Nesta quarta-feira (14/06) é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue. Em todo o mundo, trata-se de um marco para ampliar a mobilização da sociedade em torno do tema. Para a Hemobrás, é o momento de agradecer aos doadores pelo ato voluntário e não remunerado e reforçar a campanha “Junho Vermelho”, realizada no Brasil por toda a rede de hemocentros para sensibilizar a população sobre a relevância das doações.
O tema da campanha do Dia Mundial do Doador de Sangue em 2023 tem como título “Doe sangue, doe plasma, compartilhe a vida, compartilhe com frequência”, conforme divulgou a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde). O sangue é matéria-prima única, que atende não só a emergências médicas, intervenções cirúrgicas e transfusões. Ele oferece componentes essenciais à produção de medicamentos desenvolvidos a partir do plasma humano como atividade fim da Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia) para melhorar a qualidade de vida para milhares de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Me sinto muito feliz de poder doar. Eu vejo como um ato de serviço ao próximo, pois independente de para quem vá, estamos ajudando uma pessoa. Talvez amanhã a gente também precise que outra pessoa doe para a gente, por isso que é importante doar, para que pessoas possam ser ajudadas”, conta Raudney Santos, doador da Fundação HEMOPE, em Recife. Sangue como o de Raudney ajuda no tratamento de talassemia, câncer, hemofilia, entre outras patologias tratadas com hemoderivados, como são chamados os medicamentos produzidos a partir do plasma.
Apenas 1,8% da população brasileira faz doação de sangue de forma rotineira, o que equivale a pouco mais de 3,8 milhões de pessoas em uma população estimada em mais de 213 milhões. Os dados são do Ministério da Saúde e do IBGE. O percentual de 1,8% está muito aquém da meta ideal prevista pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 3% a 5% de doadores de sangue em relação ao número total da população. Uma única doação de sangue pode salvar até 4 vidas, e garantir a qualidade de vida de pessoas com doenças crônicas.
O Dia Mundial do Doador de Sangue foi instituído em 2014 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e a data escolhida presta homenagem ao imunologista, médico e biólogo austríaco Karl Landsteiner, que nasceu no mesmo dia. Ele é considerado o descobridor do fator Rh, das diferenças entre os tipos sanguíneos, tendo a transfusão de sangue como rotina médica. Karl Landsteiner foi ganhador do Prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina em 1930.
No Brasil, a doação de sangue é voluntária e os hemocentros são os responsáveis por fazer a coleta e fracionamento do sangue para a separação dos hemocomponentes (hemácias, plaquetas, plasma e crioprecipitado). O plasma utilizado na produção dos medicamentos é enviado à Hemobrás por hemocentros qualificados. Quando aumenta o estoque de sangue nos hemocentros, toda a população atendida pelo SUS é beneficiada, com os medicamentos fornecidos pela Hemobrás.
A Hemobrás, empresa ligada ao Ministério da Saúde, é a responsável pela gestão do plasma sanguíneo (matéria-prima da indústria farmacêutica de hemoderivados) e pela produção de medicamentos a partir de engenharia genética. Seguindo todos os protocolos sanitários, o sangue é recebido na fábrica da Hemobrás e transformado em medicamentos como a Albumina, Imunoglobulina, Fator VIII e Fator IX de Coagulação – medicamentos essenciais ao tratamento das hemofilias do tipo A e B, câncer, AIDS, erros inatos do sistema imune e na recuperação de queimados.