Notícia publicada em: 28.09.2010
As obras da fábrica da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), em Goiana-PE, estão avançando. O consórcio vencedor da licitação para construir os dois primeiros blocos da planta industrial, TEP/Squadro/Mendes Júnior, está com profissionais trabalhando na colocação de concreto das fundações e fazendo testes de carga na estrutura. A retomada da construção da planta industrial foi iniciada no dia 28 de junho de 2010. As obras dos dois blocos, que devem gerar 150 postos de trabalho, serão concluídas no segundo semestre de 2011. O custo estimado por esta primeira parte da fábrica é de R$ 27,4 milhões.
A licitação para a construção dos outros quatro blocos industriais e demais instalações da fábrica está prevista para ser realizada ainda neste ano. Todo o empreendimento, estimado para ser concluído em 2014, está orçado em R$ 540 milhões, incluindo construção e equipamentos. Para erguer todos os prédios, serão gerados aproximadamente 1 mil postos de trabalho. Quando estiver operando, a fábrica comportará 360 empregados, atuando desde a parte da produção ao serviço administrativo.
O grupo que venceu a primeira licitação construirá o bloco 1 (B-01), um dos prédios mais importantes da fábrica, por abrigar uma câmara fria a 35º C negativos destinada à recepção, triagem e estocagem de todo o plasma que será usado na produção dos medicamentos. A operação deste espaço de 2,7 mil metros quadrados será feita por dois robôs já adquiridos pela Hemobrás. O consórcio também erguerá o bloco 17 (B-17), prédio que abrigará quatro geradores com 500 KVA (quilovolts-ampère) de potência, cada um, responsáveis pela segurança no fornecimento de energia para a planta.
A fábrica da Hemobrás será a maior da América Latina no segmento de hemoderivados, com capacidade de processar, por ano, 500 mil litros de plasma, a matéria prima dos hemoderivados. Atualmente, o Brasil envia para a França 150 mil litros de plasma por ano, que retornam ao território brasileiro como medicamentos. Com indústria brasileira, essa transformação de plasma em remédio será feita em Goiana.
Na fábrica, serão produzidos albumina, utilizada em pacientes queimados ou com cirrose e em cirurgias de grande porte; imunoglobulinas, que funcionam como anticorpo para pessoas com organismo sem defesa imunológica; fatores de coagulação VIII e IX, coagulantes para portadores de hemofilias A e B; fator de von Willebrand e complexo protrombínico, estes dois últimos também proteínas coagulantes usadas em pessoas com outros problemas na coagulação do sangue.
O Brasil despende, hoje, cerca de R$ 800 milhões por ano na importação dos hemoderivados. Esses medicamentos são fornecidos a pessoas com hemofilia atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além de portadores de imunodeficiência genética ou adquirida, cirrose, câncer, aids, queimados.