Hemobrás assina contrato com Hemoba para melhoria do plasma com qualidade industrial
Notícia publicada em: 24.08.2011
A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) assinou, na manhã desta quinta-feira (18/8), contrato de incentivo com a Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba), para a melhoria da quantidade do plasma com qualidade industrial. A iniciativa visa ao aperfeiçoamento dos processos de produção, qualificação e armazenagem do plasma sanguíneo por parte do hemocentro. Este hemocomponente é a matéria-prima para os medicamentos que a Hemobrás irá produzir, a partir de 2014, na sua fábrica em construção no município de Goiana, a 63 quilômetros do Recife. Além do Hemoba, a Hemobrás começou em julho passado a assinar contratos com 119 hemocentros do país, o que deve ser concluído até o fim deste ano. Já estabeleceram parceria com a estatal do Ministério da Saúde os hemocentros de Brasília, Minas Gerais (Hemominas), Paraná (Hemepar), Pernambuco (Hemope), Rio de Janeiro (Hemorio e Hemocentro de Campo dos Goytacazes) e São Paulo (Pró-Sangue e Colsan).
A Hemobrás não pagará pelo plasma, o que é terminantemente proibido pela Constituição Federal (parágrafo 4° do artigo 199). A empresa repassará ao Hemoba de R$ 20 a R$ 48 para cada litro do insumo que estiver em condições industriais. Os recursos poderão ser empregados na compra de maquinário, manutenção preventiva de equipamentos, contratação de mais profissionais para trabalhar, além da melhoria do controle da qualidade do plasma. A assinatura do contrato aconteceu no Hemoba e contou com a presença do presidente da Hemobrás, Romulo Maciel Filho; do diretor geral do Hemoba, Roberto Schlindwein; do secretário da Saúde da Bahia, Jorge Solla, e do diretor do Fundo Estadual de Saúde, Eduardo Borges Reis.
Com o aumento da qualidade, haverá uma ampliação do volume do plasma para o processo fabril da Hemobrás. Atualmente, os serviços de hemoterapia coletam 3,6 milhões de doações de sangue por ano no país, resultando em 150 mil litros de plasma com qualidade industrial, que já são repassados à estatal, que temporariamente remete este plasma para produção dos hemoderivados no exterior até que sua fábrica entre em operação em 2014. No primeiro ano de contrato com os 120 serviços de hemoterapia, a Hemobrás espera ampliar em 20% este total de 150 mil litros. Dentro de três anos, a expectativa é atingir 300 mil litros de plasma/ano, volume ideal para que a fábrica em Pernambuco comece a operar, pois sua capacidade máxima chegará a 500 mil litros de plasma/ano.
Enquanto a fábrica não fica pronta, a empresa brasileira envia este hemocomponente para transformação em hemoderivados no Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), na França, seu parceiro de transferência de tecnologia. Uma vez elaborados, os medicamentos albumina, imunoglobulina e fatores de coagulação VIII e IX são enviados de volta ao Brasil, onde ocorre a distribuição no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de milhares de pessoas com hemofilia, imunodeficiência primária, câncer, Aids, cirrose, entre outras doenças. Quando a planta industrial brasileira entrar em operação, todo esse processo será assumido pela Hemobrás, incluindo a produção de fator de von Willebrand e complexo protrombínico.
SOBRE A HEMOBRÁS – A função social da Hemobrás é estratégica para ampliar o acesso ao tratamento no sistema público de saúde, assim como as fábricas públicas de vacinas e outros tipos de fármacos (antirretrovirais, por exemplo) no País. Com a operação de sua fábrica em Pernambuco, o Brasil diminuirá a vulnerabilidade do mercado externo, já que, hoje, o país despende, aproximadamente, R$ 800 milhões por ano para importar hemoderivados. A fábrica de hemoderivados está orçada, entre obras, instalações e equipamentos, em R$ 670 milhões.
A planta industrial brasileira propiciará, ainda, economia de divisas, fortalecerá o complexo industrial da saúde, estimulará formação de mão de obra altamente especializada, que é a da indústria farmacêutica, e impulsionará o desenvolvimento socioeconômico de uma das regiões mais pobres do País, o Nordeste, com a geração de emprego, renda e redução da pobreza.