Mais de 7 mil profissionais da saúde, além de representantes de indústrias farmacêuticas, serviços de hemoterapia e pacientes se reuniram no Hemo 2023 para discutir as novidades em hematologia, hemoterapia e terapia celular. O congresso aconteceu entre os dias 25 e 28 de outubro em São Paulo. A Hemobrás participou do evento com estande, apresentação de trabalhos científicos e palestra sobre a gestão do plasma brasileiro.
No estande, serviços de hemoterapia públicos e privados tiveram mais informações sobre como se tornar um fornecedor de plasma e contribuir com a produção de hemoderivados para atendimento dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Gian Carla Zanela é diretora do Hemocentro do Mato Grosso, o mais novo serviço qualificado em outubro, após auditoria da Hemobrás. “Ficamos muito felizes! Essa é mais uma forma de o doador do Mato Grosso auxiliar a salvar vidas. Nesse caso, através da produção de medicamentos”, comemora a diretora. “Nós temos uma gama muito grande de pacientes que fazem uso dos medicamentos e, sabendo que nosso plasma excedente vai para uma indústria brasileira, nos dá uma certa tranquilidade porque hoje o mercado é muito instável”, explica Zanella.
Francisco Marcelino tem 40 anos e é um dos pacientes com hemofilia que faz uso recorrente do Fator VIII de Coagulação para ter mais qualidade de vida. Ele é presidente da Associação dos Hemofílicos do Ceará e detalha a liberdade que o tratamento profilático traz: “Hoje a gente pode tudo: estudar, trabalhar, ser um cidadão ativo da sociedade brasileira”, exemplifica. Tânia Pietrobelli, presidente da Federação Brasileira de Hemofilia (FBH), lembra que o tratamento profilático para todas as pessoas com hemofilia no Brasil foi conquistado em 2012. “A Hemobrás tem uma grande importância no sentido de atender a nossa população, que é muito grande. O Brasil tem o quarto maior número de pessoas com diagnóstico de hemofilia no mundo, por isso a transferência de tecnologia é tão importante para suprir a demanda nacional”, conclui.
Para Frederico Monteiro, chefe do Serviço de Relacionamento com a Hemorrede, o Hemo 2023 confirmou a importância do evento como instrumento de aproximação e fortalecimento da Hemobrás com diversos públicos de interesse. “Nesses quatro dias, tivemos grande movimentação no estande com diálogos importantes com a coordenadora-geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Joice Aragão, e com representantes de diversos serviços de hemoterapia com intenção de fornecer plasma à Hemobrás. Além disso, aumentamos a parceria com aqueles que já enviam o plasma à indústria”, detalha Frederico. Representações de pacientes também visitaram o espaço, como a presidente da Associação Brasileira de Pessoas com Hemofilia (Abraphem), Mariana Battazza, e presidentes de associações regionais como Alagoas e Paraíba.
PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA –
A Hemobrás esteve na programação dos simpósios com o tema: “Gestão do plasma brasileiro pela Hemobrás – panorama atual, perspectivas e desafios”, ministrada por Frederico Monteiro. A palestra teve capacidade máxima atingida e foi acompanhada por mais de 300 pessoas em um dos auditórios do Transamérica Expo Center.
Além disso, a equipe técnica formada por Elias Souza, Leonardo Dantas, Giovanna Nascimento, Raquel Bastos e Rafael Aguiar apresentou cinco trabalhos em forma de pôsteres:
- Gestão do plasma brasileiro: cenário atual;
- Estratégias para aumentar a disponibilidade de plasma excedente do uso transfusional;
- Avaliação do descarte de bolsas de plasma enviada para fracionamento industrial durante a triagem;
- Notificações de retrovigilância enviadas à indústria: panorama atual;
- Dificuldades da hemorrede no fornecimento de plasma para fracionamento industrial.
Raquel Bastos, uma das autoras, avalia a participação no evento: “Além da produção científica, que é um importante instrumento para a transmissão de conhecimento, a presença da Hemobrás foi fundamental para a divulgação da empresa como indústria farmacêutica pública estratégica, que atua em parceria com os serviços de hemoterapia e é protagonista no papel de promover saúde pública de qualidade no Brasil”, finaliza.