Hemobrás inicia envio de plasma de Goiana para a França

Notícia publicada em: 26.11.2014

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) realizou, na última quinta-feira (20/11), a primeira operação de envio de bolsas de plasma armazenadas em sua fábrica, no município de Goiana-PE, para a França. Durante três dias, cerca de 25 pessoas envolvidas no processo fizeram a preparação e acondicionamento dos páletes no Bloco B-01, onde fica estocado o produto, além do carregamento de todos os volumes em caminhão refrigerado especial. Nessa primeira remessa foram organizados 20 páletes, contendo mais de 33 mil bolsas do produto. Todo o plasma será fracionado em medicamentos, como albumina e imunoglobulina, que retornarão ao Brasil e serão distribuídos gratuitamente ao Sistema Único de Saúde (SUS).

O primeiro envio foi coordenado pela Gerência de Plasma e Hemoderivados (GPH) e acompanhado pelo presidente da Hemobrás, Romulo Maciel Filho, e por profissionais do Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), com quem a estatal vinculada ao Ministério da Saúde possui contrato de transferência de tecnologia. Isso significa que enquanto a unidade fabril da empresa está sendo construída, o laboratório é o responsável pela produção dos hemoderivados com o plasma brasileiro.

[FOTO2+]De Pernambuco, o carregamento terá como último ponto de parada no Brasil o Porto de Santos (SP), de onde seguirá para o laboratório europeu. “Foram mais de cinco meses trabalhando na parte logística dessa operação, porque ainda é difícil encontrar empresas nacionais que realizem o transporte da maneira adequada. Tudo foi bastante estudado, planejado e pensado para evitar qualquer perda ou prejuízo ao plasma, que é um produto extremamente sensível e valioso”, revelou a analista de Logística do LFB, Natalia Valles.

Para Eleonora Pires, farmacêutica e especialista em Produção de Hemoderivados e Biotecnologia da Hemobrás, a operação foi a conclusão de uma etapa muito aguardada. “Nossa atuação envolve o recebimento, triagem e formação dos lotes de plasma para exportação. Faltava esta última etapa para fechar o ciclo de B-01. Agora que concretizamos, tenho a certeza de dever cumprido. Fiquei muito emocionada com mais essa conquista”, comemorou.

Após a chegada dos paletes em São Paulo, serão agendadas as próximas coletas do material em Goiana. A previsão é que até o final deste ano ocorram mais duas remesas de plasma ao exterior.

 

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Imunoglobulina

São proteínas produzidas pelos linfócitos B, tipo específico de leucócito (célula sanguínea) cuja função é reconhecer, neutralizar e marcar os antígenos para que estes sejam eliminados ou fagocitados pelos macrófagos. Ou seja, age como mecanismo de defesa do organismo contra infecções e agressões externas. 

Indicação – no âmbito terapêutico, é usada principalmente em pessoas com doenças neurológicas, deficiências imunológicas, doenças autoimunes e infecciosas, aids, púrpura, entre outras e no transplante de medula óssea. 

Fator de von Willebrand

É um fator pró-coagulante que circula no plasma sanguíneo. Ele aumenta a adesão de plaquetas ao endotélio lesado e, ao se ligar ao fator VIII, mantém adequados seus níveis plasmáticos. A deficiência quanti ou qualitativa desse fator caracteriza a doença que traz o nome do médico finlandês Erik Adolf von Willebrand, que a descreveu pela primeira vez em 1925. 

Indicação – portadores da coagulopatia de von Willebrand, vinculada a mutação no cromossomo 12, que se manifesta basicamente pela disfunção plaquetária associada à diminuição dos níveis séricos do fator VIII coagulante, existindo também casos raros de forma adquirida da doença. Essa é a doença hemorrágica mais comum e atinge cerca de 2% da população mundial. Ambos os sexos são afetados e os sintomas incluem sangramentos nas gengivas, menstruais prolongados, sangramentos excessivos após pequenos cortes, extração dentária e outras cirurgias.  

Fator IX

O Fator IX é uma das principais proteínas do sistema de coagulação e encontra-se deficiente em pessoas com hemofilia B. 

Indicação – pacientes com hemofilia B, doença genética cujos sintomas são semelhantes aos da hemofilia A.

Fator VIII

O Fator VIII plasmático é uma das proteínas essenciais do sistema de coagulação sanguínea e sua falta causa a hemofilia A, chamada de hemofilia clássica, doença genética ligada ao sexo.  

Indicação – usado no tratamento das pessoas com hemofilia A, doença caracterizada por hemorragias nas articulações, músculos, trato digestivo e cérebro. Como a doença é ligada ao cromossomo X, um homem (XY) com um gene anormal no seu cromossomo X terá hemofilia. No caso da mulher (XX), ela só apresenta a doença, se os dois cromossomos X estiverem afetados, o que é muito raro. Quando um só é atingido, ela poderá passar o gene ao seu filho. A incidência estimada da doença é de 1 para 5mil homens e 1 para cada 25 milhões de mulheres. O Fator VIII plasmático tem a mesma função do Hemo-8r (nosso fator VIII recombinante): combater sangramentos e realizar o tratamento profilático de pacientes com hemofilia A. A reposição do fator VIII restaura a hemostasia nesses pacientes. 

Entregas

Entregas em 2022: 82.981 frascos. 

Atualizado em 24/08/2022.

Albumina

Albumina humana é a principal proteína encontrada no plasma sangue. Sua síntese ocorre no fígado, pelos hepatócitos. Exerce papel fundamental na manutenção da pressão osmótica, distribuindo os líquidos corporais nos espaços intra e extravascular. 

Indicação – é usada no tratamento de grandes queimados ou de pessoas com hemorragias graves, cirrose, insuficiência renal, septicemias, e ainda em transplantes de fígado e cirurgias cardíacas. 

Hemo-8r
(Fator VIII recombinante)

O Hemo-8r é o nosso Fator VIII recombinante. Ele é o nosso primeiro produto registrado e distribuído com a nossa marca. O Hemo-8r é fundamental para a nova fase do tratamento da Hemofilia A no Brasil com a ampliação da profilaxia, que é a maneira mais eficaz para prevenir os sangramentos espontâneos e sequelas nas pessoas portadoras da coagulopatia.

Possui a mesma eficácia do Fator VIII plasmático, mas não depende das doações de sangue para ser produzido, o que vai permitir que a maioria das pessoas portadoras de Hemofilia A possam fazer o tratamento profilático no futuro.

Recombinantes

Medicamentos recombinantes são produzidos por engenharia genética através do uso da “tecnologia de DNA recombinante”. Nessa técnica, um gene responsável pela síntese de uma proteína específica, é inserido numa célula que será responsável pela expressão da mesma. Essa célula modificada se reproduz num meio com nutrientes e expressa uma grande quantidade da proteína. O produto final é obtido após a purificação da proteína e utilização na fabricação do medicamento.

Atualmente, temos um processo de transferência de tecnologia de medicamento recombinante com o laboratório Takeda, para a produção do Hemo-8r, o Fator VIII recombinante.

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