Primeiro módulo da fábrica da Hemobrás entra em operação em Pernambuco

Primeiro módulo da fábrica da Hemobrás entra em operação em Pernambuco

Notícia publicada em: 08.10.2012

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), estatal vinculada ao Ministério da Saúde, iniciou, nesta quinta-feira (27/9), na cidade de Goiana, em Pernambuco, a operação do primeiro módulo de sua fábrica. A planta industrial é destinada à produção de albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX, hoje 100% importados pelo governo federal. Esses medicamentos são essenciais à vida de milhares de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) com hemofilias, cirrose, cânceres, Aids, imunodeficiência primária, vítimas de queimaduras ou enfermos em tratamento de terapia intensiva. Os pacientes não pagarão por estes medicamentos. O primeiro bloco do complexo fabril começou a receber nesta manhã a matéria-prima dos hemoderivados, o plasma sanguíneo, transportado em caminhões refrigerados que percorrem 115 serviços de hemoterapia de todo o País. 

[FOTO2+] O primeiro caminhão com 10 mil bolsas de plasma descarregado na câmara fria do Bloco 01 da Hemobrás veio de Natal (Rio Grande do Norte), João Pessoa e Campina Grande (Paraíba). Ao entrarem na unidade fabril, as caixas com as bolsas de plasma foram etiquetadas, registradas e dispostas em pallets. A partir daí, foram colocadas em esteiras, seguindo para os transelevadores (veículos controlados por computador que circulam sobre trilhos), que levaram automaticamente as bolsas de plasma para o local exato de estocagem na câmara fria. Esse processo garante total segurança no armazenamento e rastreamento de cada bolsa.

[FOTO3-] Assim como este primeiro carregamento de plasma, os próximos, que chegarão mensalmente, também serão estocados na câmara fria, a 35°C negativos para conservação. Até o fim deste ano, a fábrica deverá receber 150 mil bolsas de plasma. Em 2013, serão 900 mil bolsas. “Estamos estocando o plasma dos doadores brasileiros na câmara fria que oferece as melhores condições de armazenamento deste País”, destacou o presidente da Hemobrás, Romulo Maciel Filho. Até então, a estocagem do plasma destinado à produção estatal de hemoderivados era feita em uma câmara fria alugada da iniciativa privada, em São Paulo, sob a responsabilidade do parceiro tecnológico da Hemobrás, o grupo biofarmacêutico francês LFB, sexto maior fornecedor mundial de produtos derivados de plasma.

Até entrar em operação com todos os blocos de sua fábrica em 2014, a Hemobrás transformará o plasma estocado em Pernambuco em hemoderivados na França, pois é lá que estão as plantas industriais do Grupo LFB. Nas fábricas situadas nas cidades de Les Ulis e Lille, o plasma advindo da doação de sangue dos brasileiros será processado em quatro tipos de medicamentos: albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX. Depois, os remédios serão enviados para o Brasil, onde ocorrerá a distribuição aos usuários do SUS. Esse processo de envio do plasma de Pernambuco para a França e retorno dos medicamentos para o Brasil já era realizado, desde 2010, pela Hemobrás e o LFB, só que via São Paulo, assim como ocorria com a estocagem.

ANDAMENTO DAS OBRAS – Enquanto opera o armazenamento do plasma em B01, a Hemobrás dá andamento à construção dos demais prédios que englobam a fábrica. Fazem parte desta etapa da obra 13 blocos, que compreendem 45 mil dos 48 mil metros quadrados de área construída. Entre eles, o bloco 02, considerado o coração da unidade fabril, por ser o local onde será feito o processamento do plasma. Este parque fabril brasileiro terá capacidade para processar 500 mil litros de plasma por ano, configurando-se, assim, como o maior da América Latina.

Atualmente, apenas 15 países no mundo possuem fábricas de alta complexidade para produção de diversos tipos de hemoderivados. Esses medicamentos custam, anualmente, cerca de R$ 800 milhões para o Brasil em importações. Com a operação da fábrica da Hemobrás, o governo federal economizará recursos e, ao mesmo tempo, aumentará a qualidade e ampliará o acesso à saúde dos brasileiros, gerando, ainda, emprego e renda para a Região Nordeste. Atualmente, cerca de 500 trabalhadores da construção civil atuam no canteiro de obras da indústria em Pernambuco. Quando entrar em operação, a fábrica vai gerar 360 empregos diretos e 2.720 postos indiretos.

SOBRE O LFB – O LFB é um grupo biofarmacêutico francês que desenvolve, processa e vende produtos médicos derivados de plasma para o tratamento de doenças graves e muitas vezes raras, em áreas terapêuticas como imunologia, hemostasia e cuidados intensivos, bem como a produção de medicamentos biotecnológicos. O grupo é o sexto maior fornecedor mundial de produtos derivados de plasma, com faturamento anual de 432,4 milhões de euros em 2011. No Brasil, o LFB está sediado no Rio de Janeiro.

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Imunoglobulina

São proteínas produzidas pelos linfócitos B, tipo específico de leucócito (célula sanguínea) cuja função é reconhecer, neutralizar e marcar os antígenos para que estes sejam eliminados ou fagocitados pelos macrófagos. Ou seja, age como mecanismo de defesa do organismo contra infecções e agressões externas. 

Indicação – no âmbito terapêutico, é usada principalmente em pessoas com doenças neurológicas, deficiências imunológicas, doenças autoimunes e infecciosas, aids, púrpura, entre outras e no transplante de medula óssea. 

Fator de von Willebrand

É um fator pró-coagulante que circula no plasma sanguíneo. Ele aumenta a adesão de plaquetas ao endotélio lesado e, ao se ligar ao fator VIII, mantém adequados seus níveis plasmáticos. A deficiência quanti ou qualitativa desse fator caracteriza a doença que traz o nome do médico finlandês Erik Adolf von Willebrand, que a descreveu pela primeira vez em 1925. 

Indicação – portadores da coagulopatia de von Willebrand, vinculada a mutação no cromossomo 12, que se manifesta basicamente pela disfunção plaquetária associada à diminuição dos níveis séricos do fator VIII coagulante, existindo também casos raros de forma adquirida da doença. Essa é a doença hemorrágica mais comum e atinge cerca de 2% da população mundial. Ambos os sexos são afetados e os sintomas incluem sangramentos nas gengivas, menstruais prolongados, sangramentos excessivos após pequenos cortes, extração dentária e outras cirurgias.  

Fator IX

O Fator IX é uma das principais proteínas do sistema de coagulação e encontra-se deficiente em pessoas com hemofilia B. 

Indicação – pacientes com hemofilia B, doença genética cujos sintomas são semelhantes aos da hemofilia A.

Fator VIII

O Fator VIII plasmático é uma das proteínas essenciais do sistema de coagulação sanguínea e sua falta causa a hemofilia A, chamada de hemofilia clássica, doença genética ligada ao sexo.  

Indicação – usado no tratamento das pessoas com hemofilia A, doença caracterizada por hemorragias nas articulações, músculos, trato digestivo e cérebro. Como a doença é ligada ao cromossomo X, um homem (XY) com um gene anormal no seu cromossomo X terá hemofilia. No caso da mulher (XX), ela só apresenta a doença, se os dois cromossomos X estiverem afetados, o que é muito raro. Quando um só é atingido, ela poderá passar o gene ao seu filho. A incidência estimada da doença é de 1 para 5mil homens e 1 para cada 25 milhões de mulheres. O Fator VIII plasmático tem a mesma função do Hemo-8r (nosso fator VIII recombinante): combater sangramentos e realizar o tratamento profilático de pacientes com hemofilia A. A reposição do fator VIII restaura a hemostasia nesses pacientes. 

Entregas

Entregas em 2022: 82.981 frascos. 

Atualizado em 24/08/2022.

Albumina

Albumina humana é a principal proteína encontrada no plasma sangue. Sua síntese ocorre no fígado, pelos hepatócitos. Exerce papel fundamental na manutenção da pressão osmótica, distribuindo os líquidos corporais nos espaços intra e extravascular. 

Indicação – é usada no tratamento de grandes queimados ou de pessoas com hemorragias graves, cirrose, insuficiência renal, septicemias, e ainda em transplantes de fígado e cirurgias cardíacas. 

Hemo-8r
(Fator VIII recombinante)

O Hemo-8r é o nosso Fator VIII recombinante. Ele é o nosso primeiro produto registrado e distribuído com a nossa marca. O Hemo-8r é fundamental para a nova fase do tratamento da Hemofilia A no Brasil com a ampliação da profilaxia, que é a maneira mais eficaz para prevenir os sangramentos espontâneos e sequelas nas pessoas portadoras da coagulopatia.

Possui a mesma eficácia do Fator VIII plasmático, mas não depende das doações de sangue para ser produzido, o que vai permitir que a maioria das pessoas portadoras de Hemofilia A possam fazer o tratamento profilático no futuro.

Recombinantes

Medicamentos recombinantes são produzidos por engenharia genética através do uso da “tecnologia de DNA recombinante”. Nessa técnica, um gene responsável pela síntese de uma proteína específica, é inserido numa célula que será responsável pela expressão da mesma. Essa célula modificada se reproduz num meio com nutrientes e expressa uma grande quantidade da proteína. O produto final é obtido após a purificação da proteína e utilização na fabricação do medicamento.

Atualmente, temos um processo de transferência de tecnologia de medicamento recombinante com o laboratório Takeda, para a produção do Hemo-8r, o Fator VIII recombinante.

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