Em visita à fábrica da Hemobrás nessa segunda-feira (15), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reafirmou o compromisso do Governo Federal com a produção nacional de medicamentos hemoderivados. “A Hemobrás é o maior investimento em biotecnologia na região Nordeste e, desde quando foi concebida, já era com essa visão de descentralizar o desenvolvimento cientifico e tecnológico na perspectiva do Sistema Único de Saúde (…). É muito importante que ela se complete plenamente e que possa atender as necessidades da nossa população”, afirmou a ministra. Também estiveram na fábrica a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, a vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause, deputados federais, estaduais, vereadores, o prefeito de Goiana, secretários e equipe do Ministério da Saúde.
Seguindo a mesma linha do reconhecimento da importância estratégica da indústria de hemoderivados, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação falou sobre o aporte de recursos especificamente para pesquisas na área. “Vamos abrir editais específicos para essa área de hemoderivados para reforçar esse esforço. Esse desafio de sermos autônomos é uma questão de soberania nacional”, apontou Luciana Santos. A ministra destacou que o Brasil tem um déficit de R$ 1,5 bilhão por ano na área e que é uma necessidade do país diminuir a dependência de produtos agregados em todo o Complexo Industrial da Saúde, o que inclui medicamentos, insumos e equipamentos.
O presidente da Hemobrás, Antonio Edson Lucena, comemorou o reconhecimento da importância da empresa, além do seu fortalecimento. “É fundamental a participação do Governo no empreendimento em que ele é o maior acionista. Nossa matéria-prima é o plasma humano e, com isso, a gente tem que interagir com todos os hemocentros do país, seja ele público ou privado, para que a gente tenha esse bem que não é comercializável”, explicou o presidente. A partir do fracionamento do plasma humano, a Hemobrás entrega ao SUS os medicamentos albumina, imunoglobulina, fator VIII e fator IX de coagulação.
REGIONALIZAÇÃO – A vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause, lembrou que Pernambuco é um Estado de vanguarda na política de sangue do Brasil desde a década de 70 e falou sobre a importância de ter a fábrica na região. “É fundamental a existência, a permanência e o significado da Hemobrás aqui em Pernambuco. (…) A empresa movimenta toda uma cadeia produtiva, que vai desde os insumos até a qualificação de pessoas”, apontou a vice-governadora.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, que acompanhou as discussões iniciais para trazer a Hemobrás ao estado, falou do orgulho em ver a indústria farmacêutica consolidada: “É uma alegria especial retornar aqui, usar esse colete com a logomarca da Hemobrás, andar aqui nesse chão que um dia eu andei quando era cana de açúcar e saber que todo sacrifício daquela época, todo debate que a gente participou, todo desgaste que tivemos à época ele está se pagando. Entrar aqui é olhar pra trás e dizer que valeu a pena”, finalizou.
RECOMBINANTE – Além dos hemoderivados, a Hemobrás também distribui ao SUS o medicamento recombinante Hemo-8R, essencial para tratamento da hemofilia A. O bloco produtivo do recombinante tem previsão de entrega no segundo semestre de 2023.