Notícia publicada em: 01.10.2010
A I Oficina de Processamento de Hemocomponentes, uma realização da Empresa Brasileira e Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), chega ao fim hoje superando as expectativas dos organizadores e dos participantes. O objetivo do evento, que teve início na última terça-feira, em Brasília, era reunir representantes dos 53 principais serviços de hemoterapia do País – que juntos são responsáveis pela coleta de 1,2 milhão de bolsas de plasma por ano – para discutir dificuldades e soluções para melhorar a qualidade e a quantidade do plasma brasileiro a fim de ser enviado para a indústria e ser transformado em medicamentos para vítimas de hemofilia, aids, câncer, cirrose, queimaduras e imunodeficiências genéticas. Mas acabou se tornando um marco no ponto de vista dos hemocentros.
A Hemobrás está promovendo a oficina porque sua fábrica de hemoderivados está em plena construção em Goiana-PE, com previsão de entrar em operação em 2014. Atualmente, os serviços de hemoterapia coletam 150 mil litros de plasma por ano para transformar em remédio no exterior. Já a planta industrial terá capacidade para beneficiar, anualmente, 500 mil litros de plasma nos medicamentos. “Tive conclusões claras sobre a preocupação da Hemobrás em melhorar a qualidade do plasma. E cheguei à conclusão de que devemos elaborar padrões de procedimentos; assim será mais fácil diagnosticar problemas, compará-los com os de outros serviços e corrigi-los. Creio que todos estão dispostos a isso”, conta o gerente do Laboratório de Processamento do Hemocentro de Ribeirão Preto, Edson Moretto.
“Além disso, a grande sacada da Hemobrás foi reunir todo mundo (os hemocentros). Uma oportunidade excelente de troca de experiências, porque talvez a dificuldade de um não seja mais a do outro, que já conseguiu solucionar determinado problema. Recebi várias informações que colocarei em prática assim que retornar ao serviço”, afirmou. A opinião é compartilhada pela gerente de Controle de Qualidade do Hemominas, Flávia Naves. “Este é um momento histórico, uma oportunidade de conversar e estudar sobre algo ainda tão pouco debatido. É bom unir esforços para incentivar os conhecimentos, acho que estamos precisando disso no Brasil”, salienta Flávia.
Para o supervisor do Serviço de Fracionamento do Hemocentro de Brasília, Émerson Gonçalves Mendes, a realização da oficina foi uma excelente iniciativa para consolidar a parceria entre a Hemobrás e os serviços de hemoterapia. “Até o momento, não tínhamos tido um contato tão direto para mostrar nossas dificuldades, para conhecer a Hemobrás e para a Hemobrás nos conhecer. Mesmo com as auditorias que a Hemobrás vem fazendo nos hemocentros, acho que aproximações como esta são necessárias. Além disso, pudemos ter uma noção melhor de nosso poder na produção do plasma para a indústria”.
Quando estiver em operação, a fábrica da Hemobrás produzirá os quatro hemoderivados de maior consumo no mundo: albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX, além do complexo protrombínico e fator de von Willebrand. A I Oficina de Processamento de Hemocomponentes reúne, além dos responsáveis pelo serviço de processamento de plasma dos serviços de hemoterapia, representantes da Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados, Agência Nacional de Vigilância Sanitária e Instituto Butantan.
Confira outros depoimentos:
[FOTO4+]Célia Kzue Abiko – Supervisora dos laboratórios do Hemonúcleo de Araçatuba (SP)
“Espero que este seja o primeiro de muitos eventos como esses, porque você tem uma troca de informações com pessoas de todas as regiões do Brasil e vê que existem muitas dificuldades que são as mesmas pelas quais estamos passando. Que tem muita coisa que dá para melhorar e que de repente o outro ainda não sabe como, então um ajuda o outro a resolver, trocando experiências. Isso é muito enriquecedor”.
[FOTO2+] Martha Dicencia – Supervisora do Serviço de Processamento, Estoque e Distribuição do Hemocentro de Campinas (SP)
“O que achei interessante foi que esta iniciativa não veio de cima para baixo, foi realmente voltado para quem está à frente do serviço. Muitas vezes se chama o diretor para participar e as informações acabam se perdendo. Já estou me programando para que, assim voltar ao serviço, repassar todas as experiências que vivenciei na oficina, e avaliar como investir em melhores condições de trabalho, pois temos plena consciência agora do impacto que tem isso tem na melhoria da produção do plasma”.
[FOTO3+]Adriana Guimarães – gerente do Controle de Qualidade do Hemopa (PA)
“Estou achando produtivo para os serviços de hemoterapia como um todo. O sentimento é de que agora precisamos padronizar os processos para podermos levar essas estratégias adiante e encarar as dificuldades. O documento que sair desta oficina vai ser importante para traçar as diretrizes nacionais nos serviços de hemoterapia”.
[FOTO5+]Flavia Naves – Gerente de Controle de Qualidade do Hemominas (MG)
“Este é um momento histórico, uma oportunidade de conversar e estudar sobre algo ainda tão pouco debatido. É bom unir esforços para incentivar os conhecimentos, acho que estamos precisando disso no Brasil. E além do acesso ao conhecimento, também é importante esta troca de experiência. Muitas vezes um serviço de hemoterapia tem uma idéia criativa que soluciona um problema que ajuda o outro. Sem contar com a participação (da médica francesa especialista em processamento de sangue e controle de qualidade) de Catherine Fretz, que foi muito rica. Recebemos informações de um país que já passou pela etapa que estamos passando agora, e são bem sucedidos. Isso nos ajuda a perceber que sempre tem alguma coisa a aprender, mas que estamos indo no caminho certo”.
[FOTO6+]Émerson Gonçalves Mendes – Supervisor do Serviço de Fracionamento do Hemocentro de Brasília (DF)
“Esta é uma excelente iniciativa para consolidar esta parceria entre a Hemobrás e os serviços de hemoterapia. Até o momento, não tinha tido um contato tão direto para mostrar nossas dificuldades, para conhecer a Hemobrás e para a Hemobrás nos conhecer. Mesmo com as auditorias que a Hemobrás vem fazendo nos hemocentros, acho que aproximações como esta são necessárias. Além disso, pudemos ter uma noção melhor de nosso poder na produção do plasma para a indústria”.
[FOTO7+]Edson Moretto – Gerente do Laboratório de Processamento do Hemocentro de Ribeirão Preto (SP)
“A grande sacada da Hemobrás foi reunir todo mundo (os serviços de hemoterapia). Uma oportunidade excelente de troca de experiências, porque talvez a dificuldade de um não seja mais a do outro, que já conseguiu solucionar determinado problema. Tive conclusões claras sobre a preocupação da Hemobrás em melhorar a qualidade do plasma. Recebi várias informações que colocarei em prática assim que retornar ao serviço. Também cheguei à conclusão de que deve ser elaborados padrões de procedimentos, pois se todos fizerem da mesma forma, será mais fácil diagnosticar os problemas, compará-los com os de outros serviços e corrigi-los. Creio que todos estejam dispostos a isso”.