Equipe da Hemobrás instala blast freezers na Fundação Pró-Sangue
Notícia publicada em: 28.09.2010
A Gerência de Controle da Qualidade da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) deu início ao processo de instalação e validação de dois freezers de congelamento rápido, os chamados blast freezers, na Fundação Pró-Sangue, em São Paulo. Uma equipe está presente no local para acompanhar todo o processo, que será concluído no próximo dia 14. Esta iniciativa faz parte de um trabalho que a Hemobrás começou há quatro anos, com visitas técnicas aos 79 principais serviços de hemoterapia públicos brasileiros. Caso necessário, a Hemobrás cede, para uso, equipamentos específicos para o monitoramento da cadeia do frio, o congelamento e o armazenamento do plasma. Até novembro, 38 blast freezers serão instalados em 35 serviços de hemoterapia de Norte ao Sul do Brasil.
Já foram contemplados a Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope) e o Hemocentro de Minas Gerais (Hemominas). Na próxima semana, será a vez da Sociedade Beneficente de Coleta de Sangue (Colsan) de Indianápolis, em São Paulo. Paralelamente a essas, a Hemobrás irá acompanhar, a distância, as instalações de mais dois blast freezers nos hemocentros de Governador Valadares e Uberlândia, ambos em Minas Gerais. “Este equipamento permite o congelamento do plasma em apenas 90 minutos, enquanto o freezer tradicional faz o mesmo procedimento em até 10 horas”, afirma a gerente de Controle de Qualidade da Hemobrás, Adriana Parodi.
Esta redução de tempo no processo garante a melhor conservação dos componentes do plasma coletado até o momento de seguir para a indústria e ser transformado em medicamentos para tratamento de doenças graves como hemofilia, câncer, AIDS e pacientes queimados. Os 38 blast freezers estão orçados em R$ 2,7 milhões e foram adquiridos por meio de um convênio firmado entre a Hemobrás e o Ministério da Saúde. Segundo Adriana Parodi, o objetivo é manter a qualidade do plasma produzido a partir das doações de sangue e, assim, poder utilizá-lo na produção de medicamentos. “Atualmente, esses 35 hemocentros coletam cerca de 1,2 milhão de bolsas de plasma por ano”, salienta.
Mas a ação não para por aí. Desde 2008, já foram entregues aos serviços de hemoterapia, 25 sistemas de monitoramento do congelamento do plasma, 15 freezers verticais a – 30º C para armazenamento de plasma e, neste último ano, 38 blast freezers, que agora estão sendo instalados. Esta qualificação dos processos relacionados à produção de plasma possibilita que a Hemobrás aumente a qualidade da matéria-prima que vem coletando nos hemocentros, desde abril deste ano, para enviar para a França – onde ocorre atualmente o beneficiamento do plasma brasileiro nos quatro medicamentos hemoderivados mais consumidos no País (Albumina, Imunoglobulina, Fatores VIII e IX). Já em 2014, com o início do funcionamento da unidade fabril em Goiana, o plasma coletado passará a ser beneficiado no Brasil, quando também serão produzidos o fator de von Willebrand e o complexo protrombínico.
A fábrica da Hemobrás será a primeira do Brasil e a maior da América Latina dentro de seu segmento e terá capacidade de processar até 500 mil litros de plasma por ano. O Brasil despende atualmente cerca de R$ 800 milhões por ano na importação de hemoderivados, que são fornecidos aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Com a nacionalização, o País minimizará sua dependência dos laboratórios estrangeiros e, em 2014, o governo reduzirá em 25% os custos gerados com a importação destes medicamentos.