Hemobrás e UFPE negociam parceria para abrir oportunidades de trabalho
Notícia publicada em: 03.06.2010
A direção da Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia) e a reitoria da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) negociam alternativas para adaptar a grade curricular de alguns cursos às necessidades causadas pela instalação da fábrica de hemoderivados em Goiana, a 63 km do Recife, localizada na Zona da Mata Norte de Pernambuco.
A estimativa é que com a fábrica sejam gerados 680 empregos, dentro do parque industrial da empresa, e mais 2.720 vagas indiretas. Há, ainda, a possibilidade de realização de novos concursos para a contratação de até 362 vagas – ainda restam 277 vagas, uma vez que já houve concurso para a contratação de 85 cargos.
O presidente da Hemobrás, João Paulo Baccara, e o diretor- técnico da empresa, Luiz Amorim, afirmaram durante palestra, no dia 14, no auditório do Centro de Tecnologia e Geociências da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) que as contratações especializadas devem ocorrer nas áreas de biomedicina, farmácia, biologia, física, além das engenharias química, elétrica, civil e mecânica.
Por cerca de duas horas, Baccara e Amorim conversaram com estudantes e professores sobre as possibilidades de emprego que serão geradas pela Hemobrás em Pernambuco. A diretoria executiva da empresa destacou que há um esforço para utilizar a mão-de-obra existente em Goiana – que tem 70 mil habitantes e carência de oferta de empregos – com apoio de programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família.
“Essa preocupação existe. O difícil às vezes é fazer com que se saia da inércia”, afirmou Baccara. “Há um compromisso social da Hemobrás e esforços da nossa parte nesse sentido.”
Parceria
A pró-reitora da UFPE, Ana Cabral, afirmou que é possível que neste ano os currículos de alguns cursos sejam adaptados para atender às necessidades geradas a partir da instalação da fábrica de hemoderivados em Goiana. Segundo Ana Cabral, será feita uma avaliação da demanda e necessidades da Hemobrás e, em seguida o estudo vai ser encaminhado para o colegiado.
Ana Cabral afirmou que a idéia é adaptar a grade curricular dos cursos sem causar prejuízos aos estudantes e estimulando para que olhem as novas oportunidades de emprego. “Isso abre uma janela contra o fantasma do desemprego”, disse a pró-reitora. “É uma parceria que faz com que todos ganhem: os estudantes, a universidade, Pernambuco e o Brasil.”
Carreiras
Atualmente o plano de carreiras e salários da Hemobrás reúne empregos cujos salários variam entre R$1.300,00 e R$ 6.670,89.
Em 2008, a Hemobrás realizou concurso público para a contratação de 85 profissionais destinados a cinco cargos diferentes. Em junho 23 aprovados começarão suas atividades na Hemobrás: 13 em Brasília, sete em Recife e três em Goiana.
Na relação de aprovados estão profissionais das mais diversas áreas desde farmacêuticos até engenheiros químicos, de produção, elétricos, civis e mecânicos, além de advogados, entre outras especializações. Até o final do ano, os demais concursados deverão ser chamados.
Fábrica
A fábrica, que terá 48 mil metros quadrados, está do pólo farmocoquímico do estado de Pernambuco. No total, serão construídos 19 blocos que funcionarão de forma autônoma, portanto, poderão entrar em atividade sem depender um do outro.
Em funcionamento, a fábrica vai produzir os fatores VIII, IX, (utilizados em pacientes hemofílicos, entre outros), albumina e imunoglobulinas (substâncias que protegem pacientes com deficiências imunológicas, entre eles os que têm o vírus HIV). Essas substâncias são obtidas a partir do fracionamento do sangue.
Nos próximos meses, a Hemobrás planeja iniciar a construção de todos os blocos industriais da fábrica. Em abril houve a liberação para ao início das obras do bloco B-01 que se destina à câmara fria para a o armazenamento de cerca de 1 milhão de bolsas de plasma e,em seguida, virão as outras fases do processo.
Na construção de B-01 serão investidos aproximadamente R$ 40 milhões, sendo que R$ 10 milhões vão ser aplicados na compra de equipamentos de tecnologia de ponta, como robôs que farão parte do trabalho de humanos, uma vez que a temperatura no local é de menos 35 graus Celsius.