Em um ano, Pernambuco terá a primeira câmara fria robotizada para armazenar plasma no país
Notícia publicada em: 03.06.2010
O presidente da Hemobras (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia), João Paulo Baccara, assinou nesta terça-feira (07), Dia Mundial da Saúde, a ordem de serviço que autoriza o início às obras de construção do primeiro bloco da fábrica de hemoderivados em Goiana, na Zona da Mata pernambucana. Neste prédio será disposta a câmara fria que armazenará até 1 milhão de bolsas de plasma. A partir do plasma serão produzidos vários medicamentos para tratamento de pacientes atendidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), como os hemofílicos.
A iniciativa marca um novo momento na saúde pública no país porque representa um passo importante na implantação da Hemobras em Pernambuco. O início das obras para a instalação da câmara robotizada levará o governo federal a ter condições ideais para o armazenamento do plasma industrial e futuramente reduzir as despesas públicas.
Baccara afirmou que até março de 2010 estará concluída a construção do prédio denominado B-01. Nele, haverá uma câmara fria dividida em duas, mas com vários sistemas de geração de resfriamento que manterão a temperatura inferior a 35 graus Celsius. Os vários sistemas de resfriamento visam afastar o risco paralisação ou quebra da câmara.
O diretor-técnico da Hemobras, Luiz Amorim, afirmou que o funcionamento da câmara será monitorado por um moderno sistema de tecnologia baseado em robôs que farão o trabalho, uma vez que a legislação trabalhista veta que profissionais atuem por mais de oito minutos sob uma temperatura ambiente inferior a 35 graus Celsius.
Segundo Amorim, apesar do monitoramento dos robôs, é necessário que a coordenação do trabalho seja feita por profissionais, por isso 25 pessoas – com qualificação própria e treinamento orientado por técnicos franceses – trabalharão no chamado B01 – a câmara de armazenamento de plasma.
A construção da fábrica é a busca pela autossuficiência na produção de hemoderivados e biotecnologia. De acordo com o presidente da Hemobras, o país importa tudo que consome em hemoderivados. Atualmente o governo brasileiro importa cerca de R$ 1 bilhão em medicamentos hemoderivados.
Em Goiana, a fábrica vai ocupar uma área plana, de 250 mil metros quadrados, no pólo farmocoquímico em fase de implantação pelo governo de Pernambuco. Baccara disse que com a fábrica em funcionamento será possível produzir os fatores VIII, IX (utilizados em pacientes hemofílicos entre outros pacientes), as imunoglobulinas (substâncias que protegem pacientes com deficiências imunológicas, entre eles os que têm o vírus HIV) e Albumina. Essas substâncias são obtidas a partir do fracionamento do plasma.