Hemobrás fornecerá medicamento de última geração para o SUS

Notícia publicada em: 08.11.2012

O Sistema Único de Saúde (SUS) vai oferecer um produto de última geração para os dez mil brasileiros portadores de hemofilia tipo A, um distúrbio na coagulação do sangue. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou, nesta quarta-feira (31/10), acordo com o presidente da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), Romulo Maciel Filho, para uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) destinada ao fornecimento do fator VIII recombinante, medicamento elaborado por meio de engenharia genética. O ato ocorreu durante a 3ª Reunião do Comitê Executivo e Conselho de Competitividade do Complexo da Saúde, quando o presidente da estatal também formalizou o contrato de transferência de tecnologia deste medicamento com o laboratório Baxter International.

A transferência de tecnologia terá duração de dez anos, com início da produção do medicamento no Brasil dentro de cinco anos. O processo de aquisição da expertise para elaborar o fator VIII recombinante andará em paralelo com o fornecimento do produto para os usuários do SUS. Tanto que, já a partir deste ano, serão distribuídas 30 milhões de unidades internacionais (UI – sistema de medida da indústria farmacêutica) do medicamento, que podem vir em frascos ampola de 250 UI, 500 UI ou 1.000 UI, conforme a necessidade do Ministério da Saúde (MS), para tratamento preventivo de crianças de até 5 anos de idade. Nos primeiros 12 meses do contrato, está prevista a distribuição de até 350 milhões de UI, dependendo da demanda do MS. A Hemobrás repassará até US$ 100 milhões à multinacional neste mesmo período.

Para o ministro, a Hemobrás não vai apenas ajudar o Brasil a reduzir a dependência na importação dos hemoderivados. “A estatal deve possuir forte capacidade em inovação tecnológica, ter permanentemente um quadro técnico para isso e flexibilidade em arranjo institucional para dar conta dessas novas tarefas”, afirma. Atualmente, o tratamento para hemofilia A no Brasil vem sendo realizado basicamente com o fator VIII elaborado a partir do plasma humano, importado pelo MS. Embora possua o mesmo efeito, esta versão, ao contrário da recombinante, sofre uma limitação natural de produção, pois é oriunda do fracionamento de uma proteína encontrada em baixíssima quantidade no organismo – o que ocasiona até a dificuldade em adquiri-la no mercado internacional. Desta forma, o fator VIII recombinante mostra-se essencial para a Hemobrás suprir a demanda do Brasil, uma vez que o fator VIII plasmático, que também será produzido em sua fábrica, que está em construção em Pernambuco, atenderá em média a 10% da necessidade do País.

De acordo com o presidente da empresa, Romulo Maciel Filho, a parceria amplia o acesso da população a medicamentos mais modernos e eficazes e, além disso, melhora a qualidade da atenção prestada aos pacientes hemofílicos. “Esse tratamento é o que existe de mais avançado no mundo. Com a produção nacional, o país conseguirá atender a cerca de 90% dos portadores da hemofilia A, com exceção dos pacientes intolerantes a este tratamento, que continuarão utilizando o Fator VIII produzido a partir do plasma sanguíneo humano”, explica.

Ao término do processo de transferência de tecnologia, a Hemobrás produzirá o fator VIII recombinante em sua fábrica, em Pernambuco, com previsão de operação em 2014. Hoje, apenas três indústrias no mundo fabricam este medicamento. No parque industrial da estatal, também serão processados os hemoderivados plasmáticos albumina, imunoglobulina e fator de coagulação IX (para hemofilia tipo B).

ECONOMIA – Durante a 3ª Reunião do Comitê Executivo e Conselho de Competitividade, o ministro Padilha também assinou outros 19 acordos de PDPs para a produção nacional de medicamentos e vacinas. A partir destas parcerias, a expectativa é que o ministério tenha uma economia de aproximadamente R$ 940 milhões por ano – 40% do que o governo federal atualmente gasta com a compra dos 21 produtos contemplados pelas PDPs assinadas hoje. “O objetivo das parcerias é ampliar o acesso da população a estes medicamentos e vacinas e, ao mesmo tempo, incentivar a produção tecnológica no país, fortalecer os laboratórios públicos nacionais e reduzir a vulnerabilidade do Brasil frente ao mercado internacional de produtos para a saúde”, explica o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Conheça as etapas da transferência de tecnologia entre Hemobrás e Baxter

O processo de transferência da Baxter para a Hemobrás será dividido em cinco etapas e englobará a capacitação de corpo técnico da estatal brasileira nas fábricas da multinacional localizadas nos Estados Unidos e na Suíça. São elas:

1 – Início da transferência de tecnologia com o fornecimento do produto.
2 – Rotulagem e acondicionamento secundário e terciário do medicamento no exterior.
3 – Rotulagem e acondicionamento secundário e terciário do produto no Brasil, pela Hemobrás.
4 – Controle de Qualidade do produto na Hemobrás.
5 – Início da produção no Brasil.

 

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Imunoglobulina

São proteínas produzidas pelos linfócitos B, tipo específico de leucócito (célula sanguínea) cuja função é reconhecer, neutralizar e marcar os antígenos para que estes sejam eliminados ou fagocitados pelos macrófagos. Ou seja, age como mecanismo de defesa do organismo contra infecções e agressões externas. 

Indicação – no âmbito terapêutico, é usada principalmente em pessoas com doenças neurológicas, deficiências imunológicas, doenças autoimunes e infecciosas, aids, púrpura, entre outras e no transplante de medula óssea. 

Fator de von Willebrand

É um fator pró-coagulante que circula no plasma sanguíneo. Ele aumenta a adesão de plaquetas ao endotélio lesado e, ao se ligar ao fator VIII, mantém adequados seus níveis plasmáticos. A deficiência quanti ou qualitativa desse fator caracteriza a doença que traz o nome do médico finlandês Erik Adolf von Willebrand, que a descreveu pela primeira vez em 1925. 

Indicação – portadores da coagulopatia de von Willebrand, vinculada a mutação no cromossomo 12, que se manifesta basicamente pela disfunção plaquetária associada à diminuição dos níveis séricos do fator VIII coagulante, existindo também casos raros de forma adquirida da doença. Essa é a doença hemorrágica mais comum e atinge cerca de 2% da população mundial. Ambos os sexos são afetados e os sintomas incluem sangramentos nas gengivas, menstruais prolongados, sangramentos excessivos após pequenos cortes, extração dentária e outras cirurgias.  

Fator IX

O Fator IX é uma das principais proteínas do sistema de coagulação e encontra-se deficiente em pessoas com hemofilia B. 

Indicação – pacientes com hemofilia B, doença genética cujos sintomas são semelhantes aos da hemofilia A.

Fator VIII

O Fator VIII plasmático é uma das proteínas essenciais do sistema de coagulação sanguínea e sua falta causa a hemofilia A, chamada de hemofilia clássica, doença genética ligada ao sexo.  

Indicação – usado no tratamento das pessoas com hemofilia A, doença caracterizada por hemorragias nas articulações, músculos, trato digestivo e cérebro. Como a doença é ligada ao cromossomo X, um homem (XY) com um gene anormal no seu cromossomo X terá hemofilia. No caso da mulher (XX), ela só apresenta a doença, se os dois cromossomos X estiverem afetados, o que é muito raro. Quando um só é atingido, ela poderá passar o gene ao seu filho. A incidência estimada da doença é de 1 para 5mil homens e 1 para cada 25 milhões de mulheres. O Fator VIII plasmático tem a mesma função do Hemo-8r (nosso fator VIII recombinante): combater sangramentos e realizar o tratamento profilático de pacientes com hemofilia A. A reposição do fator VIII restaura a hemostasia nesses pacientes. 

Entregas

Entregas em 2022: 82.981 frascos. 

Atualizado em 24/08/2022.

Albumina

Albumina humana é a principal proteína encontrada no plasma sangue. Sua síntese ocorre no fígado, pelos hepatócitos. Exerce papel fundamental na manutenção da pressão osmótica, distribuindo os líquidos corporais nos espaços intra e extravascular. 

Indicação – é usada no tratamento de grandes queimados ou de pessoas com hemorragias graves, cirrose, insuficiência renal, septicemias, e ainda em transplantes de fígado e cirurgias cardíacas. 

Hemo-8r
(Fator VIII recombinante)

O Hemo-8r é o nosso Fator VIII recombinante. Ele é o nosso primeiro produto registrado e distribuído com a nossa marca. O Hemo-8r é fundamental para a nova fase do tratamento da Hemofilia A no Brasil com a ampliação da profilaxia, que é a maneira mais eficaz para prevenir os sangramentos espontâneos e sequelas nas pessoas portadoras da coagulopatia.

Possui a mesma eficácia do Fator VIII plasmático, mas não depende das doações de sangue para ser produzido, o que vai permitir que a maioria das pessoas portadoras de Hemofilia A possam fazer o tratamento profilático no futuro.

Recombinantes

Medicamentos recombinantes são produzidos por engenharia genética através do uso da “tecnologia de DNA recombinante”. Nessa técnica, um gene responsável pela síntese de uma proteína específica, é inserido numa célula que será responsável pela expressão da mesma. Essa célula modificada se reproduz num meio com nutrientes e expressa uma grande quantidade da proteína. O produto final é obtido após a purificação da proteína e utilização na fabricação do medicamento.

Atualmente, temos um processo de transferência de tecnologia de medicamento recombinante com o laboratório Takeda, para a produção do Hemo-8r, o Fator VIII recombinante.

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