Doação de sangue salva vidas além da transfusão

Doação de sangue salva vidas além da transfusão

Notícia publicada em: 25.11.2010

Assunto: Recepção do HemoRio / Local: Rua Frei Caneca – Rio de Janeiro – RJ / Data: 29/09/2010

Em 25 de novembro comemora-se o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue e a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) reforça a importância deste gesto de solidariedade. O sangue doado nos hemocentros beneficia milhões de pessoas todos os anos por meio da transfusão, mas o que muitos ainda desconhecem é que um de seus componentes pode ir além. Cerca de 70% do plasma não tem demanda para a prática transfusional, mas pode ser transformado em medicamentos para salvar a vida de pessoas com hemofilia, câncer, aids, cirrose e outras doenças graves assistidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

As aplicações da transfusão sanguínea são variadas e há ocasiões em que a administração de componentes específicos é mais indicada. “Desta forma, os concentrados de hemácias e de plaquetas são totalmente aproveitados. Já o plasma, que tem menos indicações transfusionais – como quando há deficiência de vários fatores de coagulação, ou infecções severas –, é utilizado apenas 30% de todo o coletado”, afirma o diretor técnico da Hemobrás, o médico hematologista Luiz Amorim. Estes 70% restantes chamam-se plasma excedente.

É justamente esta a matéria prima que será utilizada pela Hemobrás na produção de medicamentos, quando a fábrica de hemoderivados, que está em construção em Goiana, distante 63 quilômetros do Recife, começar a funcionar, em 2014. Mas desde já a Hemobrás é responsável pela coleta nos hemocentros e envio do plasma excedente à França, onde ocorre hoje o seu beneficiamento nos medicamentos hemoderivados mais consumidos no País (albumina, imunoglobulina e fatores de coagulação VIII e IX). A unidade fabril da Hemobrás também irá produzir fator de von Willebrand e complexo protrombínico.

Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que, para manter os estoques regulares de sangue, é preciso que 4% da população façam a doação regularmente. “No Brasil, este número é de apenas 2%. Por isso é importante que todos se conscientizem de que, ao doar sangue, pode salvar muito mais vidas do que se imagina, pois este gesto de solidariedade vai além da transfusão. Sem contar que hoje enviamos 150 mil litros de plasma por ano para serem transformados em medicamentos no exterior. Já a nossa fábrica terá capacidade de processar 500 mil litros de plasma por ano”, salienta Amorim.

A fábrica da Hemobrás garantirá 100% de autossuficiência para o SUS em albumina e fator IX. Promoverá também a autosssuficiência total em dois outros produtos: o fator de von Willebrand e o complexo protrombínico. Já para a imunoglobulina, a expectativa é atender, em média, 50% das necessidades do País. Para o fator VIII, a previsão é suprir de 20% a 40% da demanda do SUS. Estes patamares serão atingidos com um processamento de 500 mil litros de plasma por ano, que será a capacidade da indústria.

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Imunoglobulina

São proteínas produzidas pelos linfócitos B, tipo específico de leucócito (célula sanguínea) cuja função é reconhecer, neutralizar e marcar os antígenos para que estes sejam eliminados ou fagocitados pelos macrófagos. Ou seja, age como mecanismo de defesa do organismo contra infecções e agressões externas. 

Indicação – no âmbito terapêutico, é usada principalmente em pessoas com doenças neurológicas, deficiências imunológicas, doenças autoimunes e infecciosas, aids, púrpura, entre outras e no transplante de medula óssea. 

Fator de von Willebrand

É um fator pró-coagulante que circula no plasma sanguíneo. Ele aumenta a adesão de plaquetas ao endotélio lesado e, ao se ligar ao fator VIII, mantém adequados seus níveis plasmáticos. A deficiência quanti ou qualitativa desse fator caracteriza a doença que traz o nome do médico finlandês Erik Adolf von Willebrand, que a descreveu pela primeira vez em 1925. 

Indicação – portadores da coagulopatia de von Willebrand, vinculada a mutação no cromossomo 12, que se manifesta basicamente pela disfunção plaquetária associada à diminuição dos níveis séricos do fator VIII coagulante, existindo também casos raros de forma adquirida da doença. Essa é a doença hemorrágica mais comum e atinge cerca de 2% da população mundial. Ambos os sexos são afetados e os sintomas incluem sangramentos nas gengivas, menstruais prolongados, sangramentos excessivos após pequenos cortes, extração dentária e outras cirurgias.  

Fator IX

O Fator IX é uma das principais proteínas do sistema de coagulação e encontra-se deficiente em pessoas com hemofilia B. 

Indicação – pacientes com hemofilia B, doença genética cujos sintomas são semelhantes aos da hemofilia A.

Fator VIII

O Fator VIII plasmático é uma das proteínas essenciais do sistema de coagulação sanguínea e sua falta causa a hemofilia A, chamada de hemofilia clássica, doença genética ligada ao sexo.  

Indicação – usado no tratamento das pessoas com hemofilia A, doença caracterizada por hemorragias nas articulações, músculos, trato digestivo e cérebro. Como a doença é ligada ao cromossomo X, um homem (XY) com um gene anormal no seu cromossomo X terá hemofilia. No caso da mulher (XX), ela só apresenta a doença, se os dois cromossomos X estiverem afetados, o que é muito raro. Quando um só é atingido, ela poderá passar o gene ao seu filho. A incidência estimada da doença é de 1 para 5mil homens e 1 para cada 25 milhões de mulheres. O Fator VIII plasmático tem a mesma função do Hemo-8r (nosso fator VIII recombinante): combater sangramentos e realizar o tratamento profilático de pacientes com hemofilia A. A reposição do fator VIII restaura a hemostasia nesses pacientes. 

Entregas

Entregas em 2022: 82.981 frascos. 

Atualizado em 24/08/2022.

Albumina

Albumina humana é a principal proteína encontrada no plasma sangue. Sua síntese ocorre no fígado, pelos hepatócitos. Exerce papel fundamental na manutenção da pressão osmótica, distribuindo os líquidos corporais nos espaços intra e extravascular. 

Indicação – é usada no tratamento de grandes queimados ou de pessoas com hemorragias graves, cirrose, insuficiência renal, septicemias, e ainda em transplantes de fígado e cirurgias cardíacas. 

Hemo-8r
(Fator VIII recombinante)

O Hemo-8r é o nosso Fator VIII recombinante. Ele é o nosso primeiro produto registrado e distribuído com a nossa marca. O Hemo-8r é fundamental para a nova fase do tratamento da Hemofilia A no Brasil com a ampliação da profilaxia, que é a maneira mais eficaz para prevenir os sangramentos espontâneos e sequelas nas pessoas portadoras da coagulopatia.

Possui a mesma eficácia do Fator VIII plasmático, mas não depende das doações de sangue para ser produzido, o que vai permitir que a maioria das pessoas portadoras de Hemofilia A possam fazer o tratamento profilático no futuro.

Recombinantes

Medicamentos recombinantes são produzidos por engenharia genética através do uso da “tecnologia de DNA recombinante”. Nessa técnica, um gene responsável pela síntese de uma proteína específica, é inserido numa célula que será responsável pela expressão da mesma. Essa célula modificada se reproduz num meio com nutrientes e expressa uma grande quantidade da proteína. O produto final é obtido após a purificação da proteína e utilização na fabricação do medicamento.

Atualmente, temos um processo de transferência de tecnologia de medicamento recombinante com o laboratório Takeda, para a produção do Hemo-8r, o Fator VIII recombinante.

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