Comitiva do LFB visita canteiro de obras da fábrica da Hemobrás

Comitiva do LFB visita canteiro de obras da fábrica da Hemobrás

Notícia publicada em: 04.04.2011

O presidente do Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), Christian Bechon, visitou nesta quinta-feira (31/3) o canteiro de obras da fábrica da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), no município de Goiana, em Pernambuco. O LFB é o laboratório que está transferindo para a Hemobrás a tecnologia destinada à produção de hemoderivados no Brasil. O presidente da estatal brasileira, Romulo Maciel Filho, e o diretor-técnico da empresa, Luiz Amorim, acompanharam o executivo francês e sua comitiva. O grupo visitou os blocos 1 (B-01), onde funcionará a câmara fria a 35° negativos da fábrica, o bloco 17 (B-17), que abrigará os geradores de energia, e parte do bloco 14 (B-14), o reservatório enterrado para 446 mil litros de água.

“Fiquei muito impressionado com andamento da obra e com o tamanho da câmara fria. Ela é um pouco maior do que a que temos no LFB, na França, com a vantagem que vai ser toda automatizada. No nosso laboratório ainda temos pessoas operando todo o gerenciamento do plasma em condições não convenientes”, comentou o presidente da estatal francesa, ressaltando a importância do diferencial tecnológico do bloco 1 da fábrica brasileira. Ele será totalmente operado por transelevadores, equipamento semelhante a elevadores de carga que realizam trabalho parecido com o de uma empilhadeira, com a diferença de serem 100% automatizados. Isso fará com que todo o manuseio do plasma na câmara fria, onde ficará armazenado antes de ser transformado em medicamentos, dispense a presença humana, eliminando o desconforto causado pelo frio intenso – tendo em vista que o local irá trabalhar a 35°C negativos – e reduzindo a possibilidade de erros. Com isso, a Hemobrás possuirá a primeira câmara fria para plasma totalmente automatizada das Américas.

Para Maciel Filho, a visita do presidente Bechon foi fundamental na fase em que se encontra a obra. “Oportunizamos aos nossos parceiros franceses terem uma ideia da dimensão e do estágio em que a obra se encontra. Isso é indispensável para a fase de instalação de equipamentos. Ela pressupõe uma harmonia entre a conclusão da parte civil e toda a parte tecnológica do bloco, que antecede a validação e a certificação, que serão realizadas junto com os franceses”, explicou Maciel Filho. Segundo ele, a previsão é que as obras de B-01, B-17 e do reservatório enterrado sejam concluídas no segundo semestre deste ano.

A câmara fria da fábrica, cuja área chegará a 2,7 mil metros quadrados, armazenará o plasma que a Hemobrás já coleta dos hemocentros de todo o País e exporta para a produção de hemoderivados no LFB, na França. Quando a planta industrial brasileira estiver pronta, em 2014, não mais será necessário enviar o plasma para o laboratório francês. O material coletado precisa ficar a uma temperatura de 35º C negativos e, para garantir isso, já estão sendo montados e instalados, em B-01, 40 equipamentos, entre condensadores evaporativos, compressores e aero condensadores, que irão climatizar o prédio.

Ainda no primeiro semestre deste ano, deverá ter início a segunda etapa das obras da fábrica de hemoderivados da Hemobrás. A construção engloba 12 blocos industriais, que juntos somam 45 mil dos 48 mil metros quadrados de área construída. Entre os prédios que serão erguidos, estão dois dos principais blocos: o B02, considerado o coração da planta industrial, que será instalado numa área de 13 mil metros quadrados onde ocorrerá o fracionamento do plasma sanguíneo e sua transformação em medicamentos; e o B03, espaço de 10,7 mil metros quadrados destinado ao envase dos produtos.

A fábrica da Hemobrás será âncora no Polo Farmacoquímico de Pernambuco, a primeira do Brasil e a maior da América Latina em seu segmento, com capacidade para processar 500 mil litros de plasma por ano. A planta industrial produzirá seis tipos de medicamentos: albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX, complexo protrombínico e fator de von Willebrand.

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Imunoglobulina

São proteínas produzidas pelos linfócitos B, tipo específico de leucócito (célula sanguínea) cuja função é reconhecer, neutralizar e marcar os antígenos para que estes sejam eliminados ou fagocitados pelos macrófagos. Ou seja, age como mecanismo de defesa do organismo contra infecções e agressões externas. 

Indicação – no âmbito terapêutico, é usada principalmente em pessoas com doenças neurológicas, deficiências imunológicas, doenças autoimunes e infecciosas, aids, púrpura, entre outras e no transplante de medula óssea. 

Fator de von Willebrand

É um fator pró-coagulante que circula no plasma sanguíneo. Ele aumenta a adesão de plaquetas ao endotélio lesado e, ao se ligar ao fator VIII, mantém adequados seus níveis plasmáticos. A deficiência quanti ou qualitativa desse fator caracteriza a doença que traz o nome do médico finlandês Erik Adolf von Willebrand, que a descreveu pela primeira vez em 1925. 

Indicação – portadores da coagulopatia de von Willebrand, vinculada a mutação no cromossomo 12, que se manifesta basicamente pela disfunção plaquetária associada à diminuição dos níveis séricos do fator VIII coagulante, existindo também casos raros de forma adquirida da doença. Essa é a doença hemorrágica mais comum e atinge cerca de 2% da população mundial. Ambos os sexos são afetados e os sintomas incluem sangramentos nas gengivas, menstruais prolongados, sangramentos excessivos após pequenos cortes, extração dentária e outras cirurgias.  

Fator IX

O Fator IX é uma das principais proteínas do sistema de coagulação e encontra-se deficiente em pessoas com hemofilia B. 

Indicação – pacientes com hemofilia B, doença genética cujos sintomas são semelhantes aos da hemofilia A.

Fator VIII

O Fator VIII plasmático é uma das proteínas essenciais do sistema de coagulação sanguínea e sua falta causa a hemofilia A, chamada de hemofilia clássica, doença genética ligada ao sexo.  

Indicação – usado no tratamento das pessoas com hemofilia A, doença caracterizada por hemorragias nas articulações, músculos, trato digestivo e cérebro. Como a doença é ligada ao cromossomo X, um homem (XY) com um gene anormal no seu cromossomo X terá hemofilia. No caso da mulher (XX), ela só apresenta a doença, se os dois cromossomos X estiverem afetados, o que é muito raro. Quando um só é atingido, ela poderá passar o gene ao seu filho. A incidência estimada da doença é de 1 para 5mil homens e 1 para cada 25 milhões de mulheres. O Fator VIII plasmático tem a mesma função do Hemo-8r (nosso fator VIII recombinante): combater sangramentos e realizar o tratamento profilático de pacientes com hemofilia A. A reposição do fator VIII restaura a hemostasia nesses pacientes. 

Entregas

Entregas em 2022: 82.981 frascos. 

Atualizado em 24/08/2022.

Albumina

Albumina humana é a principal proteína encontrada no plasma sangue. Sua síntese ocorre no fígado, pelos hepatócitos. Exerce papel fundamental na manutenção da pressão osmótica, distribuindo os líquidos corporais nos espaços intra e extravascular. 

Indicação – é usada no tratamento de grandes queimados ou de pessoas com hemorragias graves, cirrose, insuficiência renal, septicemias, e ainda em transplantes de fígado e cirurgias cardíacas. 

Hemo-8r
(Fator VIII recombinante)

O Hemo-8r é o nosso Fator VIII recombinante. Ele é o nosso primeiro produto registrado e distribuído com a nossa marca. O Hemo-8r é fundamental para a nova fase do tratamento da Hemofilia A no Brasil com a ampliação da profilaxia, que é a maneira mais eficaz para prevenir os sangramentos espontâneos e sequelas nas pessoas portadoras da coagulopatia.

Possui a mesma eficácia do Fator VIII plasmático, mas não depende das doações de sangue para ser produzido, o que vai permitir que a maioria das pessoas portadoras de Hemofilia A possam fazer o tratamento profilático no futuro.

Recombinantes

Medicamentos recombinantes são produzidos por engenharia genética através do uso da “tecnologia de DNA recombinante”. Nessa técnica, um gene responsável pela síntese de uma proteína específica, é inserido numa célula que será responsável pela expressão da mesma. Essa célula modificada se reproduz num meio com nutrientes e expressa uma grande quantidade da proteína. O produto final é obtido após a purificação da proteína e utilização na fabricação do medicamento.

Atualmente, temos um processo de transferência de tecnologia de medicamento recombinante com o laboratório Takeda, para a produção do Hemo-8r, o Fator VIII recombinante.

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