Hemobrás reforça infraestrutura de mais 34 hemocentros a partir de agosto
Notícia publicada em: 20.09.2010
Em agosto, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) retoma o cronograma de reforço na infraestrutura de mais 34 serviços de hemoterapia espalhados pelo Brasil. A ação teve início em julho, na Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope), com a instalação do primeiro freezer de congelamento rápido, o chamado blast freezer, equipamento que permite o congelamento do plasma em apenas 90 minutos, enquanto o freezer tradicional faz isso em até 10 horas. Esta redução de tempo no processo garante a melhor conservação dos componentes do plasma coletado até o momento de seguir para a indústria e ser transformado em medicamentos para tratamento de doenças graves como hemofilia, câncer, AIDS e pacientes queimados.
De 30 de agosto a 2 de setembro, será a vez do Hemocentro de Minas Gerais (Hemominas), que recebe dois equipamentos. Até novembro, um total de 38 blast freezers, orçados em R$ 2,7 milhões e adquiridos por meio de um convênio firmado entre a Hemobrás e o Ministério da Saúde, serão cedidos para uso dos principais serviços de hemoterapia de Norte a Sul do Brasil. Uma equipe da Gerência de Controle da Hemobrás irá orientar e acompanhar a instalação, validação e calibração dos blast freezers, e em oito deles estará presente pessoalmente, seja por questão estratégica ou de logística. Como foi o caso do Hemope, de 12 a 14 de julho, e também será o da Fundação Pró-Sangue, em São Paulo, de 9 a 14 de setembro.
De acordo com a gerente de Controle de Qualidade da Hemobrás, Adriana Parodi, o objetivo é manter a qualidade do plasma excedente das doações de sangue e, assim, poder utilizá-lo na produção de medicamentos. “Atualmente, esses 35 hemocentros coletam cerca de 1,2 milhão de bolsas de plasma por ano”, salienta. A instalação dos blast freezers faz parte de um trabalho que a Hemobrás iniciou há quatro anos, com visitas técnicas aos 79 principais serviços de hemoterapia públicos brasileiros. Sendo detectada a necessidade, a Hemobrás cede equipamentos específicos para o monitoramento da cadeia do frio, o congelamento e o armazenamento do plasma. Entre os já entregues, desde 2008, estão 25 sistemas de monitoramento do congelamento do plasma, 15 freezers verticais a – 30º C para armazenamento de plasma e, neste último ano, 38 blast freezers, que agora estão sendo instalados.
Esta qualificação dos processos relacionados à produção de plasma possibilita que a Hemobrás aumente a qualidade da matéria-prima que vem coletando nos hemocentros, desde abril deste ano, para enviar para a França – onde ocorre atualmente o beneficiamento do plasma brasileiro nos quatro medicamentos hemoderivados mais consumidos no País (Albumina, Imunoglobulina, Fatores VIII e IX). Já em 2014, com o início do funcionamento da unidade fabril em Goiana, o plasma coletado passará a ser beneficiado no Brasil, quando também serão produzidos o fator de von Willebrand e o complexo protrombínico.
A fábrica da Hemobrás será a primeira do Brasil e a maior da América Latina dentro de seu segmento e terá capacidade de processar até 500 mil litros de plasma por ano. O Brasil despende atualmente cerca de R$ 800 milhões por ano na importação de hemoderivados, que são fornecidos aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Com a nacionalização, o País minimizará sua dependência dos laboratórios estrangeiros e, em 2014, o governo reduzirá em 25% os custos gerados com a importação destes medicamentos.