Notícia publicada em: 04.07.2014
A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) acompanha, esta semana, a realização de testes funcionais em sistemas automáticos de gestão de cabine de esterilização (SIP, do inglês de Sterilization In Place) que serão usados na fábrica da estatal, que está sendo construída no município de Goiana-PE. Os equipamentos estão sendo produzidos na cidade francesa de Lyon e fazem parte do contrato de transferência de tecnologia junto ao Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB). A avaliação vai verificar se os sistemas estão de acordo com todas as especificações técnicas solicitadas, antes de o material ser enviado ao Brasil.
De acordo com o engenheiro eletrônico Berlinck Santos, especialista em produção de Hemoderivados e Biotecnologia da Hemobrás e que permanecerá uma semana na França para o trabalho de avaliação, o SIP será instalado nos blocos B02 (fracionamento do plasma e produção dos hemoderivados) e B03 (envase e liofilização dos produtos acabados) e servirá para esterilizar tanques móveis com capacidade entre 20 e 550 litros, utilizados, por exemplo, na preparação da albumina imediatamente antes do envase. “Depois de lavados, também em uma cabine específica, esses tanques terão um prazo já determinado para passarem pelo processo de esterilização. Caso alguém tente fazer isso depois de encerrado esse período, ou até mesmo sem passar pela lavagem, o sistema identificará a falha e não permitirá a continuidade da ação”, detalhou.
Para que isso ocorra, o novo sistema vai estar conectado a outros também existentes nos blocos. “Nossa intenção, além de evitar que sejam puladas etapas nas atividades citadas, é garantir que os tanques estejam prontos para o uso dentro do tempo estimado, evitando possíveis contaminações e prejuízos aos materiais e ao andamento da produção”, explicou o profissional, que ficará uma semana na França. “É um equipamento complexo e necessita de testes rigorosos, todas as funcionalidades são testadas incluindo estados de risco para segurança e troca de dados entre outros sistemas”.
De acordo com Santos, a participação no teste de aceitação em fábrica, tecnicamente chamado de FAT (do inglês Factory Acceptance Test), é importante para saber se foram cumpridas todas as exigências relacionadas às Boas Práticas de Produção e Engenharia, além das normas de segurança. “Ao verificarmos o funcionamento no local onde os equipamentos são desenvolvidos, podemos corrigir possíveis erros diretamente com o fornecedor. Estando tudo em conformidade, a previsão é que o maquinário seja enviado ao Brasil num prazo aproximado de seis meses”, adiantou.
As especificações para o desenvolvimento dos sistemas foram repassadas pelo LFB, especificamente na fase V da transferência de tecnologia, que trata do envase asséptico da albumina, primeiro produto que será fabricado pela estatal.