Quadra D, Lote nº 06, Zona Rural, Goiana-PE. CEP: 55900-000
CNPJ: 07.607.851/0002-27
Inscrição Municipal: 002.241-1
Inscrição Estadual: 0369603-06
Horário de Funcionamento: das 7:30h às 16:30h
Telefone (81) 3464-9600
E-mail: ouvidoria@hemobras.gov.br

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Imunoglobulina

São proteínas produzidas pelos linfócitos B, tipo específico de leucócito (célula sanguínea) cuja função é reconhecer, neutralizar e marcar os antígenos para que estes sejam eliminados ou fagocitados pelos macrófagos. Ou seja, age como mecanismo de defesa do organismo contra infecções e agressões externas. 

Indicação – no âmbito terapêutico, é usada principalmente em pessoas com doenças neurológicas, deficiências imunológicas, doenças autoimunes e infecciosas, aids, púrpura, entre outras e no transplante de medula óssea. 

Fator de von Willebrand

É um fator pró-coagulante que circula no plasma sanguíneo. Ele aumenta a adesão de plaquetas ao endotélio lesado e, ao se ligar ao fator VIII, mantém adequados seus níveis plasmáticos. A deficiência quanti ou qualitativa desse fator caracteriza a doença que traz o nome do médico finlandês Erik Adolf von Willebrand, que a descreveu pela primeira vez em 1925. 

Indicação – portadores da coagulopatia de von Willebrand, vinculada a mutação no cromossomo 12, que se manifesta basicamente pela disfunção plaquetária associada à diminuição dos níveis séricos do fator VIII coagulante, existindo também casos raros de forma adquirida da doença. Essa é a doença hemorrágica mais comum e atinge cerca de 2% da população mundial. Ambos os sexos são afetados e os sintomas incluem sangramentos nas gengivas, menstruais prolongados, sangramentos excessivos após pequenos cortes, extração dentária e outras cirurgias.  

Fator IX

O Fator IX é uma das principais proteínas do sistema de coagulação e encontra-se deficiente em pessoas com hemofilia B. 

Indicação – pacientes com hemofilia B, doença genética cujos sintomas são semelhantes aos da hemofilia A.

Fator VIII

O Fator VIII plasmático é uma das proteínas essenciais do sistema de coagulação sanguínea e sua falta causa a hemofilia A, chamada de hemofilia clássica, doença genética ligada ao sexo.  

Indicação – usado no tratamento das pessoas com hemofilia A, doença caracterizada por hemorragias nas articulações, músculos, trato digestivo e cérebro. Como a doença é ligada ao cromossomo X, um homem (XY) com um gene anormal no seu cromossomo X terá hemofilia. No caso da mulher (XX), ela só apresenta a doença, se os dois cromossomos X estiverem afetados, o que é muito raro. Quando um só é atingido, ela poderá passar o gene ao seu filho. A incidência estimada da doença é de 1 para 5mil homens e 1 para cada 25 milhões de mulheres. O Fator VIII plasmático tem a mesma função do Hemo-8r (nosso fator VIII recombinante): combater sangramentos e realizar o tratamento profilático de pacientes com hemofilia A. A reposição do fator VIII restaura a hemostasia nesses pacientes. 

Entregas

Entregas em 2022: 82.981 frascos. 

Atualizado em 24/08/2022.

Albumina

Albumina humana é a principal proteína encontrada no plasma sangue. Sua síntese ocorre no fígado, pelos hepatócitos. Exerce papel fundamental na manutenção da pressão osmótica, distribuindo os líquidos corporais nos espaços intra e extravascular. 

Indicação – é usada no tratamento de grandes queimados ou de pessoas com hemorragias graves, cirrose, insuficiência renal, septicemias, e ainda em transplantes de fígado e cirurgias cardíacas. 

Hemo-8r
(Fator VIII recombinante)

O Hemo-8r é o nosso Fator VIII recombinante. Ele é o nosso primeiro produto registrado e distribuído com a nossa marca. O Hemo-8r é fundamental para a nova fase do tratamento da Hemofilia A no Brasil com a ampliação da profilaxia, que é a maneira mais eficaz para prevenir os sangramentos espontâneos e sequelas nas pessoas portadoras da coagulopatia.

Possui a mesma eficácia do Fator VIII plasmático, mas não depende das doações de sangue para ser produzido, o que vai permitir que a maioria das pessoas portadoras de Hemofilia A possam fazer o tratamento profilático no futuro.

Recombinantes

Medicamentos recombinantes são produzidos por engenharia genética através do uso da “tecnologia de DNA recombinante”. Nessa técnica, um gene responsável pela síntese de uma proteína específica, é inserido numa célula que será responsável pela expressão da mesma. Essa célula modificada se reproduz num meio com nutrientes e expressa uma grande quantidade da proteína. O produto final é obtido após a purificação da proteína e utilização na fabricação do medicamento.

Atualmente, temos um processo de transferência de tecnologia de medicamento recombinante com o laboratório Takeda, para a produção do Hemo-8r, o Fator VIII recombinante.

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