Goiana-PE ganha estudo para ajudar em seu desenvolvimento sustentável
Notícia divulgada em: 06.06.2013
Mais de 250 pessoas lotaram o Cine Polytheama, no centro de Goiana, na manhã desta terça-feira (28/5), para a apresentação da Análise participativa da realidade socioambiental do município, estudo inédito desenvolvido pela Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), em parceria com o Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco). Lideranças locais, comunidade e representantes de entidades públicas e privadas estiveram presentes ao seminário, que destacou os principais pontos a serem trabalhados para se promover o desenvolvimento com crescimento econômico, equidade social, equilíbrio ambiental e valorização da diversidade cultural, tendo em vista a nova realidade que se instala na região com a implantação de grandes empreendimentos industriais.
O presidente da Hemobrás, Romulo Maciel Filho, fez a abertura do evento, juntamente com o prefeito de Goiana, Frederico Gadelha, e o diretor da Fiocruz Pernambuco, Sinval Brandão. “A partir da valorização das peculiaridades do município, esse estudo vem colaborar para que a cidade e seus habitantes sejam beneficiados com o crescimento socioeconômico está ocorrendo aqui”, disse Maciel Filho. Para Gadelha, foi um momento ímpar porque trouxe uma forma de pensar globalmente e agir localmente. “É um passo importante para construir a Goiana que esperamos. E isso só é possível por meio de parcerias como esta”, enfatizou.
Dando continuidade à programação, a pesquisadora do Aggeu Magalhães Teresa Lyra, coordenadora do projeto, apresentou os resultados da iniciativa. “Queremos mostrar que existem saídas para se evitar ou minimizar os males do crescimento desordenado, como consumo de drogas, estagnação viária e pobreza. Nossa análise, feita com a ajuda da sociedade, pode balizar iniciativas de órgãos públicos e empresas que desejem desenvolver ações de sustentabilidade no município”, avaliou. A participação social foi feita através de consulta a 13 núcleos territoriais ouvidos sobre temas como infraestrutura, meio ambiente, cultura, turismo, assistência social, saúde e educação, em oficinas que contaram com o envolvimento de mais de mil pessoas da comunidade, o artesanato, pesca, agricultura, jovens, profissionais de saúde e moradores (as).
Entre as propostas que a pesquisa traz, estão a criação do Conselho e do Fundo Municipal de Cultura; ampliação da cobertura das equipes de Saúde da Família; implantação da política de educação infantil, com melhorias na alimentação e infraestrutura das escolas; implementação do Projeto de Gestão Integrada para a Orla Marítima; agilização da elaboração e aplicação do Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Goiana; desenvolvimento do Plano Municipal de Saneamento Básico; criação de plano integrado entre Saúde, Educação e Assistência no enfrentamento das drogas, homicídios e gravidez na adolescência, além de esporte e lazer para a juventude.
Encerrando as atividades, foi promovido um debate com a participação da economista e professora da Universidade Federal de Pernambuco, Tânia Bacelar; do economista e assessor da Presidência do Banco Nacional do Desenvolvimento, Francisco de Oliveira; e da psicanalista e consultora da TGI Consultoria, Carmem Cardoso. “Esse documento é uma semente positiva, pois mostra que a sociedade civil consegue se mobilizar para elaborar um pensamento de desenvolvimento coletivo. É a população participando da construção da sua própria vida”, pontuou Tânia, sugerindo que a análise seja ampliada para outros municípios do entorno. Ela ainda recomendou um estudo mostrando a projeção do que se espera da cidade a longo prazo, incluindo a questão econômica.
Paralelamente ao evento, artistas locais fizeram exposição de artesanatos típicos da região, em estandes montados na área externa do espaço.
SOCIOPRODUTIVO – Outro estudo desenvolvido em consonância com a análise socioambiental foi a análise socioprodutiva, que demonstra preocupação também com os segmentos de arte, cultura, pesca e agricultura familiar. Entre os resultados deste documento, destacam-se a necessidade de efetiva fiscalização ambiental por parte do poder público; a atualização do Plano Diretor de Goiana, com a participação da sociedade civil organizada para regular o uso e ocupação do solo e garantir áreas de interesse social; preservar o território estratégico da pesca artesanal; ampliar o acesso à rede de energia, saneamento, crédito, assistência técnica e aos meios para melhor escoar a produção para os grupos socioprodutivos da pesca artesanal e da agricultura familiar. Este projeto contou com o apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
OBJETIVOS DO MILÊNIO – As atividades de responsabilidade socioambiental da Hemobrás estão em sintonia com os Objetivos do Milênio, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 2000 ao analisar os maiores problemas mundiais, e que devem ser atingidos por todos os países até 2015. No âmbito de Sustentabilidade ambiental, a empresa desenvolveu a análise participativa da realidade socioambiental de Goiana-PE. No quesito Pacto contra a corrupção, aderiu ao Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção, uma iniciativa do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.
Na área de Igualdade entre os sexos e autonomia das mulheres, a estatal aderiu ao Plano de Pró-Equidade de Gênero e Raça do Governo Federal, que culminou com a conquista, em 2013, do Selo de Pró-Equidade, concedido pela Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres da Presidência da República a organizações que estimulam a equidade nas relações de trabalho e valorizam o compromisso com a justiça social. Os Objetivos do Milênio compõem ainda os pontos: erradicação da fome e da miséria; ensino básico universal; redução da mortalidade infantil; melhoria da saúde materna; redução dos índices de contaminação da Aids, malária e outras doenças, além de uma parceria mundial pelo desenvolvimento.