Notícia publicada em: 25.08.2011
Desperdício de material; retrabalho; ampliação desnecessária de custos; não conformidade do produto final; complicações com fornecedores de insumos e materiais. Situações como estas são os principais resultados da falta de investimento em gestão da qualidade por parte dos serviços de hemoterapia brasileiros. A afirmação foi do diretor da empresa especializada na área, H2 Assessoria e Consultoria, Ricardo Haddad, em palestra proferida no evento promovido pela Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), em Brasília, na última terça-feira (23/8). A II Oficina Hemobrás – Gestão da Qualidade no Serviço de Hemoterapia reúne, até dia 25/8, 142 profissionais de 72 hemocentros de todo o País.
Segundo Haddad, cabe à alta administração do serviço de hemoterapia decidir qual serão a política e a implantação do sistema de gestão da qualidade. “Sempre se esbarra nos custos, tanto para as instituições que já têm os conceitos incorporados na sua gestão, quanto para os que pretendem incorporar. Mas aqueles hemocentros que não tiverem recursos específicos para contratar uma consultoria ou um especialista para gerir a área de qualidade podem procurar os serviços que já têm o sistema implantado para aprender como fazer”, aconselhou. O desenvolvimento de recursos humanos, os processos relacionados ao dia a dia do serviço e o atendimento às expectativas dos usuários também são outros aspectos considerados para o investimento na gestão da qualidade.
A implantação de um sistema de gestão da qualidade já é um requisito exigido pela legislação brasileira, a exemplo da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) no 57/2010 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e a Portaria no 1.353/2011 do Ministério da Saúde, que exigem, em linhas que gerais, que os serviços de hemoterapia devem ter um sistema de gestão da qualidade no que tange às boas práticas do ciclo do sangue, desde a captação, passando pela testagem, produção de hemocomponentes e a destinação para a indústria.
A II Oficina Hemobrás – Gestão da Qualidade no Serviço de Hemoterapia, realizada com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), tem como objetivo sensibilizar os participantes do evento quanto à necessidade da gestão da qualidade por parte dos hemocentros, fundamental para o aumento da quantidade do plasma humano destinado à indústria. Este hemocomponente é a matéria-prima dos medicamentos que a estatal, vinculada ao Ministério da Saúde, irá produzir, a partir de 2014, na fábrica em construção no município de Goiana, em Pernambuco.