Hemobrás lança projeto de diagnóstico socioambiental de Goiana e região
Notícia publicada em: 10.11.2011
A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) lançou, na manhã desta terça-feira (18/10), um projeto inédito de diagnóstico socioambiental de Goiana, cidade que abrigará o Polo Farmacoquímico de Pernambuco, onde a estatal é âncora, e mais oito municípios do entorno, sendo dois na Paraíba. O objetivo é identificar, junto a organizações sociais e aos poderes públicos, os potenciais de cada local, para que possam ser desenvolvidas ações que os otimizem, contribuindo para o desenvolvimento sustentável, tendo em vista a nova realidade socioeconômica que se instala na região, com a implantação de diversos empreendimentos industriais. A iniciativa também apontará danos a serem evitados, como aumento do consumo de drogas, exploração sexual infantil, estagnação viária e favelização. O estudo, financiado pela Hemobrás, será desenvolvido pelo Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco), ao longo de um ano. O lançamento aconteceu no Cine Polytheama, centro de Goiana.
O projeto “Análise participativa da realidade socioambiental de Goiana e municípios do entorno” terá início dentro de 15 dias, já com os pesquisadores em campo, e envolverá Goiana, Igarassu, Itamaracá, Itapissuma, Itambé, Itaquitinga e Condado, em Pernambuco; e Caaporã e Pedras de Fogo, na Paraíba. A escolha por estes municípios deu-se ao fato de estarem inseridos em um território estratégico para o desenvolvimento da região, em especial na área de influência da fábrica de hemoderivados da Hemobrás – empreendimento orçado em R$ 640 milhões que, ao entrar em operação, em 2014, deverá gerar 360 empregos diretos e cerca de 2.720 indiretos. Mas que desde já provoca mobilização na área de prestação de serviços, como a demanda por terceirização de alimentação para o canteiro de obras, telefonia, transportes, hospedagens e manutenção de equipamentos, e que serão intensificados com a inauguração da unidade fabril.
[FOTO2+] O estudo será dividido em duas etapas, com foco nas áreas ambiental, sociocultural e político institucional. Nos primeiros seis meses, será realizado o diagnóstico socioambiental participativo do município piloto, Goiana, com a articulação junto a representantes do poder público e da sociedade (oficinas/entrevistas); leituras de paisagem (expressar em mapas o conhecimento que a população tem do território, o que pode ser feito como o auxílio de GPS); e o resgate de informações secundárias disponibilizadas por instituições públicas, entidades da sociedade civil e sistemas de informação oficiais. Nas demais cidades, será feito um diagnóstico socioambiental, porém mais simples, baseado em informações secundárias. Na segunda fase, será desenvolvido o diagnóstico socioambiental participativo englobando as nove cidades, por isso comum a todos os municípios. O objetivo será identificar as potencialidades e os problemas que os aglutinem e construir um plano compartilhado de ação. “Durante um processo de crescimento econômico e social, da mesma forma que surgem necessidades como capacitação profissional para ocupar as novas vagas no mercado de trabalho, surgem também possíveis entraves, como encarecimento de imóveis, aumento da prostituição, favelização, consumo de drogas e gravidez na adolescência. A nossa intenção é colaborar com o desenvolvimento de Goiana e seu entorno minimizando os pontos críticos e otimizando os benefícios”, afirma a coordenadora de RSA da Hemobrás, Danusa Benjamim.
Segundo a coordenadora da pesquisa, Tereza Lyra, baseados neste estudo, Hemobrás, Governo do Estado e prefeituras poderão implementar ações na área. “O resultado também poderá ser aproveitado por outras empresas que venham a se instalar no Polo Farmacoquímico”, salientou.
Participaram da cerimônia de apresentação da pesquisa o diretor de Assuntos Estratégicos da Hemobrás, Marcos Arraes; a coordenadora de Responsabilidade Socioambiental da estatal, Danusa Benjamim; a equipe de pesquisadores da Fiocruz responsável pelo projeto; o diretor de Planejamento e Estratégias da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), Luiz Quental; o diretor executivo de Apoio à Gestão Regional e Metropolitana da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe Fidem), Luciano Pinto; o gerente da 2ª Regional de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Mauro Moreira; o assessor especial do Gabinete da Prefeitura de Goiana, Isidoro Neto; além de membros das secretarias municipais de Educação e de Ciência e Tecnologia e da Câmara de Vereadores da cidade.