Notícia publicada em: 10.11.2010
À medida que avança, a construção da futura fábrica de hemoderivados da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), em Goiana, distante 63 quilômetros do Recife, desde já ajuda a promover o desenvolvimento local e impulsiona a economia da região. Atualmente, estão sendo erguidos dois dos seis blocos que irão compor a unidade fabril. Para isso, existem hoje 150 pessoas trabalhando no canteiro de obras, entre pedreiros, serventes de pedreiro, armadores, carpinteiros, eletricistas, técnicos de segurança do trabalho e enfermeira do trabalho. Até o fim de novembro, serão 200 profissionais. E todos residentes de Goiana-PE. A construção começou em junho deste ano, com dez trabalhadores.
[FOTO2+] O pedreiro Jardel de Souza Ferreira, 38, é um exemplo. Ao mesmo tempo em que se orgulha de dizer que foi nascido e criado em Goiana, mostra satisfação em poder finalmente trabalhar em sua cidade, perto de sua família. “Trabalhei anos fora, principalmente no Ceará e em Alagoas, porque não tinha emprego para mim no meu Estado. Mas agora, com a Hemobrás, estou há três meses empregado, perto de casa, exercendo minha profissão, com uma renda boa e certa, sem deixar faltar nada na mesa”, afirma.
[FOTO3+] O armador Juvenal da Silva, 37, divide a mesma opinião. “Antes, eu tinha de procurar emprego em outros estados para ganhar meu pão. Mas a Hemobrás veio para nos segurar em Goiana, está tudo melhor. E quero que meus filhos de 15 e 16 anos estudem para no futuro virem trabalhar aqui também”.
Os prédios que estão em construção são o bloco 01 (B-01), um dos prédios mais importantes da fábrica, por abrigar uma câmara fria a 35º C negativos destinada à recepção, triagem e estocagem do plasma que será usado na produção dos medicamentos; e o Bloco 17 (B-17), que conterá quatro geradores responsáveis pela segurança no fornecimento de energia para a planta. Ambos já tiveram a parte de fundação concluída e a câmara fria está em processo de concretagem da laje do piso. Quando finalizada esta fase, será feita a concretagem dos pilares da câmara fria, prevista para ser concluída em novembro deste ano.
O edital para a construção dos demais prédios deverá ser publicado ainda este ano. Orçada em R$ 540 milhões, a fábrica da Hemobrás será a maior da América Latina em seu segmento e figurará como uma das âncoras do Polo Farmacoquímico de Pernambuco, promovendo o desenvolvimento socioeconômico da Região Nordeste. A empresa produzirá seis tipos de medicamentos e suprirá, gradativamente, mais da metade da demanda do SUS por hemoderivados, pois fabricará os quatro remédios derivados do sangue de maior consumo no mundo: imunoglobulina, albumina e fatores de coagulação VIII e IX.
A fábrica garantirá 100% de autossuficiência para o SUS em albumina e fator IX. Promoverá também a autosssuficiência total em dois outros produtos: o fator de von Willebrand e o complexo protrombínico. Já para a imunoglobulina, a expectativa é atender, em média, 50% das necessidades do País. Para o fator VIII, a previsão é suprir de 20% a 40% da demanda do SUS. Estes patamares serão atingidos com um processamento de 500 mil litros de plasma por ano. Esses medicamentos são vitais para mais de 8 mil pessoas com hemofilia atendidas pelo SUS e também têm grande importância para pacientes com aids e câncer e portadores de outras doenças que diminuem sensivelmente a defesa imunológica do indivíduo.