Voluntários e não remunerados, doadores são peça-chave para o SUS e para a Hemobrás

Uma doação de sangue pode salvar até quatro vidas, informa o Ministério da Saúde. Considerando o aproveitamento industrial do plasma, o número de brasileiros beneficiados é ainda maior. O plasma é um componente importante do sangue coletado nos serviços de hemoterapia e seu excedente serve como matéria-prima para a produção de medicamentos hemoderivados. Para a Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia), novembro é mês de agradecimento pelo gesto solidário das pessoas responsáveis por cada uma das 3.4 milhões de doações realizadas no país anualmente. Estes doadores são considerados peças-chaves para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para a Hemobrás.

Novembro é mês de luta pela conscientização em favor da doação de sangue, e 25 de novembro é celebrado como o Dia Nacional do Doador de Sangue. A data serve para exaltar os doadores pelo ato de amor ao próximo e para sensibilizar a adesão de novos colaboradores. Os serviços de hemoterapia públicos e privados realizam a coleta e processamento do sangue para a separação dos hemocomponentes, como o plasma, hemácias, plaquetas e crioprecipitado. Pela normativa vigente, o plasma excedente na hemorrede deve ser fornecido para a Hemobrás. Conforme a Portaria nº 1.710/2020 do Ministério da Saúde, a Hemobrás faz a gestão do plasma excedente do uso hemoterápico no país, transformando-o em medicamentos hemoderivados e fornecendo-os para o SUS. Os hemoderivados são utilizados por pessoas com doenças hematológicas variadas e câncer, e também por pacientes de emergências e que se submetem a cirurgias eletivas de grande porte. A partir do plasma excedente obtido através das doações de sangue dos brasileiros, a Hemobrás já entregou mais de 1,3 milhão de hemoderivados ao Ministério da Saúde para atendimento dos usuários do SUS.

“A política de sangue do Brasil e o sistema de doações baseado no voluntariado, no altruísmo das pessoas, são motivo de orgulho de todos nós”, destaca o presidente da Hemobrás, Antonio Edson de Lucena, farmacêutico de carreira que acompanha a evolução da política nacional do sangue há décadas. “Aprimoramos essa política durante décadas e hoje a rede hemoterápica conta com doações voluntárias e não remuneradas. Conquistamos um alto nível segurança de coleta, que beneficia tanto pacientes com doenças hematológicas e pessoas hospitalizadas, como também a produção industrial de medicamentos hemoderivados”, completa Lucena.

O Ministério da Saúde, representantes de organizações de pacientes, médicos e o corpo técnico da Hemobrás defendem que o sistema se mantenha dessa forma. O assunto tem sido tema constante de debate no Senado e na imprensa, em virtude da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 10/2022, que prevê a autorização da coleta remunerada do plasma humano e a comercialização do plasma sanguíneo e dos hemoderivados.

A PEC do Plasma tem sido fonte de preocupação das autoridades porque, se aprovada, impactará negativamente nas doações de sangue total no Brasil. “Constitui-se numa ameaça à produção dos outros hemocomponentes e pode comprometer os estoques do país para fins transfusionais”, aponta um manifesto publicado pela Hemobrás e intitulado “Dez motivos que justificam o arquivamento da PEC do Plasma”

A história do sangue no Brasil – No Brasil, a Lei que estabeleceu o 25 de novembro como Dia do Doador de Sangue é de 2004. A escolha por novembro como mês de mobilização tem relação com o histórico de queda do número de doações em períodos de férias, datas comemorativas e carnaval.

A transfusão de sangue é uma técnica que se desenvolve desde o Século XVII. No Brasil, a primeira transfusão relatada se deu em 1910, na Bahia, segundo relatos registrados na Biblioteca do Ministério da Saúde. Na década de 40, a hemoterapia foi reconhecida como especialidade médica e foram abertos os primeiros serviços de banco de sangue no país. Porto Alegre (RS) abrigou o primeiro serviço público, em 1941.

Em todo o mundo, o sistema de doação cresceu baseado no altruísmo e na não remuneração. No Brasil, o sistema passou a funcionar com a remuneração das pessoas pelas doações. “A prática favorecia a proliferação de bancos de sangue privados que recrutavam pessoas doentes, contaminadas por doenças infecciosas, anêmicas, alcoólatras ou que omitiam informações relevantes sobre seu estado de saúde no momento da coleta, provocando a transmissão de enfermidades aos que recebiam o sangue”, diz texto da Biblioteca.

Na década de 1980 a proliferação da Aids provocou uma revolução no sistema da hemoterapia brasileira. A partir de uma pressão popular, a doação remunerada passou a ser proibida. A Lei nº 10.205/2001 regulamentou o § 4º do art. 199 da Constituição Federal e estabeleceu o ordenamento institucional indispensável à execução adequada das atividades de coleta, processamento, estocagem, distribuição e aplicação do sangue, seus componentes e derivados.

 

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Imunoglobulina

São proteínas produzidas pelos linfócitos B, tipo específico de leucócito (célula sanguínea) cuja função é reconhecer, neutralizar e marcar os antígenos para que estes sejam eliminados ou fagocitados pelos macrófagos. Ou seja, age como mecanismo de defesa do organismo contra infecções e agressões externas. 

Indicação – no âmbito terapêutico, é usada principalmente em pessoas com doenças neurológicas, deficiências imunológicas, doenças autoimunes e infecciosas, aids, púrpura, entre outras e no transplante de medula óssea. 

Fator de von Willebrand

É um fator pró-coagulante que circula no plasma sanguíneo. Ele aumenta a adesão de plaquetas ao endotélio lesado e, ao se ligar ao fator VIII, mantém adequados seus níveis plasmáticos. A deficiência quanti ou qualitativa desse fator caracteriza a doença que traz o nome do médico finlandês Erik Adolf von Willebrand, que a descreveu pela primeira vez em 1925. 

Indicação – portadores da coagulopatia de von Willebrand, vinculada a mutação no cromossomo 12, que se manifesta basicamente pela disfunção plaquetária associada à diminuição dos níveis séricos do fator VIII coagulante, existindo também casos raros de forma adquirida da doença. Essa é a doença hemorrágica mais comum e atinge cerca de 2% da população mundial. Ambos os sexos são afetados e os sintomas incluem sangramentos nas gengivas, menstruais prolongados, sangramentos excessivos após pequenos cortes, extração dentária e outras cirurgias.  

Fator IX

O Fator IX é uma das principais proteínas do sistema de coagulação e encontra-se deficiente em pessoas com hemofilia B. 

Indicação – pacientes com hemofilia B, doença genética cujos sintomas são semelhantes aos da hemofilia A.

Fator VIII

O Fator VIII plasmático é uma das proteínas essenciais do sistema de coagulação sanguínea e sua falta causa a hemofilia A, chamada de hemofilia clássica, doença genética ligada ao sexo.  

Indicação – usado no tratamento das pessoas com hemofilia A, doença caracterizada por hemorragias nas articulações, músculos, trato digestivo e cérebro. Como a doença é ligada ao cromossomo X, um homem (XY) com um gene anormal no seu cromossomo X terá hemofilia. No caso da mulher (XX), ela só apresenta a doença, se os dois cromossomos X estiverem afetados, o que é muito raro. Quando um só é atingido, ela poderá passar o gene ao seu filho. A incidência estimada da doença é de 1 para 5mil homens e 1 para cada 25 milhões de mulheres. O Fator VIII plasmático tem a mesma função do Hemo-8r (nosso fator VIII recombinante): combater sangramentos e realizar o tratamento profilático de pacientes com hemofilia A. A reposição do fator VIII restaura a hemostasia nesses pacientes. 

Entregas

Entregas em 2022: 82.981 frascos. 

Atualizado em 24/08/2022.

Albumina

Albumina humana é a principal proteína encontrada no plasma sangue. Sua síntese ocorre no fígado, pelos hepatócitos. Exerce papel fundamental na manutenção da pressão osmótica, distribuindo os líquidos corporais nos espaços intra e extravascular. 

Indicação – é usada no tratamento de grandes queimados ou de pessoas com hemorragias graves, cirrose, insuficiência renal, septicemias, e ainda em transplantes de fígado e cirurgias cardíacas. 

Hemo-8r
(Fator VIII recombinante)

O Hemo-8r é o nosso Fator VIII recombinante. Ele é o nosso primeiro produto registrado e distribuído com a nossa marca. O Hemo-8r é fundamental para a nova fase do tratamento da Hemofilia A no Brasil com a ampliação da profilaxia, que é a maneira mais eficaz para prevenir os sangramentos espontâneos e sequelas nas pessoas portadoras da coagulopatia.

Possui a mesma eficácia do Fator VIII plasmático, mas não depende das doações de sangue para ser produzido, o que vai permitir que a maioria das pessoas portadoras de Hemofilia A possam fazer o tratamento profilático no futuro.

Recombinantes

Medicamentos recombinantes são produzidos por engenharia genética através do uso da “tecnologia de DNA recombinante”. Nessa técnica, um gene responsável pela síntese de uma proteína específica, é inserido numa célula que será responsável pela expressão da mesma. Essa célula modificada se reproduz num meio com nutrientes e expressa uma grande quantidade da proteína. O produto final é obtido após a purificação da proteína e utilização na fabricação do medicamento.

Atualmente, temos um processo de transferência de tecnologia de medicamento recombinante com o laboratório Takeda, para a produção do Hemo-8r, o Fator VIII recombinante.

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