Notícia publicada em: 30.07.2013
Tijolo, cimento, concreto, vigas e outros materiais pesados são os primeiros elementos que vêm à mente quando se fala em construção civil. No entanto, a obra da fábrica da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), que está sendo implantada no município de Goiana, Zona da Mata Norte pernambucana, tem peculiaridades que vão além de estruturas rígidas e sem vida. Naquela área de 48 mil metros quadrados estão sendo alicerçados sonhos e erguidos sentimentos de esperança e igualdade, para a promoção de um ideal de saúde possível a todos os brasileiros. Neste empreendimento, formado por 17 blocos, com previsão de conclusão em 2014, serão produzidos, pela primeira vez no País, medicamentos hemoderivados e biotecnológicos que aumentarão o acesso da população a uma saúde pública de qualidade.
Analisando-se a parte física, a obra do parque fabril se diferencia de uma instalação tradicional principalmente nas questões relativas à segurança. Para conservar o plasma e produzir remédios dentro dos padrões mais rígidos, são necessários cuidados no sentido de se preservar não apenas o produto final, mas também as matérias primas utilizadas em todas as etapas de fabricação. De acordo com o gerente de Engenharia e Automação da empresa, Marcelo Carrilho, requisitos técnicos para eliminar a possibilidade de contaminação dos medicamentos, além do monitoramento e controle dos espaços, são uma constante no processo.
“Tomamos um extremo cuidado com todos os detalhes do projeto de engenharia. Podemos citar como exemplo as linhas de alimentação de energia elétrica e os reservatórios de água, planejados e executados em duplicidade. Essa particularidade evitará prejuízos em caso de pane elétrica ou de incêndio”, explicou Carrilho, acrescentando que a tecnologia usada vai possibilitar a observação de todo o perímetro da fábrica, garantido total isolamento em situação de sinistros.
Segundo Ronaldo Carlos Oliveira, engenheiro químico concursado da Hemobrás, por se tratar de uma instalação farmacêutica, a construção é bastante complexa, pois envolve um rígido controle dos ambientes e segregação das zonas técnicas e produtivas. “Em termos de obra civil, as diferenças são pequenas, mas quando se fala de arquitetura de ambientes, sistemas auxiliares e equipamentos de produção as disparidades são brutais. Isso tudo impacta em um custo muito superior ao de obras comuns”, analisou Ronaldo, que atualmente está na França participando de treinamentos em unidades do Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), dentro da transferência de tecnologia para a produção de hemoderivados no Brasil.
Especificidades técnicas à parte, o fato é que o projeto Hemobrás vai muito além dos muros e delimitações geográficas da fábrica. O coração que pulsa em cada um dos blocos faz parte de uma engrenagem maior, representada pelo sentimento de orgulho de todos os que de alguma forma imprimem sua marca na construção de um futuro melhor. “É muito gratificante fazer parte dessa história. Estamos vivendo um marco na área de saúde, atuando em uma empresa pioneira no Brasil, que tem como missão produzir, desenvolver e pesquisar medicamentos hemoderivados e biotecnológicos com excelência na qualidade”, destacou Carrilho.