Empresa assina contrato com Hemope para melhoria do plasma com qualidade industrial
Notícia publicada em: 18.08.2011
A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) assinou, na manhã desta sexta-feira (12/8), contrato de incentivo com a Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope), para a melhoria da quantidade do plasma com qualidade industrial. A iniciativa visa ao aperfeiçoamento dos processos de produção, qualificação e armazenagem do plasma sanguíneo por parte do hemocentro. Este hemocomponente é a matéria-prima para os medicamentos que a Hemobrás irá produzir, a partir de 2014, na sua fábrica em construção no município de Goiana, a 63 quilômetros do Recife.
Com o aumento da qualidade, amplia-se o volume do plasma para o processo fabril. Isso será possível graças ao emprego dos recursos na compra de maquinário, manutenção preventiva de equipamentos, contratação de mais profissionais para trabalhar, além da melhoria do controle da qualidade do plasma. Desde julho deste ano, cinco serviços de hemoterapia de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná já foram beneficiados. O Hemope é o primeiro no Nordeste. Até o fim deste ano, 120 hemocentros deverão ter firmado parceria com a estatal.
Vale salientar que a estatal não irá pagar pelo plasma, o que é terminantemente proibido pela Constituição Federal (parágrafo 4° do artigo 199). Atualmente, estes serviços de hemoterapia coletam 3,6 milhões de doações de sangue por ano no país, resultando em 150 mil litros de plasma com qualidade industrial, que já são repassados à Hemobrás. A diferença é que, até então, as unidades não recebiam contribuição nos custos deste complexo processo, o que agora será possível devido ao apoio do Ministério da Saúde. Com isso, a Hemobrás repassará às instituições de R$ 20 a R$ 48 para cada litro do insumo que estiver em condições industriais.
No primeiro ano de contrato com os 120 serviços de hemoterapia, a Hemobrás espera ampliar em 20% este total de 150 mil litros. Dentro de três anos, a expectativa é atingir 300 mil litros de plasma/ano, volume ideal para que a fábrica em Pernambuco comece a operar, pois sua capacidade chegará ao processamento de 500 mil litros de plasma/ano.
Enquanto a fábrica não fica pronta, a empresa brasileira envia este hemocomponente para transformação em hemoderivados no Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), na França, seu parceiro de transferência de tecnologia. Uma vez elaborados, os medicamentos albumina, imunoglobulina e fatores de coagulação VIII e IX são enviados de volta ao Brasil, onde ocorre a distribuição no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de milhares de pessoas com hemofilia, imunodeficiência primária, câncer, Aids, cirrose, entre outras doenças. Quando a planta industrial brasileira entrar em operação, todo esse processo será assumido, incluindo a produção de fator de von Willebrand e complexo protrombínico.
SOBRE A HEMOBRÁS – A função social da Hemobrás é estratégica para ampliar o acesso ao tratamento no sistema público de saúde, assim como as fábricas públicas de vacinas e outros tipos de fármacos (antirretrovirais, por exemplo) existentes no País. Com a operação de sua planta industrial em Pernambuco, o Brasil diminuirá a vulnerabilidade do mercado externo, já que, hoje, o País despende, aproximadamente, R$ 800 milhões por ano para importar hemoderivados. A fábrica de hemoderivados está orçada, entre obras, instalações e equipamentos, em R$ 670 milhões.
A planta industrial brasileira propiciará, ainda, economia de divisas, fortalecerá o complexo industrial da saúde, estimulará formação de mão de obra altamente especializada, que é a da indústria farmacêutica, e impulsionará o desenvolvimento socioeconômico de uma das regiões mais pobres do País, o Nordeste, com a geração de emprego, renda e redução da pobreza.