Sistemas de monitoramento do congelamento do plasma gera resultados positivos
Notícia publicada em: 29.09.2010
A gerente de Controle de Qualidade da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), Adriana Parodi, apresentou, na manhã de hoje (29/9), resultados considerados positivos obtidos com o monitoramento do congelamento do plasma brasileiro por meio do sistema kooltrak. Ao todo, 25 equipamentos foram adquiridos, por meio de um convênio entre Hemobrás e Ministério da Saúde (MS), orçado em R$ 228 mil, e cedidos, desde 2008, para uso dos hemocentros. O objetivo é manter a qualidade do plasma excedente das doações de sangue para, assim, poder utilizá-lo na produção de medicamentos. Os dados foram divulgados durante a I Oficina de Processamento de Hemocomponentes, que teve início ontem e segue até amanhã, em Brasília.
Segundo Adriana, o sistema kooltrak é formado por equipamentos conhecidos como loggers. Do tamanho de uma moeda de R$ 0,50, eles são fixados nas bolsas de plasma, monitorando a sua temperatura desde a coleta, ainda nos hemocentros, até o processamento, atingindo 23 graus negativos. Vale salientar que manter o plasma dentro de temperaturas adequadas é fundamental para garantir a sua qualidade. “Ficamos muito felizes porque constatamos que conseguimos atingir o mesmo padrão previsto nas principais literaturas internacionais. Ou seja, o processo está funcionando”, comemorou Adriana, anunciando que já está preparando uma nova licitação para a aquisição de mais 30 sistemas kooltrak, já para 2011.
A gerente de Controle de Qualidade da Hemobrás aproveitou a ocasião para falar sobre os blast freezers – freezers especiais que congelam o plasma em 90 minutos, enquanto os tradicionais realizam o mesmo procedimento em até 10 horas. Um total de 38 equipamentos foram adquiridos por meio do convênio com o MS, no valor de R$ 2,7 milhões, e começaram a ser instalados e validados em junho deste ano, com previsão de término em novembro, beneficiando 35 serviços de hemoterapia que, atualmente, coletam cerca de 1,2 milhão de bolsas de plasma por ano. Ainda foram adquiridos por meio deste convênio, e já entregues, 15 freezers verticais a 30 graus negativos para armazenamento do plasma congelado.
A Hemobrás está promovendo a oficina porque precisa de plasma em quantidade e qualidade industrial para sua fábrica de hemoderivados, em construção em Goiana-PE, e prevista para entrar em operação em 2014. Atualmente, os serviços de hemoterapia coletam 150 mil litros de plasma por ano para transformar em remédio no exterior. No entanto, a planta industrial, que será a primeira do Brasil e a maior da América Latina, terá capacidade para beneficiar, anualmente, 500 mil litros de plasma em medicamentos. A fábrica da Hemobrás produzirá os quatro hemoderivados de maior consumo no mundo: albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX, além do complexo protrombínico e fator de von Willebrand. A oficina reúne representantes dos 53 principais serviços de hemoterapia do País.