Hemobrás investe R$ 36 mi na compra de sistemas para envase de medicamentos

Notícia publicada em: 24.02.2014

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) fez um novo investimento na aquisição de maquinários para a fábrica, que está sendo construída em Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco, com a compra de duas linhas de envase asséptico de medicamentos líquidos e liofilizados (desidratados). Orçados em R$ 36 milhões, os equipamentos feitos sob medida para estatal são estratégicos na produção do hemoderivados. Eles funcionarão no Bloco B03 e serão responsáveis pela lavagem, esterilização, preenchimento e selagem dos frascos contendo os remédios. A previsão é que os sistemas estejam instalados e qualificados num prazo de, aproximadamente, um ano.

Os equipamentos funcionarão totalmente integrados e automatizados e serão construídos especificamente para atender aos rigorosos requisitos produtivos da Hemobrás. Para que tudo venha de acordo com as especificações repassadas pelo Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), que está transferindo sua tecnologia para a estatal, serão necessárias várias etapas de teste e qualificação, desde a fase de projeto das máquinas, passando pela fabricação, recepção e instalação, até entrar em funcionamento. “Apesar de bem específicos e personalizados, os sistemas oferecerão grande flexibilidade e agilidade às linhas de produção da fábrica”, comentou o engenheiro eletrônico Berlinck Santos, especialista em produção de Hemoderivados e Biotecnologia da Hemobrás e coordenador da etapa de envase dos hemoderivados.

Na primeira linha, os fracos passarão por quatro módulos, onde ocorrerá a lavagem, esterilização de 200ºC a 350ºC, envase e fechamento, respectivamente. Já na segunda linha, o processo é concluído com o preenchimento dos recipientes, que, após essa etapa, seguem para a liofilização (desidratação, retirada da água contida na formulação do produto por sublimação com o objetivo de garantir suas propriedades ao longo do prazo de validade, como é o caso do fator VIII 250/500/1000 UI (unidade internacional, medida usada na indústria farmacêutica para identificar a concentração do princípio ativo), fator IX 500/1000 UI. Em algumas situações, dependendo do produto e do volume do frasco, a capacidade de envase poderá chegar a três mil unidades por hora.

De acordo com o especialista, toda a área onde ocorrerá o processo de envase é considerada de alto risco e deve ser absolutamente asséptica, livre de contaminações particulares e microbiológicas. Nesses espaços, não poderá haver interferência de partículas que afetem a qualidade das formulações produzidas. “Normalmente a produção de fármacos é altamente crítica e quando se trata de medicamentos injetáveis, todo processo deve obedecer a padrões ainda mais rigorosos. Precisamos assegurar que os produtos sejam fabricados e controlados com qualidade apropriados para eliminar o risco de complicações para o paciente que, em geral, já apresenta uma imunidade baixa”, reforçou.

Para garantir essa qualidade e evitar contaminações que prejudiquem o medicamento e, consequentemente, o paciente receptor do produto, torna-se necessário adotar práticas regulares, como o esvaziamento da linha após o envase de cada lote. “Sempre que encerra-se um ciclo, todo o maquinário passa por uma limpeza profunda, e alguns componentes são descartados. Além disso, em qualquer uma das etapas, caso sejam observadas inadequações, as unidades defeituosas são rejeitadas automaticamente”, detalhou.

Maquinário – Este mês de fevereiro chegaram à fábrica equipamentos que darão suporte à produção dos medicamentos. Foram bombas e tubulações sanitárias de grau farmacêutico, válvulas eletrônicas comandadas por controladores lógicos programáveis, conexões, entre outros materiais, que complementaram o primeiro lote de maquinários, recebido em setembro de 2013, composto de cinco tanques de aço inoxidável. As duas cargas foram feitas sob medida na França e serão destinadas à estocagem e à distribuição de água purificada para uso farmacêutico, além da limpeza automática do ambiente. O maquinário integra um total de sete sistemas, chamados de utilidades fabris, dos quais seis estão em fabricação paralela também na França. Juntos, estão orçados em 27 milhões de euros e também fazem parte do processo de transferência de tecnologia entre a Hemobrás e o Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB).

 

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Imunoglobulina

São proteínas produzidas pelos linfócitos B, tipo específico de leucócito (célula sanguínea) cuja função é reconhecer, neutralizar e marcar os antígenos para que estes sejam eliminados ou fagocitados pelos macrófagos. Ou seja, age como mecanismo de defesa do organismo contra infecções e agressões externas. 

Indicação – no âmbito terapêutico, é usada principalmente em pessoas com doenças neurológicas, deficiências imunológicas, doenças autoimunes e infecciosas, aids, púrpura, entre outras e no transplante de medula óssea. 

Fator de von Willebrand

É um fator pró-coagulante que circula no plasma sanguíneo. Ele aumenta a adesão de plaquetas ao endotélio lesado e, ao se ligar ao fator VIII, mantém adequados seus níveis plasmáticos. A deficiência quanti ou qualitativa desse fator caracteriza a doença que traz o nome do médico finlandês Erik Adolf von Willebrand, que a descreveu pela primeira vez em 1925. 

Indicação – portadores da coagulopatia de von Willebrand, vinculada a mutação no cromossomo 12, que se manifesta basicamente pela disfunção plaquetária associada à diminuição dos níveis séricos do fator VIII coagulante, existindo também casos raros de forma adquirida da doença. Essa é a doença hemorrágica mais comum e atinge cerca de 2% da população mundial. Ambos os sexos são afetados e os sintomas incluem sangramentos nas gengivas, menstruais prolongados, sangramentos excessivos após pequenos cortes, extração dentária e outras cirurgias.  

Fator IX

O Fator IX é uma das principais proteínas do sistema de coagulação e encontra-se deficiente em pessoas com hemofilia B. 

Indicação – pacientes com hemofilia B, doença genética cujos sintomas são semelhantes aos da hemofilia A.

Fator VIII

O Fator VIII plasmático é uma das proteínas essenciais do sistema de coagulação sanguínea e sua falta causa a hemofilia A, chamada de hemofilia clássica, doença genética ligada ao sexo.  

Indicação – usado no tratamento das pessoas com hemofilia A, doença caracterizada por hemorragias nas articulações, músculos, trato digestivo e cérebro. Como a doença é ligada ao cromossomo X, um homem (XY) com um gene anormal no seu cromossomo X terá hemofilia. No caso da mulher (XX), ela só apresenta a doença, se os dois cromossomos X estiverem afetados, o que é muito raro. Quando um só é atingido, ela poderá passar o gene ao seu filho. A incidência estimada da doença é de 1 para 5mil homens e 1 para cada 25 milhões de mulheres. O Fator VIII plasmático tem a mesma função do Hemo-8r (nosso fator VIII recombinante): combater sangramentos e realizar o tratamento profilático de pacientes com hemofilia A. A reposição do fator VIII restaura a hemostasia nesses pacientes. 

Entregas

Entregas em 2022: 82.981 frascos. 

Atualizado em 24/08/2022.

Albumina

Albumina humana é a principal proteína encontrada no plasma sangue. Sua síntese ocorre no fígado, pelos hepatócitos. Exerce papel fundamental na manutenção da pressão osmótica, distribuindo os líquidos corporais nos espaços intra e extravascular. 

Indicação – é usada no tratamento de grandes queimados ou de pessoas com hemorragias graves, cirrose, insuficiência renal, septicemias, e ainda em transplantes de fígado e cirurgias cardíacas. 

Hemo-8r
(Fator VIII recombinante)

O Hemo-8r é o nosso Fator VIII recombinante. Ele é o nosso primeiro produto registrado e distribuído com a nossa marca. O Hemo-8r é fundamental para a nova fase do tratamento da Hemofilia A no Brasil com a ampliação da profilaxia, que é a maneira mais eficaz para prevenir os sangramentos espontâneos e sequelas nas pessoas portadoras da coagulopatia.

Possui a mesma eficácia do Fator VIII plasmático, mas não depende das doações de sangue para ser produzido, o que vai permitir que a maioria das pessoas portadoras de Hemofilia A possam fazer o tratamento profilático no futuro.

Recombinantes

Medicamentos recombinantes são produzidos por engenharia genética através do uso da “tecnologia de DNA recombinante”. Nessa técnica, um gene responsável pela síntese de uma proteína específica, é inserido numa célula que será responsável pela expressão da mesma. Essa célula modificada se reproduz num meio com nutrientes e expressa uma grande quantidade da proteína. O produto final é obtido após a purificação da proteína e utilização na fabricação do medicamento.

Atualmente, temos um processo de transferência de tecnologia de medicamento recombinante com o laboratório Takeda, para a produção do Hemo-8r, o Fator VIII recombinante.

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