Hemobrás realiza oficina sobre componentes do sangue para 53 hemocentros do País

Hemobrás realiza oficina sobre componentes do sangue para 53 hemocentros do País

Notícia publicada em: 30.09.2010

O sangue doado nos hemocentros brasileiros pode salvar milhares de vidas não só com a transfusão, mas também com a transformação de um de seus componentes, o plasma, em medicamentos. Os hemoderivados são essenciais para pessoas com hemofilia, pacientes com câncer, aids, cirrose e outras doenças infecciosas assistidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para garantir o melhor aproveitamento desta matéria prima fundamental na produção de remédios, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) reúne representantes de 53 serviços de hemoterapia de todo o País, na I Oficina de Processamento de Hemocomponentes, que ocorre de 28 a 30 de setembro, em Brasília.

A Hemobrás está promovendo a oficina porque precisa de plasma em quantidade e qualidade industrial para sua futura fábrica de hemoderivados, em plena construção em Goiana, município a 63 quilômetros do Recife, e prevista para entrar em operação em 2014. Atualmente, os serviços de hemoterapia coletam 150 mil litros de plasma por ano para transformar em remédio no exterior. No entanto, a planta industrial, que será a primeira do Brasil e a maior da América Latina, terá capacidade para beneficiar, anualmente, 500 mil litros de plasma em medicamentos. A fábrica da Hemobrás produzirá os quatro hemoderivados de maior consumo no mundo: albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX, além do complexo protrombínico e fator de von Willebrand.

“Já estamos nos preparando desde já para atender a esta demanda, por isso atuamos em conjunto com o Ministério da Saúde (MS) na qualificação da cadeia produtiva do plasma dos serviços de hemoterapia brasileiros”, afirma a gerente de Controle de Qualidade da Hemobrás e responsável pela oficina, a médica Adriana Parodi, referindo-se às 79 visitas técnicas realizadas pela empresa. “Também firmamos convênio com o MS para aquisição de equipamentos, como 38 blast freezers (freezers de congelamento rápido do plasma), 25 sistemas de monitoramento do congelamento do plasma e 15 freezers verticais a 30°C negativos para armazenamento de plasma, que vêm sendo cedidos para o uso pelos serviços de hemoterapia”.

Na oficina em Brasília, especialistas dos 53 serviços de hemoterapia vão debater temas como a qualidade do plasma que hoje é enviado para ser fracionado em medicamentos no exterior, a qualificação dos equipamentos para armazenar este hemocomponente e a importância do trabalho conjunto das equipes de Controle de Qualidade e de Processamento para a obtenção de um hemocomponente de qualidade. O momento também será reservado para apresentar experiências de êxito no setor, como o processamento do plasma realizado na Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope), um dos pioneiros no Brasil; as rotinas de produção do plasma no Hemocentro de São José do Rio Preto (SP), que se destaca nesta área; e a experiência do Hemocentro de Minas Gerais (Hemominas) na redução de perda do plasma direcionado à produção industrial.

Ainda no evento, os representantes das unidades terão espaço para discutir suas rotinas e as dificuldades encontradas na produção do plasma fresco dentro dos padrões estabelecidos pela legislação vigente e possíveis soluções para a questão. Para aprofundar os debates em pontos de interesses específicos de cada serviço, possibilitando uma melhor troca de experiências, os profissionais se organizarão em grupos de trabalho. Nessas ocasiões, participarão técnicos da Hemobrás, da Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), empresa vencedora da licitação internacional para transferir a tecnologia de produção de hemoderivados para a Hemobrás.

A Hemobrás aproveitará a ocasião, ainda, para apresentar seu Programa de Gestão do Plasma, sistema de tecnologia da informação destinado aos serviços de hemoterapia pertencentes à hemorrede brasileira. O programa é fruto da necessidade da Hemobrás de possuir um sistema eficiente e eficaz para a gestão do plasma, garantindo, assim, padrões de qualidade exigidos internacionalmente.

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Imunoglobulina

São proteínas produzidas pelos linfócitos B, tipo específico de leucócito (célula sanguínea) cuja função é reconhecer, neutralizar e marcar os antígenos para que estes sejam eliminados ou fagocitados pelos macrófagos. Ou seja, age como mecanismo de defesa do organismo contra infecções e agressões externas. 

Indicação – no âmbito terapêutico, é usada principalmente em pessoas com doenças neurológicas, deficiências imunológicas, doenças autoimunes e infecciosas, aids, púrpura, entre outras e no transplante de medula óssea. 

Fator de von Willebrand

É um fator pró-coagulante que circula no plasma sanguíneo. Ele aumenta a adesão de plaquetas ao endotélio lesado e, ao se ligar ao fator VIII, mantém adequados seus níveis plasmáticos. A deficiência quanti ou qualitativa desse fator caracteriza a doença que traz o nome do médico finlandês Erik Adolf von Willebrand, que a descreveu pela primeira vez em 1925. 

Indicação – portadores da coagulopatia de von Willebrand, vinculada a mutação no cromossomo 12, que se manifesta basicamente pela disfunção plaquetária associada à diminuição dos níveis séricos do fator VIII coagulante, existindo também casos raros de forma adquirida da doença. Essa é a doença hemorrágica mais comum e atinge cerca de 2% da população mundial. Ambos os sexos são afetados e os sintomas incluem sangramentos nas gengivas, menstruais prolongados, sangramentos excessivos após pequenos cortes, extração dentária e outras cirurgias.  

Fator IX

O Fator IX é uma das principais proteínas do sistema de coagulação e encontra-se deficiente em pessoas com hemofilia B. 

Indicação – pacientes com hemofilia B, doença genética cujos sintomas são semelhantes aos da hemofilia A.

Fator VIII

O Fator VIII plasmático é uma das proteínas essenciais do sistema de coagulação sanguínea e sua falta causa a hemofilia A, chamada de hemofilia clássica, doença genética ligada ao sexo.  

Indicação – usado no tratamento das pessoas com hemofilia A, doença caracterizada por hemorragias nas articulações, músculos, trato digestivo e cérebro. Como a doença é ligada ao cromossomo X, um homem (XY) com um gene anormal no seu cromossomo X terá hemofilia. No caso da mulher (XX), ela só apresenta a doença, se os dois cromossomos X estiverem afetados, o que é muito raro. Quando um só é atingido, ela poderá passar o gene ao seu filho. A incidência estimada da doença é de 1 para 5mil homens e 1 para cada 25 milhões de mulheres. O Fator VIII plasmático tem a mesma função do Hemo-8r (nosso fator VIII recombinante): combater sangramentos e realizar o tratamento profilático de pacientes com hemofilia A. A reposição do fator VIII restaura a hemostasia nesses pacientes. 

Entregas

Entregas em 2022: 82.981 frascos. 

Atualizado em 24/08/2022.

Albumina

Albumina humana é a principal proteína encontrada no plasma sangue. Sua síntese ocorre no fígado, pelos hepatócitos. Exerce papel fundamental na manutenção da pressão osmótica, distribuindo os líquidos corporais nos espaços intra e extravascular. 

Indicação – é usada no tratamento de grandes queimados ou de pessoas com hemorragias graves, cirrose, insuficiência renal, septicemias, e ainda em transplantes de fígado e cirurgias cardíacas. 

Hemo-8r
(Fator VIII recombinante)

O Hemo-8r é o nosso Fator VIII recombinante. Ele é o nosso primeiro produto registrado e distribuído com a nossa marca. O Hemo-8r é fundamental para a nova fase do tratamento da Hemofilia A no Brasil com a ampliação da profilaxia, que é a maneira mais eficaz para prevenir os sangramentos espontâneos e sequelas nas pessoas portadoras da coagulopatia.

Possui a mesma eficácia do Fator VIII plasmático, mas não depende das doações de sangue para ser produzido, o que vai permitir que a maioria das pessoas portadoras de Hemofilia A possam fazer o tratamento profilático no futuro.

Recombinantes

Medicamentos recombinantes são produzidos por engenharia genética através do uso da “tecnologia de DNA recombinante”. Nessa técnica, um gene responsável pela síntese de uma proteína específica, é inserido numa célula que será responsável pela expressão da mesma. Essa célula modificada se reproduz num meio com nutrientes e expressa uma grande quantidade da proteína. O produto final é obtido após a purificação da proteína e utilização na fabricação do medicamento.

Atualmente, temos um processo de transferência de tecnologia de medicamento recombinante com o laboratório Takeda, para a produção do Hemo-8r, o Fator VIII recombinante.

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