Notícia publicada em: 26.08.2011
Como superar os principais obstáculos para aumentar a quantidade do plasma humano com qualidade industrial coletado nos hemocentros, a fim de serem transformados em medicamentos hemoderivados, foi o foco do primeiro dia de palestras da II Oficina Hemobrás – Gestão da Qualidade no Serviço de Hemoterapia, que teve início na última terça-feira (23/8) e segue até a próxima quinta-feira (25/8), em Brasília. A gerente de Controle de Qualidade da estatal, Adriana Parodi, salientou que as hemorredes que ainda não fornecem plasma para a Hemobrás têm o potencial de destinar até 160 mil litros deste hemocomponente, por ano. “É o necessário para atingirmos o patamar de 300 mil litros por ano para que a nossa fábrica, em construção em Pernambuco, possa iniciar a produção dos remédios que serão distribuídos para o SUS”.
Atualmente, os hemocentros recebem 3,6 milhões doações de sangue por ano, que resultam em 150 mil litros de plasma com qualidade industrial. A expectativa é, em 2014, alcançar a média de 300 mil litros ao ano, volume ideal para que a unidade fabril – que terá capacidade máxima de processar 500 mil litros de plasma por ano – comece a operar. Daí a importância da sensibilização, por parte dos hemocentros, para a questão da gestão da qualidade. “Em 2011, já realizamos auditorias em 82 dos 104 serviços de hemoterapia previstos, focando nosso trabalho em todos os processos que impactam na qualidade do plasma. Pelo que pudemos constatar, o grande desafio é melhorar a triagem, a preparação das bolsas do hemocomponente e a quantidade de bolsas destinadas à indústria”, afirma Adriana Parodi.
O assunto também foi abordado pela chefe de Auditoria e Garantia da Qualidade do plasma do Laboratório Francês de Biotecnologia (LBF – parceiro na transferência da Hemobrás), Anne-Marie Motembalt. Hoje, o plasma brasileiro é enviado para ser processado na França, onde retorna em forma dos hemoderivados albumina, imunoglobulina e fatores de coagulação VIII e IX. “Estocagem e acondicionamento para transporte fora dos padrões estabelecidos; armazenamento em temperatura abaixo dos 20 graus negativos mínimos necessários e volume da bolsa de plasma abaixo dos 180 ml são situações que também comprometem a qualidade desta matéria-prima”, frisou. A II Oficina Hemobrás – Gestão da Qualidade no Serviço de Hemoterapia reúne 142 representantes de 72 serviços de hemoterapia públicos e privados de todas as regiões do Brasil.